Napalm Death: legado musical inquestionável
Resenha - Smear Campaign - Napalm Death
Por Maurício Gomes Angelo
Postado em 25 de setembro de 2007
Nota: 9
Brutalmente suculento é um termo que define bem o Napalm Death. "Suculento" no máximo que a crueza e agressividade pode ser. Chegando ao 12º álbum de estúdio em 20 anos, é impressionante o quanto conseguem manter a solidez e qualidade de sua música. Resultado de firmeza, consciência e um legado musical inquestionável – seja na parte sonora ou lírica.
Eles não abrem concessões, e nem devem fazê-lo, já que peças como "Fatalist", "Puritanical Punishment Beating" e "Shattered Existence" falam por si só. Difícil mensurar o quanto Barney Greenway está possesso e o resto da banda afiada. Talvez a própria descrição dada por eles mesmos no encarte seja uma boa forma de se apresentar: Mark faz os "shouting, screaming, swans and sermons", Shane Embury é o responsável pelas "four strings of the apocalypse", Mich Harris entrega os "shredding, grinding, subliminal noise, shrill cries" e a bateria de Danny Herrera é colocada apenas como "blast beat terrorism".
Eu não faria melhor.
Independente de qualquer coisa, fato é que "Smear Campaign" é uma das porradaças mais inspiradas que o Napalm já lançou – algo que vem se tornando contínuo e vivo desde, no mínimo, "Enemy Of The Music Business". A produção de Russ Russel, que já vem trabalhando há um tempo com eles, continua perfeita para aquilo que a banda propõe: é suja e ríspida, mas sem descuidar da qualidade. Percebe-se também que a saída da guitarra de Jesse Pintado não fez falta ao grupo. Mich Harris é um monstro de criatividade e punch suficientes pra segurar a responsabilidade, e o que ele faz ao lado de Embury é no mínimo assustador. "Persona Non Grata", "Short-Lived" e "Warped Beyond Logic" são amostras fiéis disto.
Obviamente, há faixas mais puxadas para o hardcore enquanto outras se fiam em algo mais metal. A separação, no entanto, é despropositada. O que você vai encontrar aqui, em essência, é aquilo que o Napalm se tornou desde a sua fundação: a gema do grindcore mundial. Se eles não perdem o fôlego com a idade, mas, pelo contrário, mostram-se ainda mais ferozes, burilando a "podreira" com técnica e acidez, sorte a nossa.
O Napalm Death se firma ainda mais no topo a cada lançamento, sedimentando clássicos atrás de clássicos. Até covardia compará-los com qualquer outra coisa. Ouça o álbum – sem dúvida ficará um bom tempo no CD player. E aproveite a turnê.
Formação:
Mark "Barney" Greenway (Vocal)
Mitch Harris (Guitarra)
Shane Embury (Baixo)
Danny Herrera (Bateria)
Site Oficial: www.napalmdeath.org
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