Resenha - Bloodflowers - Cure
Por Karina Kosicki Bellotti
Postado em 21 de abril de 2000
Nota: 8 ![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
Robert Smith andou afirmando que depois da turnê de "BloodFlowers", o Cure acabaria. Os fãs novos, ou seja, que descobriram a beleza das composições de Smith nos anos 90, ficaram alarmados. Já os fãs mais antigos preferiram acreditar que é mais uma sentença de fim do Cure igual a muitas outras que o chefe Smith deu durante os 80 e os 90.
Se supuséssemos que o Cure acabasse mesmo, "Bloodflowers" seria um digno epitáfio, muito diferente do álbum anterior, "Wild Mood Swings" (1996), um disco pouco inspirado e quase dispensável.
É óbvio que não se deve cobrar do Cure o punch de outrora. Aliás, a banda vem seguindo o mesmo repertório de "Wish" (1991). "Disintegration" (89) marca a virada da deprê para a melancolia, enquanto desde "The Head on The Door" (até antes, com "Japanese Whispers"/"The Walk"), o Cure já assumia para o mundo sua faceta radiofônica.
"Bloodflowers", por sua vez, não chega a ser o melhor disco já feito pelo Cure (ao contrário da opinião de Bob Smith, segundo o site oficial). Foi alardeado como o desfecho de uma trilogia iniciada por "Pornography" (82) e seguida por "Disintegration", sem que maiores explicações fossem feitas : o que os álbuns teriam em comum? A semelhança não é muito visível, ainda que ecos das duas pontas da trinca pudessem ser percebidos.
No geral não são músicas de rápida digestão. Bob Smith sempre teve pleno domínio do uso do pop, ainda que em alguns momentos tenha negligenciado esse talento, principalmente a partir da década de 90.
Em geral, os bons momentos concentram-se e músicas longuíssimas, com introduções de mais de um minuto, em que a letra, extensa, segue a estrutura estrofe-refrão-estrofe, mas serve apenas de acompanhamento para uma lenta evolução dos arranjos, que vão se encontrando ao longo da canção, até culminar em um desfecho apoteótico.
Nesse álbum, BS explora a guitarra de forma emocionante, chegando a lembrar momentos em que o Cure era uma fábrica de hits e de canções no mínimo interessantes. "39" lembra bons momentos de "Wish" (como "End"), com uma levada dançante e arranjos psicodélicos
"Bloodflowers" já ganha pelo riff inicial, bem ao estilo "Pornography" , e continua a cativar pela melancolia embalada por guitarras viajantes. Lembra "Siamese Twins" sem o ranço depressivo.
"Watching me Fall" é fantástica, com guitarra densa e forte, amparando o melhor refrão do álbum. "Maybe Someday" é climática, bonita como "How Beautiful You Are", do "Kiss me Kiss me Kiss me" (87).
Moral da história : o Cure não decepciona, mas que dá vontade de correr para ouvir os antigões....
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Internautas protestam contra preços de ingressos para show do AC/DC no Brasil
O melhor baterista de todos os tempos, segundo o lendário Jeff Beck
A música lançada há 25 anos que previu nossa relação doentia com a tecnologia
Pistas a distâncias diferentes e com mesmo preço no show do AC/DC? Entenda
A banda que não ficou gigante porque era "inglesa demais", segundo Regis Tadeu
Jon busca inspiração no Metallica para shows de reunião do Bon Jovi
Meet & Greet com Dave Mustaine, que custa mais que um salário mínimo, está esgotado
Por que Angra não chamou Marco Antunes de volta, segundo Rafael Bittencourt
Tuomas Holopainen explica o real (e sombrio) significado de "Nemo", clássico do Nightwish
Quando Lemmy destruiu uma mesa de som de 2 milhões de dólares com um cheeseburguer
As músicas que o AC/DC deve tocar no Brasil, segundo histórico dos shows recentes
O hino do metal moderno cuja introdução nasceu de forma "telepática"
A melhor música que Bruce Dickinson já escreveu, segundo o próprio
Gus G explica por que Ozzy ignorava fase com Jake E. Lee na guitarra



O curioso motivo que leva Robert Smith a ser fã de Jimi Hendrix e David Bowie ao mesmo tempo
O ícone do thrash metal que comprou um modelo de guitarra por causa dos caras do The Cure
A música do The Cure tão depressiva que seu vocalista Robert Smith não queria cantar
A banda que Robert Smith nunca gostou: "Só falam de cerveja, futebol e quem grita mais"


