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Resenha - Live In Detroit - Iggy & The Stooges

Por Cristiano Viteck
Postado em 11 de dezembro de 2004

Cá estamos nós no século XXI, em meio a uma 'indústria da música' que aborrece e chateia, atormenta e deprime". Estas são as palavras que Iggy Pop deixou registradas no encarte do DVD "Iggy & The Stooges: Live In Detroit", que chegou agora às lojas brasileiras através da gravadora Indie Records. Este material em vídeo capta o retorno dos Stooges aos palcos após uma ausência de 30 anos. A formação é quase toda original: Iggy Pop (vocal), Ron Asheton (guitarra), Scott Asheton (bateria) e Mike Watt (que substituiu Dave Alexander, no baixo), além da participação especial de Steve Mackay no saxofone em algumas músicas.

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Os Stooges nasceram em Detroit, em 1967, durante o auge psicodelia paz e amor e dos hippies de flor no cabelo. Porém, os Stooges batiam de frente justamente com tais ideais e em seu lugar denunciavam a total falta de sentido na vida para os jovens menos abastados dos Estados Unidos, cantavam sobre tédio e apatia e pregavam a destruição de tudo o que estivesse à sua frente, nem que para isso tivessem que destruir o próprio corpo.

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É claro que com essa receita os Stooges não fizeram sucesso. Já é lendária, por exemplo, a cena vivida por Iggy Pop quando a banda estava bem próxima do fim. Dando uma espiada numa loja de discos, o vocalista encontrou um exemplar do recém lançado terceiro álbum "Raw Power" (1973) largado em um cestão de ofertas sendo vendido por míseros 5 centavos e ainda assim ser despertar o mínimo interesse dos clientes. "É isso aí..." pensou um deprimido Iggy Pop, que na hora não tinha idéia de que ele e sua banda seriam uma dos nomes mais influentes da história do rock ao construir todas as bases onde, 10 anos depois, o punk rock iria se firmar.

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Os Stooges lançaram três álbuns de estúdio: "The Stooges " (1969), "Fun House" (1970) e "Raw Power" (1973). Se as vendas não foram as esperadas pela gravadora, por outro lado os Stooges conquistaram uma pequena legião de fãs formada "por gordos, aleijados, prostitutas, bandidos e a escória em geral", como definiu a banda. Exageros à parte, os shows dos Stooges deram notoriedade a grupo, em razão principalmente da auto-flagelação promovida por Iggy Pop, que várias vezes teve que ser conduzido ao hospital logo as apresentações devido aos ferimentos provocados por cacos de vidro, brigas com a platéia, saltos mal calculados sobre o público, etc.

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Os Stooges não sobreviveram a tamanha auto-destruição, mas Iggy Pop e seus demais integrantes sim, com exceção de Dave Alexander que ficou pelo caminho. Enquanto Scott e Ron Asheton caíram no ostracismo, Iggy Pop foi para a Alemanha onde se afundou de vez nas drogas e foi salvo pela mão amiga do cantor David Bowie, que incentivou a sua carreira solo (iniciada em 1977 com o álbum "The Idiot") trabalhando ao seu lado como compositor e produtor.

Uma série de discos solo lançados, alguns fantásticos e tantos outros descartáveis, e em 2003 Iggy Pop reuniu seus antigos colegas dos tempos dos Stooges para gravarem algumas músicas do seu mais recente disco "Skull Ring" . Este retorno dos Stooges já estava sendo esboçado desde 1997, mas se tornou realidade apenas no ano passado, numa época onde cada vez mais a indústria da música "aborrece e deprime", lembrando as palavras de Iggy Pop lá no começo.

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O DVD "Iggy & The Stooges: Live in Detroit" é uma ilha em meio ao mar de futilidades por onde o rock tem navegado ultimamente. Mesmo separados durante 30 anos, os Stooges não deixam espaços para gentilezas e concessões à indústria da música, esta mesma que faz os adolescentes de hoje consumirem "atitude de boutique" como se fosse algo realmente transgressor. "Eu não sou um produto", grita Iggy Pop em certo momento do show. Ao todo são 14 músicas executadas em menos de uma hora, tempo mais do que suficiente para que seja rompida a linha imaginária que divide público e artista. Iggy Pop salta sobre os amplificadores e mergulha sobre o público, enquanto Scott Asheton se esforça para manter a linha de sua bateria e Ron Asheton, quase uma estátua, dispara riffs certeiros, ora de forma bluesy e ora totalmente punk rock. E tudo isso acompanhado pelos olhos atentos do estreante baixista Mike Watt.

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Na metade do show, durante a execução de "Real Cool Time", Iggy Pop chama o público para o palco que o obedece no ato e lá permanece durante "No Fun", a música seguinte. Depois é Iggy Pop que se junta ao público para cantar "Fun House". Além destas, ainda estão presentes "1969", "I Wanna Be Your Dog" (que é repetida ao final do show), "TV Eye", a nova "Skull Ring", entre outras. Só ficaram faltando mesmo as canções do derradeiro álbum "Raw Power".

Nos bônus do DVD você ainda encontra uma galeria de fotos da primeira fase da banda e um show recente realizado numa loja de discos em Nova York, cujo barato são as histórias sobre a banda que Iggy Pop conta no intervalo de algumas músicas.

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Sobre Cristiano Viteck

Cristiano Viteck é jornalista em Marechal Cândido Rondon (PR), apresentadordo programa Garagem 95, da Rádio Difusora FM, e assina a coluna de música Pédo Ouvido do jornal O Presente.
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