Kaiowas: raiva esperada das palavras "metal" e "tribal"
Resenha - Kaiowas - Kaiowas
Por Thiago El Cid Cardim
Postado em 17 de janeiro de 2010
Nota: 7 ![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
Em seu material de divulgação, a banda Kaiowas descreve a si mesma como "metal progressivo tribal". À medida que você escuta as cinco faixas do EP inaugural deste trio de Los Angeles/EUA, pode ser que a definição faça algum sentido, até. No entanto, ainda é pouco para descrevê-los. É um rótulo que chega a diminuí-los. Estamos falando de um grupo que nasce com gana de ter sonoridade própria. Ainda que estejam buscando encontrar sua cara musical, permitindo-se cometer alguns deslizes aqui ou ali, eles provam que não têm medo de experimentar, de ousar, de dar a cara para bater. Basta uma olhadela na enorme quantidade de bandinhas fazendo o mesmo som repetitivo de sempre, dentro ou fora do metal, para entender que isso significa começar com um tremendo pé direito.

O nome da banda, inspirado na mesma tribo indígena brasileira que cometeu suicídio em massa e que deu nome à conhecida canção do Sepultura, não poderia ser mais adequado. Afinal, o vocalista estadunidense James DeWulf canta ao lado de dois brasileiros: o guitarrista Denner Viera e o baterista Rick Pivetta.
Numa análise bem rápida e superficial, daria até para dizer que o Sepultura da era "Roots" é clara inspiração dos caras. É, sem dúvidas. Mas não só. Quando "Oroboros" começa a tocar, por exemplo, o excelente trabalho instrumental visita a pancadaria tribal dos Cavalera. Mas consegue criar um clima envolvente, de viagem espiritual, levando o vocal de DeWulf do urrado ao quase messiânico, lembrando até a atual fase de Bono Vox em sua missão de salvamento mundial.
A coragem de fazer algo até mais experimental pode ser sentida tanto nos flertes eletrônicos de "Universal Mind" quanto nas vocalizações quase rap metal de "Barcelona" – ambas ecoando temperos de bandas como Rage Against the Machine. Por sinal, apesar de saber pegar pesado e furioso como o saudoso Dimebag Darrell (cujos riffs podem ser sentidos como referência aqui e acolá), Denner Viera também consegue ser um pouco Tom Morello, brincando e experimentando com as seis cordas e conseguindo resultados bem criativos.
Talvez o único defeito visível do Kaiowas, pelo menos por enquanto, possa ser sentido mais claramente na enorme faixa "Obey", que ultrapassa os 11 minutos. Trata-se de uma verdadeira viagem metálica, com quebradeiras por todos os cantos e uma percussão quase indígena. A música é boa. Mas o problema é que às vezes se perde dentro de si, parecendo que os músicos estão improvisando para si mesmos, sem mostrar de fato aonde querem chegar. O resultado é que, numa audição final, "Obey" acaba soando mais longa e cansativa do que é de fato. Ser um bom músico não significa ter que desfilar uma interminável masturbação instrumental apenas por fazer. Cuidado aí, rapazes.
O saldo geral deste EP, no entanto, é bastante positivo. O Kaiowas consegue fazer música com aquela raiva incontida que se espera das palavras "metal" e "tribal" contidas na descrição que os três criaram para si mesmos. E também consegue executar, com elegância, a excelência instrumental do "progressivo". Mas no seu liquidificador sonoro ainda cabem muitas outras coisas. Para o bem dos nossos ouvidos.
Line-up:
James DeWulf – Vocal
Denner Viera – Guitarra
Rick Pivetta – Bateria
Tracklist:
1. Oroboros
2. Universal Mind
3. Obey
4. Rise
5. Barcelona
Site:
http://www.myspace.com/kaiowasband
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



O clássico do rock nacional cujo refrão é cantado onze vezes em quatro minutos
Dream Theater anuncia turnê que passará por 6 cidades no Brasil em 2026
O disco que Flea considera o maior de todos os tempos; "Tem tudo o que você pode querer"
Helloween fará show em São Paulo em setembro de 2026; confira valores dos ingressos
A banda de rock que deixava Brian May com inveja: "Ficávamos bastante irritados"
O guitarrista que Geddy Lee considera imbatível: "Houve algum som de guitarra melhor?"
A opinião de Ronnie James Dio sobre Bruce Dickinson e o Iron Maiden
Os 11 melhores álbuns de rock progressivo conceituais da história, segundo a Loudwire
Como e por que Dave Mustaine decidiu encerrar o Megadeth, segundo ele mesmo
Lemmy lembra shows ruins de Jimi Hendrix; "o pior tipo de coisa que você ouviria na vida"
O álbum que define o heavy metal, segundo Andreas Kisser
Os shows que podem transformar 2026 em um dos maiores anos da história do rock no Brasil
A maior banda, música, álbum e vocalista nacional e gringo de 1985, segundo a Bizz
O clássico álbum ao vivo "At Budokan" que não foi gravado no Budokan
Os dois discos do ELP que Carl Palmer disse que deveriam virar vasos
Queen: Bowie, Mercury e a história de Under Pressure
Os álbuns dos Beatles mais possuídos (e os mais cobiçados) pelos colecionadores de discos
Dave Grohl explica porque não toca clássicos do Nirvana ao vivo


"Fuck The System", último disco de inéditas do Exploited relançado no Brasil
Giant - A reafirmação grandiosa de um nome histórico do melodic rock
"Live And Electric", do veterano Diamond Head, é um discaço ao vivo
Slaves of Time - Um estoque de ideias insaturáveis.
Com seu segundo disco, The Damnnation vira nome referência do metal feminino nacional
"Rebirth", o maior sucesso da carreira do Angra, que será homenageado em show de reunião
Metallica: "72 Seasons" é tão empolgante quanto uma partida de beach tennis
Pink Floyd: The Wall, análise e curiosidades sobre o filme



