Gypsy Pistoleros: Hard com influência flamenca?
Resenha - Wild, Beautiful, Damned! - Gypsy Pistoleros
Por Ben Ami Scopinho
Postado em 20 de setembro de 2007
Nota: 8 ![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
Bom, quando achamos que não há mais o que se misturar ao rock´n´roll, aparece alguém fazendo algo realmente diferente. O Gypsy Pistoleros vem da Inglaterra e tem como embrião o White Trash, onde o vocalista Lee teve a oportunidade de tocar nos anos 80 com Ramones, Dio, Black Sabbath, entre vários outros grupos. Tudo ia bem para uma banda iniciante, até que resolveram incorporar a seu Hard Rock um gênero musical tradicional da Espanha, o Flamenco. Na época, isso foi considerado um sacrilégio, imagine a ousadia! Ritmos latinos 'sujando' a 'pureza' do Hard Rock... Mas o White Trash insistiu e aguentou a barra até a segunda metade da década seguinte, quando acabou por se dissolver.

Agora Lee Pistolero voltou à ativa com outro bando: Iggie Pistolero (guitarra), Angel Pistolero (baixo) e Leeroy Pistolero (bateria), que se autodenominam Gypsy Pistoleros e estão estreando com "Wild, Beautiful, Damned!". A idéia aqui é manter ainda mais distância do rock´n´roll convencional, pois agora sua música vem realmente baseada no Flamenco, misturada ao Hard Rock sujo e ainda o rock clássico. E a coisa toda não pára por aí, pois além das guitarras dividirem espaço com os trompetes, muitas das músicas são cantadas em inglês misturado com um espanhol bem vulgar, de rua mesmo.
Ainda que alguns arranjos pareçam similares entre si, o resultado é uma maçaroca sonora infame e alto-astral (realmente garante boas risadas!), que intriga o ouvinte despreparado. Mas quando o cérebro consegue digerir este coquetel apimentado, vamos percebendo que o Gypsy Pistoleros merece muito crédito, pois elaborou composições muito bem sucedidas como a veloz "The Crazy Loco Loquito", "Una Para Todo Es Bandido!" e "What's It Like To Be A Girl In The House Of 1000 Dolls?". E como seus músicos parecem adorar a cultura da Espanha, fizeram um cover de Los Chunguitos (grupo de rumba deste país que está na ativa desde os anos 70), onde infernizam com "Shotgun Kiss Is Ay Que Dolor".
Há uma balada acústica chamada "Moonchild" e momentos mais hard/glam ficam por conta de "Un Hombre Sin Rostro, Pistolero" (mas que refrão!!!), a pesadíssima "1-2-3-4 Kiss Me Then I'm Damned For Sure", "Switchblade Kiss Comes Close" e ainda "Jet, Jet, Jet Boyz", que fecha o CD. Tudo é bastante insano, merecendo destaque a potente e debochada voz de Lee e o pistoleiro Iggie, cuja guitarra está em total sintonia com a proposta do grupo. Se alguém já assistiu a algum filme de Quentin Tarantino e prestou atenção em suas trilhas sonoras, terá uma vaga noção do que é "Wild, Beautiful, Damned!".
Gypsy Pistoleros conseguiu debutar com um álbum que possui uma personalidade um tanto quanto curiosa. Vai dividir as opiniões? Com certeza! Mas este é mais um dos motivos para ser conhecido, principalmente por quem aprecia Mötley Crüe, Hanoi Rocks e Ramones, que também são as influências admitidas pelos pistoleiros. Mas não apenas o pessoal que curte o glam deve correr atrás deste álbum... "Wild, Beautiful, Damned!" merece uma boa conferida por parte daqueles que estão sempre em busca de algo diferente no universo do rock´n´roll.
Gypsy Pistoleros - Wild, Beautiful, Damned!
(2007 / Evil Boy Records - importado)
01. The Crazy Loco Loquito
02. Un Hombre Sin Rostro, Pistolero
03. Forever Is Para Siempre
04. What's It Like To Be A Girl In The House Of 1000 Dolls?
05. Una Para Todo Es Bandido!
06. Senor Mangi Acqui
07. Moonchild
08. Switchblade Kiss Comes Close
09. Jet, Jet, Jet Boyz
10. Shotgun Kiss Is Ay Que Dolor
11. 1-2-3-4 Kiss Me Then I'm Damned For Sure
Homepage: www.gypsypistoleros.co.uk
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



O fenômeno do rock nacional dos anos 1970 que cometeu erros nos anos 1980
9 bandas de rock e heavy metal que tiraram suas músicas do Spotify em 2025
David Ellefson explica porque perdeu o interesse em Kiss e AC/DC; "Foda-se, estou fora"
A farsa da falta de público: por que a indústria musical insiste em abandonar o Nordeste
Os 15 melhores álbuns de metal de 2025 segundo a Rolling Stone
A lenda do rock nacional que não gosta de Iron Maiden; "fazem música para criança!"
A dificuldade de Canisso no estúdio que acabou virando música dos Raimundos
Ian Gillan nem fazia ideia da coisa do Deep Purple no Stranger Things; "Eu nem tenho TV"
Iron Maiden bate Linkin Park entre turnês de rock mais lucrativas de 2025; veja o top 10
Nick Cave descreve show do Radiohead como uma "atividade espiritual"
Cinco bandas de heavy metal que possuem líderes incontestáveis
Pink Floyd volta ao topo da parada britânica com "Wish You Were Here"
A canção de natal do AC/DC que foi inspirada em Donald Trump
Jeff Scott Soto não acha que Yngwie Malmsteen falou dele em recente desabafo
A banda fenômeno do rock americano que fez história e depois todos passaram a se odiar
Matt Sorum: ex-baterista do Guns N' Roses conta porque não deseja voltar à banda
O clássico dos anos 1970 que foi escrito em 20 minutos e faz sucesso até hoje
Descoberta a identidade do misterioso homem da capa do Led Zeppelin IV

Edguy - O Retorno de "Rocket Ride" e a "The Singles" questionam - fim da linha ou fim da pausa?
Com muito peso e groove, Malevolence estreia no Brasil com seu novo disco
"Opus Mortis", do Outlaw, é um dos melhores discos de black metal lançados este ano
Antrvm: reivindicando sua posição de destaque no cenário nacional
"Fuck The System", último disco de inéditas do Exploited relançado no Brasil
Giant - A reafirmação grandiosa de um nome histórico do melodic rock
"Live And Electric", do veterano Diamond Head, é um discaço ao vivo
Slaves of Time - Um estoque de ideias insaturáveis.
Com seu segundo disco, The Damnnation vira nome referência do metal feminino nacional



