Motörhead: aprovado com louvor no fator tempo
Resenha - Iron Fist - Motörhead
Por Maurício Dehò
Postado em 05 de junho de 2008
Nota: 9 ![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
Na série de relançamentos do Motörhead, trazida ao Brasil pela Dynamo Records, outro título encontrado em versão estendida é mais um clássico do power trio: "Iron Fist". A montanha-russa da banda subiu ("Overkill"), subiu ("Ace of Spades") e subiu ("No Sleep 'Til Hammersmith"). Mas nem tudo dura para sempre. Apesar de mais um disco memorável na carreira dos britânicos, "Iron Fist", lançado em janeiro de 1982, foi o começo da descida do grupo – que, felizmente, nunca chegou a afundar.
A ironia é que a produção ficou a cargo do guitarrista Eddie Clarke, ao invés de prosseguirem com Vic Maile, que esteve no então último disco, "Ace of Spades". E, logo em seguida, o guitarrista deixaria a banda, em conflito com Lemmy. Ao invés de toda a sujeira e o peso que colocaram o Motörhead no topo, Clarke encaminhou o som de "Iron Fist" para um lado mais polido do que a banda vinha apresentando e com uma voz mais cheia de efeitos de um Lemmy um pouco robótico. Isto tirou um pouco daquele peso e do aspecto direto do último disco e fez do trabalho mais acessível. Mas não foi um problema tão grande, visto que o "padrão Motörhead de qualidade" está carimbado nas composições.
Se o comecinho no baixo de "Ace of Spades" deu certo, por que não tentar de novo? Desta boa aposta surgiu a faixa-título "Iron Fist", melhor disparada do CD, com riffs simples, mas certeiros, e um refrão simplesmente histórico, que gruda na cabeça na hora. Afinal, quem pode contra este Punho de Ferro!?
O trio nem precisa de comentários. Mesmo que Clarke já estivesse de saída, a experiência de meia década juntos mostra que Lemmy, Clarke e o baterista Phil Taylor estão com os ponteiros acertados. Desde o início, é som atrás de som. "Heart of Stone" é veloz, intensa. "I'm the Doctor" traz o vozeirão rouco de Lemmy mais grave que o usual, mandando ver numa letra replete de ironia. "Go To Hell", mais cadenciada e liderada pela guitarra, é uma das melhores, e a influência do Blues é total em "Loser".
O riff de "America" é repetido tantas vezes, que é impossível não ficar com um eco na cabeça com todo o seu groove, assim como na gingada de "Bang to Rights". Já o Rock e o Hard mais acessíveis são representados em momentos como de "(Don't Need) Religion" e nos grandes riffs da mais pesada "Shut it Down".
O relançamento da Dynamo é cheio de versões. "Remember me, I'm Gone", não presente no repertório original tem sua versão normal e uma com vocais alternativos, intitulada "Same Old Song, I'm Gone". Já "Heart of Stone" torna-se a boa "Lemmy Goes to the Pub", enquanto "(Don't Let 'em) Grind You Down", pouco muda. Talvez o mais diferente seja a versão instrumental para "Sex & Outrage", a violenta "Young and Crazy".
"Iron Fist" é mais um grande momento do Motörhead, apesar de ter sido alvo de polêmica por ser um pouco mais acessível, principalmente após o pé-na-porta "Ace of Spades". Mas, calma lá, a agressividade é um item fundamental para esta banda e, definitivamente, este trabalho é digno de estar na discografia do Motörhead. Quem decide mesmo é o fator tempo e nisso este álbum foi aprovado com louvor. Altamente recomendado.
Track List:
1. "Iron Fist" – 2:55
2. "Heart of Stone" – 3:04
3. "I'm the Doctor" – 2:43
4. "Go to Hell" – 3:10
5. "Loser" – 3:57
6. "Sex & Outrage" – 2:10
7. "America" – 3:38
8. "Shut it Down" – 2:41
9. "Speedfreak" – 3:28
10. "(Don't Let 'em) Grind You Down" – 3:08
11. "(Don't Need) Religion" – 2:43
12. "Bang to Rights" – 2:43
13. "Remember Me, I'm Gone" – 2:18
14. "(Don't Let 'em) Grind You Down" (versão alternativa) – 3:09
15. "Lemmy Goes to the Pub" (alternativa de "Heart of Stone") – 3:02
16. "Same Old Song, I'm Gone" (alternativa de "Remember Me, I'm Gone") – 2:20
17. "Young and Crazy" (versão instrumental de "Sex & Outrage") – 2:12
Formação:
Lemmy Kilmister- baixo e vocal
Eddie Clarke – guitarra
Phil Taylor - bateria
Lançamento nacional – Dynamo Records*
Também estão sendo relançados "Ace of Spades", "Overkill" e "Another Perfect Day". Posteriormente estarão disponíveis ainda "No Remorse" e "Rock 'n' Roll".
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Internautas protestam contra preços de ingressos para show do AC/DC no Brasil
A banda que não ficou gigante porque era "inglesa demais", segundo Regis Tadeu
Como James Hetfield, do Metallica, ajudou a mudar a história do Faith No More
A única música do "Somewhere in Time" do Iron Maiden que não usa sintetizadores
A melhor banda de metal de todos os tempos, segundo Scott Ian do Anthrax
Os três melhores guitarristas base de todos os tempos, segundo Dave Mustaine
Os três clássicos do Iron Maiden que foram "copiados" do Michael Schenker Group
Os dois solos que, para Ritchie Blackmore, inauguraram a "guitarra elétrica inglesa"
West Ham une forças ao Iron Maiden e lança camiseta comemorativa
O álbum que rachou o Deep Purple: "O Jon gostou da ideia, mas o Ritchie não"
A música lançada há 25 anos que previu nossa relação doentia com a tecnologia
A melhor música de cada disco do Metallica, segundo o Heavy Consequence
Slash dá a sua versão para o que causou o "racha" entre ele e Axl Rose nos anos noventa
Cinco clássicos dos anos 90 que ganharam versões heavy metal



Quando Lemmy destruiu uma mesa de som de 2 milhões de dólares com um cheeseburguer
O artista que serviu de ponte entre o punk e o heavy metal, segundo Kirk Hammett
A melhor música do Motörhead, segundo Kirk Hammett (Metallica)
Baterista Mikkey Dee (Scorpions, Motörhead) fará turnê tocando Kiss com orquestra
Designer relembra a história por trás da capa de "Bomber" - clássico do Motörhead


