Adrede: uma rara mistura original de Rap e Rock
Resenha - Em Nome Da Sujeira - Adrede
Por Giorgio Moraes
Postado em 22 de junho de 2009
A mistura de Rap e Rock emoldurando letras que se traduzem em ferozes críticas sociais não é mais novidade pra ninguém. Para alguns já soa até como saturação! No passado recente, o Brasil presenciou o nascimento de pelo menos meia dúzia de bandas nesse estilo - assim como viu também o desaparecimento das mesmas. Então, por que será que o Adrede - uma banda que usa e abusa dessa receita - consegue ser tão original com "Em Nome Da Sujeira"?

Oriundos de Indaiatuba, Xavier e Roger (voz), R3 (DJ), Marcelo (bateria), Guto (baixo) e China (guitarra) forjam uma sonoridade que propõe cruzar a politização dos Racionais com a visceralidade do Sepultura. Alternando o vocal falado de Xavier com o grito primal de Roger, o Adrede abre o CD desnudando a própria trajetória na faixa que leva o nome da banda: "Nunca tive medo de mostrar a cara, pra tudo na vida sempre tem a hora exata". Esse estilo direto e radicalmente objetivo está marcado a ferro e fogo nas 12 músicas que compõem "Em Nome Da Sujeira". Isso unido a riffs vigorosos, que vão do Hardcore ao New Metal, scratchs e pedaços de músicas de outros artistas (até Roberto Carlos entrou na festa).
O radicalismo do Adrede, entretanto, não se traduz em imposição de ideias, mas em exposição destas - numa tentativa de mostrar à sociedade que existe um mundo real para o qual ela insiste em fechar os olhos. "Impunidade", 7ª faixa do CD, é quase uma foto dessa passividade nociva: "Você concorda em assistir, sem reagir e nem se preocupar". "O Troco", que traz as guitarras do sempre inspirado Andreas Kisser, também deixa transparecer essa ânsia em ser ouvido: "Desculpa aí, quero falar. Mas parece que você não quer me escutar". "Mídia Urbana", com sua construção melódica que lembra a boa fase do Limp Bizkit, fala exatamente do poder midiático em manipular a verdade dos fatos em prol de um jogo de interesses; "Em Nome Da Sujeira" traz o embrutecimento humano diante das circunstâncias da vida; e "Jam" encerra os trabalhos mostrando que a galera do Adrede tem personalidade própria - e que não está interessada em abrir mão dela: "Se eu cumprir a tua regra, eu perco a diversão".
Destaco a produção de Caio Ribeiro - que soube colocar sujeira onde era necessário (apesar de ter ficado com a impressão que a bateria poderia soar mais 'graúda') - e o trabalho gráfico de Klayton Luz, que conseguiu capturar o conceito do CD.
O Ministério da Saúde Musical adverte: Ouça. Pense. Realize.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



O melhor compositor de letras de todos os tempos, segundo Axl Rose do Guns N' Roses
A lendária banda de rock que Robert Plant considera muito "chata, óbvia e triste"
A melhor música do Pink Floyd para Rob Halford, que lamenta muitos não compreenderem a letra
Max Cavalera achou que seria substituído no Sepultura por alguém como Robb Flynn
O álbum que, para Geddy Lee, marcou o fim de uma era no Rush; "era esquisito demais"
O recado curto e direto que Iron Maiden passou a Blaze Bayley quando o demitiu
O riff caótico do Metallica que foi criado por Jason Newsted
10 bandas que encerraram suas atividades em 2025
5 rockstars dos anos 70 que nunca beberam nem usaram drogas, segundo a Loudwire
A banda que Slash considera o auge do heavy metal; "obrigatória em qualquer coleção"
Jimmy Page faz post e comenta atual opinião sobre show do Led Zeppelin em 2007
O guitarrista desconhecido idolatrado por Frank Zappa e John Frusciante
Testament, Overkill e Destruction confirmam turnê conjunta em 2026
E se cada estado do Brasil fosse representado por uma banda de metal?
Por que Angra escolheu Alírio Netto como vocalista, segundo Rafael Bittencourt
James Hetfield revela qual o seu álbum favorito do Metallica
Rodolfo critica prática nociva do mercado do rock: "Isso não acontece no meio cristão"
A curiosa trajetória de Wagner "Antichrist" Lamounier um dos fundadores da lendária Sarcófago

Edguy - O Retorno de "Rocket Ride" e a "The Singles" questionam - fim da linha ou fim da pausa?
Com muito peso e groove, Malevolence estreia no Brasil com seu novo disco
"Opus Mortis", do Outlaw, é um dos melhores discos de black metal lançados este ano
Antrvm: reivindicando sua posição de destaque no cenário nacional
"Fuck The System", último disco de inéditas do Exploited relançado no Brasil
Giant - A reafirmação grandiosa de um nome histórico do melodic rock
"Live And Electric", do veterano Diamond Head, é um discaço ao vivo
Slaves of Time - Um estoque de ideias insaturáveis.
Com seu segundo disco, The Damnnation vira nome referência do metal feminino nacional



