Resenha - Powerslave - Iron Maiden
Por André Toral
Postado em 11 de junho de 2000
Nota: 10 ![]()
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Os anos oitenta foram grandes representantes da safra heavy metal de maior destaque no mundo, até os dias atuais; muitas bandas se separaram, muitas até desapareceram. O Iron Maiden fez, talvez, o melhor uso do que esta década proporcionou, em termos de som.
Quando Bruce Dickinson entrou na banda, em 1982, era como se a partir daquele momento a banda tivesse sido criada, pois houve uma grande diferenciação sobre o estilo antes tocado. Não que Iron Maiden e Killers não tenham seus devidos créditos, aliás, são ótimas pérolas do que foi uma banda mais crua, com Paul Di’Anno rasgando sua voz agressiva e rouca. Porém, se considerarmos que todas as bandas tem seus "golden years", chegaremos à conclusão de que a "trinca" The Number Of The Beast, Piece Of Mind e Powerslave representaram a fase mais produtiva do Iron Maiden.
Ao comentar o último representante desta observação, ou seja, Powerslave, podemos começar pela bela capa; Derek Riggs absorveu o sentimento da letra da canção principal e todo o seu conceito para transportar tudo aquilo à uma ilustração do tipo "tudo a ver" com a idéia principal. Não é de se estranhar que todos os desenhos tiveram que ser minuciosamente estudados para estarem devidamente dentro de um contexto e entendimento, o que engrandece ainda mais a atuação de Derek. Seus detalhes transformaram a capa deste álbum em uma das mais divertidas e enigmáticas de todos os tempos. Mas o maior destaque está na audição dos primeiros acordes musicais.
Powerslave é um álbum recheado de metal por todos os lados; é considerado o mais pesado da banda por muitos fãs. Em Aces High encontramos uma das introduções mais bem feitas de toda a história, após a qual inicia-se uma porradaria descomunal, que a transforma em uma das músicas mais rápidas e pesadas da banda. Nela, um tal de Bruce Dickinson chega ao limite de seus agudos, esgotando e renovando sua potência na fonte do heavy metal; Bruce segue o riff de guitarra em uma melodia vocal bastante acertada para a situação.
O que dizer do baixo galopante e rapidíssimo de Steve Harris? Nicko McBrain se mostra um verdadeiro destruidor com suas viradas precisas, enquanto Dave Murray e Adrian Smith fazem turnos em belos e rápidos solos. 2 Minutes To Midnight é uma das músicas mais clássicas da banda, tocada em todos os shows desde seu lançamento neste álbum. Possui um refrão forte, feito exatamente para ser executado em situações de shows - como de fato nós, fãs, fazemos. O riff que compõe a base principal da música é um clássico, pois lhe dá toda a estrutura para o seu desenvolvimento. Seu peso tradicional, seus solos fantásticos e a melodia vocal a transformaram em um hit indispensável para qualquer show, aonde seja.
Além disso, também vale a pena seguir o significado da letra que fala sobre guerra e que pode ser visto em seu clip. Losfers Words (Big ‘Orra) é uma maravilha em forma instrumental, que mostra todo o potencial sincronizado das guitarras, baixo e bateria; ao ser instrumental, é necessário dizer que, em se tratando de Iron Maiden, a razão de existir não está na vontade da banda em mostrar toda a sua virtualidade de maneira escancarada, pois podemos notar que sua estrutura é mais voltada ao contato direto dos fãs, mesmos que não sejam músicos.
Flash Of The Blade é outra faixa que conta com uma introdução feita pelas duas guitarras, baixo e bateria, e que se transforma em uma música de peso, com vocais altos e refrão marcante. Parte de seu solo é tomada por um dueto fora do comum, onde Dave e Adrian, como sempre, mostram uma precisão de 100% ao executar suas partes. The Duellists é marcada pela sua entrada contagiante e pela fantástica desenvoltura de Bruce nos vocais; a melodia vocal mostra-se muito bem distribuída no contexto geral, acompanhando e preenchendo o campo instrumental da maneira mais contagiante possível.
Para muitos fãs, não chega a ser um clássico, mas o fato é que este som possui atributos que fazem de Powerslave um clássico, como também as guitarras em dueto. Flash Of The Blade é outro primor de peso rasgado, regado por um vocal alto e primoroso, que construi um excelente clima para o refrão. Outro destaque é a guitarra que faz a estrutura primária da canção, diferenciando-se por não seguir a composição do riff central. Após isso, entramos em mais um clássico, a faixa-título (Powerslave), de autoria de Bruce Dickinson, com uma letra soberba, inteligente e muito bem argumentada - Bruce era estudante de História. Talvez ela contenha o riff mais matador e genial da banda, além de uma distribuição musical fora do comum, do começo à melodia de voz, refrão etc. As guitarras soam 101% perfeitas e notamos, de cara, que o solo (feito tanto por Dave quanto por Adrian) é um dos mais belos e melódicos do Iron Maiden. O baixo de Steve fica nítido e se sobressai com toques geniais que seguem o riff principal.
The Rime Of The Ancient Mariner é outro clássico indiscutível, de quase 15 minutos, que mostra do que uma banda pode ser capaz, quando sabe como fazer. E o Iron sabe, muito bem! Sua base é pesada, com um instrumental não menos e um vocal exato e melodioso, à altura de toda a música; Bruce, além de agudos, usa certa rouquidão grave em sua voz, dando um toque mais agressivo. Nicko, em sua bateria, se mostra muito versátil e munido de recursos para encorpar o instrumental.
Outro ponto alto é o baixo marcante e irretocável de Steve. Aliás, a letra é de autoria do próprio Steve, que confessou ser esta a sua melhor composição na banda; é extensa e distribuída em momentos diferentes. No meio de seu andamento, podemos escutar um "apetrecho" climático conduzido pelo baixo e guitarra, de maneira a dar um molho mais que especial à canção. Após isso, Bruce entra interpretando mais uma variação musical, dando início a uma mudança de ritmo após um de seus altos recursos vocais. No geral, este clássico contém o que de melhor existia no Iron Maiden, em uma composição fantástica e de pura inspiração, que faz dar pena de não ser tocada ao vivo atualmente.
Powerslave é isso, ou seja, um álbum de peso, originalidade e inteligência musical, que conduziu a banda ao fantástico Live After Death, e conseqüentemente à fama. Além disso tudo, foi graças a ele que o Iron Maiden pôde vir ao Brasil para o Rock in Rio I, em 1985. A observação que fica é que a banda bem poderia retornar à fonte dos anos 80, ao invés de prosseguir seus investimentos sonoros nos "polêmicos" anos 90.
UP THE IRONS!
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