Candlemass: os pais do Doom Metal de volta
Resenha - King Of The Grey Islands - Candlemass
Por Maurício Dehò
Postado em 23 de fevereiro de 2008
Nota: 9 ![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
Depois de um bocado de confusão com a saída do (excelente e temperamental) vocalista Messiah Marcolin, os pais do Doom Metal voltaram com força total e renovados. Já são mais de duas décadas de história, sacramentada em oito álbuns de estúdio. Com a entrada de Robert Lowe, que também canta no Solitude Aeturnus, o mais novo disco – o nono –, intitulado "King of the Grey Islands", põe-se junto aos melhores na coleção dos suecos do Candlemass.
Como é de se esperar da banda liderada pelo baixista Leif Edling, aquelas características fundamentais e que definem o som do grupo estão lá. O que mudou mesmo foi nos vocais, uma vez que há bastante diferença entre os típicos de Messiah Marcolin, que tem um timbre muito próprio, e o de seu substituto. Lowe vai por um caminho mais ligado ao Metal Tradicional, com um uso maior de agudos e trechos mais rasgados. Sim, as duas fases do Candlemass são diferentes, mas isso não quer dizer que falte qualidade no novo trabalho. Pelo contrário.
Todo o peso e a melancolia vêm desde a intro, "Prelude", que é bem sombria e apresenta "Emperor of the Void", uma daquelas que já vale o disco. Os riffs firmes de Lars Johansson e Mats Björkman ecoam de forma violenta, uma guitarra com o famoso "wah-wah" dá um toque a mais e o ritmo é consistente, só aumentando o peso. A composição é muita boa, com o refrão bradando a letra que deu nome ao disco - bela capa por sinal. O destaque fica pelo clima grandioso, que é enfatizado por um teclado bem discreto, mas eficiente, além da voz de Lowe, se encaixando perfeitamente.
O disco segue com "Devil Seed", que tem um andamento mais arrastado e linhas simples, elementos típicos do Doom dos suecos. A faixa parece saída de um filme de terror e remete bastante ao som que o Black Sabbath fazia em seus primórdios. A voz de Lowe trás um desespero especial, ainda mais nesta faixa, que tem a letra falando do vazio existencial. Enquanto isso, "Of Stars and Smoke" tem tudo que o Candlemass costuma fazer, mas um refrão mais melódico, muito bom também.
Outros bons momentos vêm em faixas como "Demonia 6", "Man of Shadows", com grandes solos de Johansson e um refrão bem dark, além de "Clearsight", que mostra linhas de vocal muito boas por Robert Lowe. Para encerrar, uma intro instrumental para a faixa mais longa do disco, a épica "Embracing the Styx", com oito minutos. Além do clima grandioso, há muitas variações, como um momento só no baixo – cheio de distorção – e o final mais lento, no violão.
Talvez o único porém do disco fique na parte de produção. No geral, tudo é muito bom, pesado, mas poderia haver esta preocupação também com a bateria de Jan Lindh. Apesar da precisão segurando o ritmo, em alguns momentos as faixas pedem mais e as batidas ficam um pouco "escondidas" atrás das guitarras, sempre em primeiro plano.
O belo bônus da edição fica com os dois clássicos do Candlemass "Solitude" e "At the Gallows End" – creditados fora de ordem na contra-capa –, regravados na voz do novo integrante. O resultado é muito bom. Claro que pinta uma saudade das versões originais, já que elas já estão gravadas nas mentes do fãs da banda, mas dizer que Lowe faz um serviço ruim é simplesmente impossível. E a gravação bem crua, 100% real, só dá mais crédito à atual formação dos suecos.
Leif Edling & Cia não deixaram a saída de Messiah Marcolin abalar a banda. Pelo contrário, tiveram peito para chamar um vocalista totalmente diferente, mas sem perder a identidade de mais de duas décadas de Doom Metal. "King of the Grey Islands" é um item que se encaixa entre os melhores da carreira do Candlemass, então, se você ainda não ouviu, corra atrás. Aliás, demorou!
Formação:
Robert Lowe – vocal
Mats Björkman - guitarra-base
Lars Johansson – guitarra
Leif Edling – baixo
Jan Lindh – bateria
Track List:
1. Prologue
2. Emperor of the Void
3. Devil Seed
4. Of Stars and Smoke
5. Demonia 6
6. Destroyer
7. Man of Shadows
8. Clearsight
9. The Opal City
10. Embracing the Styx
11. Solitude
12. At the Gallows End
Lançamento Nacional - Rock Brigade Records/Laser Company
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Youtuber que estava no backstage do último show de Alissa com o Arch Enemy conta tudo
Os 11 melhores álbuns de rock progressivo conceituais da história, segundo a Loudwire
Ouça "Nothin'" e "Atlas", novas músicas do Guns N' Roses
O melhor disco de Raul Seixas, apurado de acordo com votação popular
Steve Harris admite que a aposentadoria está cada vez mais próxima
A obra-prima do Dream Theater que mescla influências de Radiohead a Pantera
Regis Tadeu indica disco "perfeito" para uma road trip: "Todo mundo detesta, mas é bom"
Robert Plant acrescenta o Rio de Janeiro à turnê brasileira em 2026
Após negócio de 600 milhões, Slipknot adia álbum experimental prometido para esse ano
A lendária guitarra inspirada em Jimmy Page, Jeff Beck e Eric Clapton que sumiu por 44 anos
O maior compositor do rock'n'roll de todos os tempos, segundo Paul Simon
Fender lança linha de instrumentos em comemoração aos 50 anos do Iron Maiden
Sacred Reich anuncia o brasileiro Eduardo Baldo como novo baterista
Quando David Gilmour salvou um show do Jimi Hendrix; "eles estavam muito nervosos"
Os shows que podem transformar 2026 em um dos maiores anos da história do rock no Brasil


Vocalista do Candlemass não sentiu ciúmes da reunião da banda com Messiah Marcolin
Após show de reunião, Messiah Marcolin gostaria de seguir com o Candlemass
Ex-vocalista do Candlemass perdeu oportunidade de cantar no Ghost por não ver mensagem no MySpace
Metallica: "72 Seasons" é tão empolgante quanto uma partida de beach tennis
Clássicos imortais: os 30 anos de Rust In Peace, uma das poucas unanimidades do metal


