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Smashing Pumpkins: Corgan criando mitos

Resenha - Zeitgeist - Smashing Pumpkins

Por Ferreira Ferreira
Postado em 13 de julho de 2007

Billy Corgan gosta de criar mitos. Talvez essa seja a maneira que ele encontrou para sublimar a sua existência mortal e justificar a sua visão dramática e épica do mundo. Talvez por isso ele tenha escolhido o dia sete do mês sete do ano de dois mil e sete para o lançamento de "Zeitgeist", o sétimo álbum dos Smashing Pumpkins, sua banda recém-ressuscitada. E talvez aquele grito esquisito aos sete minutos da sétima música do álbum signifique alguma coisa (bom, na verdade o lançamento foi adiado para o dia dez, há quem diga que este álbum seja o sexto da banda e aquele grito só acontece aos sete minutos e um segundo - mas é preciso muito mais do que isso para derrubar um mito).

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Em 1998, quando "Adore" seguiu a guitarrópera "Mellon Collie and the Infinite Sadness" (1995), com seu clima calmo e experimental, muita gente achou que os Smashing Pumpkins tinham desistido do rock. Depois veio "MACHINA/The Machines of God" (2000), um álbum menos inspirado e com uma sonoridade artificial (salvo algumas exceções), a banda acabou, Corgan inventou Zwan (banda-relâmpago de pop-rock psicodélico) e depois lançou seu primeiro álbum solo, "Future Embrace" (2005), eletrônico e introspectivo. Nesse meio tempo também saiu "Friends and Enemies of Modern Music" (2000), um álbum distribuído gratuitamente na internet, contendo raridades dos Smashing Pumpkins e que serviu como uma espécie de despedida da banda.

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"Zeitgeist" chega em um momento no qual os fãs mais desavisados da banda já tinham praticamente desconsiderado a possibilidade de um retorno. E começa bem, resgatando o famoso "rock Pumpkiniano" logo na primeira faixa, "Doomsday Clock" (que lembra uma versão um pouco mais vagarosa de "Quiet") e durante praticamente toda a primeira metade do álbum, em faixas como "7 Shades Of Black", "Tarantula" e "United States", retomando a inventividade, energia e talento da banda para criar músicas originais e com personalidade. A produção também remete um pouco aos primeiros álbums da banda, na forma como busca preservar os timbres e ruídos naturais das guitarras, da bateria e dos vocais. O ex-guitarrista da banda, James Iha, definitivamente faz falta, mas sem Jimmy Chamberlain na bateria essas músicas dificilmente teriam o mesmo peso e o clima épico que praticamente se tornou a marca registrada dos Pumpkins. Até mesmo o apelo comercial da banda, que nunca precisou deixar de ser original para fazer sucesso, parece ter se revitalizado - a faixa "Doomsday Clock" está na trilha sonora de "Transformers", um blockbuster americano que chega ao Brasil este mês.

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Por outro lado o tipo de abordagem adotado por Corgan nos seus últimos trabalhos também está presente, principalmente na segunda metade do álbum. A resposta do público a essa fase pós-Pumpkins em geral não tem sido muito positiva, mas parece que Corgan faz questão de insistir em determinadas escolhas, como a de usar arranjos mais homogêneos (evitando muitos altos e baixos), estruturas mais tradicionais (em oposição a uma maneira mais livre e intuitiva de compor), no vocal mais destacado e técnico (sendo que uma das maiores forças de Corgan está justamente no seu lado mais emotivo e visceral) e na produção, que de uma forma geral lembra bastante "Mary Star of The Sea" (2003) de "Zwan" e "Machina" – isto é, excessivamente limpa e controlada, o que parece ir contra a essência da banda. A princípio soa como se eles estivessem procurando achar um "meio-termo" entre opostos que não deveriam se misturar, embora os mais otimistas vão notar que também parece haver um novo fôlego, mesmo nas velhas idéias de Corgan, e que talvez ele tenha um plano e só precise de um pouco mais de tempo para colocá-lo em prática.

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O encarte do álbum mostra a estátua da liberdade mergulhada no que parece ser um mar de sangue, sugerindo uma abordagem política, social ou até mesmo ambiental, assuntos pouco comuns nas composições de Corgan. Também estão presentes temas mais recorrentes em seus trabalhos, como a sua imagem pública, relacionamentos humanos e questões filosóficas existenciais. Zeitgeist é uma expressão Alemã que significa "o espírito de uma era", mostrando que a megalomania de Corgan, combustível criativo de alguns dos seus melhores trabalhos, vai muito bem obrigado.

A banda ainda precisa resolver a sua crise de identidade antes que consiga produzir a sua próxima grande obra-prima, mas "Zeitgeist" é o mais perto que já chegaram disso em um bom tempo e deve agradar até mesmo aos fãs mais exigentes. Quem passou os últimos anos se perguntando quando é que os Smashing Pumpkins voltariam, agora já tem com o que se distrair e pode se ocupar com um uma pergunta um pouco mais complicada e bem mais interessante - "E agora?".

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Finalizo homenageando Corgan: sétimo parágrafo, sétima palavra.

Ferreira Ferreira, 7/7/7

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