RECEBA NOVIDADES ROCK E METAL DO WHIPLASH.NET NO WHATSAPP

Matérias Mais Lidas


Outras Matérias em Destaque

Produtor de longa data do Black Sabbath revela os segredos do timbre da guitarra de Tony Iommi

A guitarra barata que é imitação de marca famosa e mudou a vida de James Hetfield

Billy Corgan comenta seu álbum favorito do Black Sabbath: "Iommi foi visionário e pioneiro"

O canadense que matou uma família e culpou música de Ozzy

Baterista do Shadows Fall odiou Metallica e Slayer quando ouviu pela primeira vez

Kurt Cobain comenta as músicas do Nirvana que compôs para combater o sexismo

Um fator crucial que levou Mike Shinoda a reformar o Linkin Park; "Estava quase como acabado"

Primeira música escrita por Steve Harris tinha título "horrível" e virou faixa de "Killers"

O que Cazuza quis dizer com "A burguesia fede e quer ficar rica" no clássico "Burguesia"

A conturbada saída de Steve Souza do Testament, nas palavras de Eric Peterson

O dia que o Pearl Jam só não compôs uma música com Bob Dylan porque Eddie Vedder não quis

A enigmática última frase que Renato Russo disse para seu amigo antes de morrer

Além de Jaco, o outro baixista fenomenal que Robert Trujillo adora, mas poucos roqueiros conhecem

Liam Gallagher estabelece condições para novo álbum do Oasis sair do papel

Ozzy Osbourne chegou a cantar no ensaio para o Rock and Roll Hall of Fame


Pierce The Veil
Comitiva

Resenha - Nursery Cryme - Genesis

Por Raul Branco
Postado em 19 de maio de 2002

Se você liga o nome Genesis a baladas pop, pare um pouco, ouça "Nursery Cryme" e reveja seus conceitos: a banda que Phil Collins colocou nas paradas de sucesso pop de todo o mundo já foi um caso muito, muito sério.

Genesis - Mais Novidades

Bom, para começar, nem era a banda de Phil Collins, mas um grupo construído em volta do quarteto Peter Gabriel (vocal e flauta), Tony Banks (teclados), Anthony Philips (guitarra) e Mike Rutherford (baixo), remanescentes da primeira e frustada formação, que lançara nos anos 60 o álbum "From Genesis To Revelation" e que, anos depois se reagrupara e gravara, acompanhados de John Mayhew (bateria), o belo álbum "Trespass" (1970).

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 1

Aconteceu, então, a mudança que colocaria o Genesis na elite do progressivo, com a entrada dos excelentes Steve Hackett (guitarra) e Phil Collins (bateria); o grupo encontrou neste quinteto a maturidade como compositores, como intérpretes e, mais importante, como banda. A formação que viria ser considerada a ideal por fãs e crítica entrou em estúdio, um ano depois, ainda produzidos por John Antnony, e gravou uma obra-prima.

O álbum abre com "The Musical Box", uma longa peça (10min30seg) que inspirou a sangrenta, bizarra e dantesca capa, onde uma menina e sua ama, no período vitoriano, jogam críquete com cabeças de outras crianças. No folheto que acompanhava o disco, há uma historieta imaginativa e gótica explicando-a em detalhes. Como música, "The Musical Box" tem grandes achados, transmitindo através da escolha de instrumentos e timbres, o clima e a trama que vão se desenvolvendo e se revelando aos poucos: a menina achando a caixa de música, maravilhando-se, o "envelhecimento" do irmão, o apetite sexual distorcido, a transformação e o epílogo. Nessa peça, quem já conhecia o grupo pôde perceber como a entrada de Steve Hackett foi proveitosa. As delicadas frases em sua Gibson e os solos mais distorcidos, sem perder a clareza, somaram muito ao som da banda. Temos que notar aqui que o trabalho de guitarra e bateria mantiveram a linha escolhida pelo grupo, mas o nível dos artistas fez a diferença. Outro destaque é o vocal de Peter Gabriel, mais interpretativo do que era até então.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 2

A segunda faixa, como contraponto, é uma singela balada acústica de apenas 1min43seg, delicada e gentil como seu tema. "For Absent Friends" descreve suavemente, como quem vê uma cena de filme, uma visita de duas viúvas à igreja. Sua melodia é tão doce que qualquer letra, romântica ou pastoril, se encaixaria perfeitamente nela, desde que tivesse como tema a paz.

"The Return Of The Giant Hogweed", outra faixa longa, traz à memória os engenhosos e pueris filmes B de ficção científica dos anos 50, narrando a história bizarra de um arbusto gigante que destruiria a todos nós, imune a qualquer bateria herbicida. Mais notável que a música, a letra é um trunfo bem jogado por Peter Gabriel que, mais uma vez, tem a chance de ser mais um ator que um cantor. Qualquer semelhança com a narração de "Guerra dos Mundos" por Orson Welles pode não ter sido mera coincidência.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 3

O lado B brindava o ouvinte com, na minha modesta opinião, a melhor peça do Genesis desta fase. "Seven Stones" é como um aliança de ouro com um diamante incrustado: o mineral mais cobiçado e o metal mais rico são combinados para dar um sentido palpável a um sentimento, valorizando ao mesmo tempo a jóia. A história do velho marinheiro vai entrando mais em nosso coração que em nossos ouvidos, e os acordes finais do mellotron de Banks (uma das grandes marcas registradas do Genesis), sublinhados pela bateria, é um dos finais mais felizes que qualquer música jamais teve.

