Resenha - Obrigado e Volte Sempre - Claustrofonia
Por Fernando De Santis
Postado em 02 de janeiro de 2006
Escrever review de demos é uma tarefa divertida, mas muitas vezes torna-se algo complicado. Sempre estou correndo atrás para conhecer novas bandas nacionais e achei simpático o nome Claustrofonia. Ao colocar o CD desse trio (que conta com um batera fazendo participação especial), para rodar, fiquei meio apreensivo.
A primeira composição "Essa Canção Começa Assim (Metalinguagem)" começou a rodar e fiquei ansioso esperando o rock aparecer... passaram os 4 minutos e o que eu ouvi foi simplesmente uma música muito bem feita, com ótimo instrumental, mas que simplesmente não é rock! É um baião, com uma letra bicho grilo dessas que deixariam Gilberto Gil todo empolgado.
Então respirei fundo e comecei a procurar pelo tal do Rock n’ Roll em algum lugar nesse CD, de oito faixas. Tarefa árdua, mas com boa vontade, encontrei aqui ou ali um cacoete ou um tique de rock.
Contando com Arthur Tofani (viola, guitarra e eletrônicos), Daniel S. Maretti (baixo), Rodrigo EBA! (violão, voz e guitarra) e Marcos Banana (bateria – convidado especial) o Claustrofonia faz um som que raramente soa como rock. Às vezes temos um baião, às vezes aparece um som com cara de jazz e às vezes aparece algo que simplesmente não é possível rotular. O encarte é bem interessante, reproduziram um menu de restaurante, onde as letras estão espalhadas em forma de pratos ou descrição de pratos. É meio complicado de se acompanhar, mas ao ler as letras do Rodrigo EBA!, confesso que não me surpreendo com mais nada nesse CD.
Em minha busca pelo Rock que tanto gostamos aqui no Whiplash!, achei em "Floricultura" uma levada de Jazz com Rock, que até me lembrou um pouco o Relespública de Curitiba. Em "Odes A Reticências" cheguei a apostar que a musica fora gravada com o aquele brinquedo Genius, dos anos 80. Após uma introdução pra lá de irritante, "CIC, RG e Certidão de Casamento", apresenta um rock pop, muito estranho desses que exigem muita concentração, imaginação e paciência para entender. E quando tudo estava perdido, na faixa "Noite", a última composição da demo, ela... a distorção da guitarra apareceu! Mas da mesma forma que apareceu, sumiu... e ficou na saudades.
Não sei, acho que não estou preparado para ouvir ainda um baião que fale "Sem prosódia eu danço no contrapé" e considerar isso Rock n’ Roll. Os músicos são bons, o tal do Rodrigo EBA! tem uma imaginação das boas para compor... mas passem longe dessa demo, por favor!
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