Como era a divisão financeira de direitos autorais no Raimundos, segundo Digão
Por Gustavo Maiato
Postado em 26 de abril de 2024
A divisão do dinheiro que chega oriundo do direito autoral das músicas costuma ser assunto delicado nas bandas. No caso do Raimundos, isso gerou uma situação desconfortável porque a partir do segundo disco, "Lavô Tá Novo" (1995) era o vocalista Rodolfo quem ganhava maior fatia desse bolo.
Em entrevista ao Corredor 5, Digão, que na época era guitarrista, contou que se reuniu com Rodolfo e explicou a insatisfação da banda com esse esquema, já que todos se esforçavam igual e na hora das despesas todos arcavam de forma igualitária. Ele disse que a partir de então começou a ser dividido de forma igual o valor dos direitos autorais.
"Fiquei um ano refletindo sobre isso dos direitos autorais. Me fez mal. O Fred, por exemplo, assinou poucas músicas. É injusto com ele. Foi ele quem arrumou a gravadora. É injusto comigo e Canisso também. Na hora de pagar a conta, pagar empresário, era dividido por quatro. Pagar equipe, empresa etc. Numa banda é assim.
Por onde entra receita? Direitos autorais, venda de disco, show e propaganda. Se fosse seguir a lógica, o Fred deveria ganhar mais por disco e eu mais por show. Eu ia ficar milionário! [risos] Se você fez a música, bota seu nome lá, mas divide por quatro. Toda receita que entrar dividimos e ficam todos felizes. Não briguei com o Rodolfo. Só falei esse meu ponto. Era sacanagem, nós ralamos. O Rodolfo entendeu e dividiu. Ficamos dividindo até ele sair da banda. Ninguém ia trabalhar com o mesmo tesão".
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