Outro achado é "Harold The Barrel", que se segue. A música vai contando mais uma historieta, dessa vez através de um noticiário, de pessoas na rua e dos protagonistas do drama que se desenrola e culmina num suicídio anunciado várias vezes. Antes que Harold pule do alto do prédio, todos tentam dissuadi-lo, inclusive sua mãe. Essa, por sinal, é apresentada brilhantemente através do arfar resfolegante por ter subido os degraus de um prédio, onde seu filho se encontra no parapeito, sonhando estar a muitas milhas distante, navegando num barco em alto-mar. Seu final, inconcluso, é outro ponto marcante, e você não tem como evitar se sentir despencando junto com o infeliz Harold.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 4

Tal e qual no lado A, uma peça mais suave serve de intermezzo entre histórias tão dramáticas e vigorosas. Agora é "Harlequin", que tem um arranjo mais calcado nas guitarras e violões, com os vocais cantando versos quase soníferos, de tão suaves que são, com imagens calmas como "All, always the same / but there appears in the shade of dawning / though your eyes are dim / all of the pieces in the sky."

Para finalizar, outra música de longa duração, como convém aos temas progressivos. Ambientada na Grécia Heróica, conta o mito de Hermafroditus, semideus que foi unido num só corpo a uma ninfa. Novamente baseando seu arranjo desde a introdução no som orquestral do mellotron e do órgão, "The Fountain of Salmacis", abre um pequeno espaço, no meio da peça, para que guitarra e flauta se destaquem, já que a cozinha Rutherford/Collins é simplesmente impecável nessa faixa. Vale a pena prestar atenção também nos vocais que se sobrepõem, reforçando a dualidade da origem do filho de Hermes e Afrodite que se funde a ninfa Salmacis (para quem não sabe, atualmente o termo hermafrodita designa indivíduos que possuem ambos os sexos).

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 5

Após esse disco perfeito, o Genesis gravaria outra obra de arte, "Fox Trot", álbum que finalmente levaria o grupo para os quatro cantos do mundo e que levaria o público em geral a descobrir esta maravilha que é, ainda hoje, "Nursery Cryme".

Compartilhar no FacebookCompartilhar no WhatsAppCompartilhar no Twitter

Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps


Stamp
Bangers Open Air


publicidadeAdriano Lourenço Barbosa | Airton Lopes | Alexandre Faria Abelleira | Alexandre Sampaio | André Frederico | Andre Magalhaes de Araujo | Ary César Coelho Luz Silva | Assuires Vieira da Silva Junior | Bergrock Ferreira | Bruno Franca Passamani | Caio Livio de Lacerda Augusto | Carlos Alexandre da Silva Neto | Carlos Gomes Cabral | Cesar Tadeu Lopes | Cláudia Falci | Danilo Melo | Dymm Productions and Management | Efrem Maranhao Filho | Eudes Limeira | Fabiano Forte Martins Cordeiro | Fabio Henrique Lopes Collet e Silva | Filipe Matzembacker | Flávio dos Santos Cardoso | Frederico Holanda | Gabriel Fenili | George Morcerf | Geraldo Fonseca | Geraldo Magela Fernandes | Gustavo Anunciação Lenza | Herderson Nascimento da Silva | Henrique Haag Ribacki | Jesse Alves da Silva | João Alexandre Dantas | João Orlando Arantes Santana | Jorge Alexandre Nogueira Santos | José Patrick de Souza | Juvenal G. Junior | Leonardo Felipe Amorim | Luis Jose Geraldes | Marcello da Silva Azevedo | Marcelo Franklin da Silva | Marcelo Vicente Pimenta | Marcio Augusto Von Kriiger Santos | Marcos Donizeti | Marcus Vieira | Maurício Gioachini | Mauricio Nuno Santos | Odair de Abreu Lima | Pedro Fortunato | Rafael Wambier Dos Santos | Regina Laura Pinheiro | Ricardo Cunha | Richard Malheiros | Sergio Luis Anaga | Silvia Gomes de Lima | Thiago Cardim | Tiago Andrade | Victor Adriel | Victor Jose Camara | Vinicius Valter de Lemos | Walter Armellei Junior | Williams Ricardo Almeida de Oliveira | Yria Freitas Tandel |
Siga Whiplash.Net pelo WhatsApp
Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

Sobre Raul Branco

Colaborador sem descrição cadastrada.
Mais matérias de Raul Branco.

 
 
 
 

RECEBA NOVIDADES SOBRE
ROCK E HEAVY METAL
NO WHATSAPP
ANUNCIE NESTE SITE COM
MAIS DE 4 MILHÕES DE
VIEWS POR MÊS