Nuclear Blast Allstars: dez vocais e um grande compositor
Resenha - Out of the Dark - Nuclear Blast Allstars
Por Ricardo Seelig
Postado em 06 de outubro de 2008
Nota: 9 ![]()
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O que era para ser apenas um disco comemorativo aos vinte anos da gravadora alemã Nuclear Blast se transformou em um exemplo definitivo do talento de um dos maiores compositores do heavy metal contemporâneo.

"Nuclear Blast Allstars - Out Of The Dark" traz dez faixas compostas e produzidas por Peter Wichers, ex-guitarrista do Soilwork, sendo que cada uma delas conta com a participação de um vocalista diferente, escolhido a dedo no cast da companhia. É estupendo perceber o tamanho do talento de Wichers. As músicas de "Out of the Dark" passeiam pelas mais variadas tendências do metal extremo atual, mostrando o quão vasta é a capacidade criativa desse músico sueco.
O álbum abre com a ótima "Dysfunctional Hours", com os vocais de Anders Friden, do In Flames. Essa composição explora os caminhos mais atuais e modernos do metal, com passagens extremamente agressivas, melodias onipresentes, guitarras pesadíssimas e o vocal gutural característico de Friden. Ótimo início.
Na sequência temos "Schizo", paulada death metal com vocais de Peter Tadtgren, do Hypocrisy. Essa faixa possui um excelente refrão, daqueles feitos sob medida para ser cantado a plenos pulmões por multidões ensandecidas em shows. Uma das minhas favoritas do disco.
Jari Maenpaa, vocalista e guitarrista do excelente Ensiferum, é a voz de "Devotion", um black metal pesadíssimo e com blast beats insanos. Essa faixa é um dos maiores exemplos da capacidade de Peter Wichers em transitar com absoluto talento entre as inúmeras vertentes do metal extremo, já que ele compôs uma música que não fica devendo nada ao que há de melhor sendo feito na cena black atual. De cair o queixo!
Outra grande faixa de "Out of the Dark" vem a seguir. "The Overshadowing" traz Christian Alvestam, vocalista do ótimo Scar Symmetry, com sua característica alternância de vozes, ora extremamente gutural, ora com um timbre mais limpo. Além disso, "The Overshadowing" tem grandes melodias e altas doses de peso. Paulada na cabeça em mais um grande momento do álbum.
O injustiçado John Bush, que levou um equivocado pé na bunda do Anthrax, mostra o quanto a banda de Scott Ian errou ao dispensá-lo. Com um início que parece ser uma homenagem è levada de bateria da versão que o Van Halen fez para "Oh Pretty Woman" de Roy Orbison, "Paper Trail" é um hardão cadenciado, e mostra que Bush se sai bem em qualquer estilo de metal, não apenas no thrash de suas ex-bandas (Anthrax e Armored Saint).
Bjorn Strid, chapa das antigas de Wichers (os dois tocaram por vários anos juntos no Soilwork) atesta mais uma vez o porque de ser considerado por grande parte da mídia especializada como uma das melhores vozes da atual geração. "The Dawn Of All" é uma composição que foge um pouco do que ele e Peter Wichers fizeram quando estavam juntos (e que gerou, ao menos, uma obra-prima do heavy metal contemporâneo, o estupendo "Natural Born Chaos", lançado pelo Soilwork em 2002), já que navega por mares mais calmos, com um andamento mais cadenciado e com Bjorn cantanda de forma limpa. Pode-se dizer até que "The Dawn Of All" é a mais "radiofônica" entre as faixas de "Out of the Dark", se é que esse termo pode ser usado em um disco como esse.
O pau volta a comer solto em "Cold is My Vengeance", death clássico com a voz de Maurizio Iacono do Kataklysm, assim como em "My Name is Fate", que traz Mark Osegueda, do Dark Angel, em uma das composições mais inspiradas do trabalho.
Outra das minhas preferidas é "The Gilded Dagger", com os vocais da dupla do Sonic Syndicate, Richard Sjunnesson e Roland Johansson. Estruturalmente, "The Gilded Dagger" é similar a "Dysfunctional Hours", explorando caminhos atualíssimos quando se fala de música pesada.
Fechando o disco, "Closer to the Edge" traz o vocalista do Mnemic, Guilaume Bideau, em uma faixa repleta de passagens climáticas, com um aspecto até meio industrial e um resultado final que agrada bastante.
Apenas essas dez composições inéditas já bastariam para transformar "Out of the Dark" em um lançamento imperdível, mas ainda tem mais! O álbum vem com um segundo CD repleto de faixas bônus, onde os principais destaques são "The Ancestral Fever" do Dimmu Borgir, "Tyrants" do Immortal, "As He Creates, So He Destroys" do Nile e "Purge The World" do Exodus, elevando ainda mais a qualidade do material.
Por tudo isso, "Out of the Dark" é uma justa homenagem a uma das mais importantes gravadoras de heavy metal do mundo, além de ser uma prova incontestável do talento único de Peter Wichers, um brilhante compositor que a cada dia escreve o seu nome entre os maiores do estilo.
Altamente recomendável!
CD1
1. Dysfunctional Hours (Feat. Anders Friden)
2. Schizo (Feat. Peter Tagtgren)
3. Devotion (Feat. Jari Maenpaa)
4. The Overshadowing (Feat. Christian Alvestam)
5. Paper Trail (Feat. John Bush)
6. The Dawn Of All (Feat. Bjorn Strid)
7. Cold is My Vengeance (Feat. Maurizio Iacono)
8. My Name is Fate (Feat. Mark Osegueda)
9. The Gilded Dagger (Feat. Richard Sjunnesson & Roland Johansson)
10. Closer to the Edge (Feat. Guillaume Bideau)
CD2
1. Dimmu Borgir - The Ancestral Fever
2. Immortal - Tyrants
3. Nile - As He Creates, So He Destroys
4. Exodus - Purge the World
5. Bleed the Sky - The Martyr
6. Meshuggah - Futile Breed Machine
7. Epica - Replica
8. All Shall Perish - Prisoner of War
9. Agnostic Front - All is Not Forgotten
10. Threat Signal - Counterbalance
Outras resenhas de Out of the Dark - Nuclear Blast Allstars
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