Resenha - Critical - Eric Weber's Reason
Por Salvatore DAngelo
Postado em 24 de agosto de 2004
A banda Reason, ou melhor dizendo, Eric Weber’s Reason, foi formada no início do novo milênio como um projeto solo de seu líder e remanescente desde então, o vocalista EW que lembra muitíssimo o "Sensacional Alex Harvey" ( vide "The Sensational AH Band" dos anos 70 ). Baixista, guitarrista solo e base, além de lyrics & music, aposta todas suas cartas no tradicional e eterno Heavy Metal por amor ao estilo.

Critical é influenciado, sobretudo, por dois dos eternos e idolatrados Monsters of Rock, Black Sabbath & Judas Priest, dentre outros. O projeto foi tomando forma e "poder" com a entrada de Rafael Rosa (indicado a EW por Kiko "Angra" Loureiro - participou da seleção para substituir Ricardo Confessori permanecendo por alguns meses na banda ensaiando e gravando demos) e de dois exímios "guitaHeros" - William César e Francisco Carbone, fatos estes que transformaram o projeto em banda.
Todo material - músicas e letras - árdua e criativamente desenvolvido por Eric "Reason" Weber, gerou início das gravações do full lenght Critical no final de 2002. O processo encerrou-se em meados de 2004, sendo que todos os instrumentos foram gravados sem que a banda fizesse um ensaio sequer - batera, baixo e vocal foram criados sobre uma guia de guitarra indo direto para os estúdios (Rafael Rosa’s Home Studio & London Musical Studio).
Looking Into Your Soul, que abre o debut, apresenta riffs à Tony "Sabbath" Iommi e cozinha fervilhante com pratos cintilando do início ao fim. A letra obscura retrata o lado sombrio onde uma pessoa pode chegar e estar devido a trilha de caminhos tortuosos. Your Life Was Blue é uma mensagem anti-drogas aos que viviam uma vida azul encontrando-se agora em um inferno sem cores. Eric "Harvey" Weber ataca novamente como na track anterior com vocais nitidamente semelhantes aos de Alex Harvey. O repique nos pratos acompanhando os solos de guitarra é de extremo bom gosto. Eric Weber e sua "Sensational Reason Band" executa com maestria outra faixa altamente influenciada pelo estilo único de Black "Eternal" Sabbath - Church Of Sorrow que aborda um tema muito polêmico - o abuso das igrejas explorando financeiramente as pessoas humildes que acabam por ceder o pouco que possuem aos "Marajás de Deus".
I’m The Killer foi a primeira música composta por EW e que nomeou o MCD Debut da então Banda Reason, lançado na metade de 2000 (vide O Grito #10 07/00). Apresenta guitarras nervosas, virtuosas e pesadíssimas no tradicional estilo Iommi, o Mestre dos Mestres ! (vide Born Again com Ian "Purple" Gillan). Expressa o sentimento de um serial killer por sua vítima. A intro é melódica com solo de guitarra acompanhando vocal em estilo balada, até a triunfal entrada de Eric "Killer" Weber destilando vocais rasgados – sem dúvida alguma é outra das poderosas do álbum apresentando grandioso solo duelado entre Luís Carlos de Luca (production / engineering) & EW. Master é outra à la Black "Master Iommi" Sabbath em que Francisco Carbone & William César exibem suas técnicas e competência de forma fiel ao tradicional Hard & Heavy Metal.
Talvez a mais speed do álbum, Raping Your Mind and Raping Your Soul com toda fúria do grande Eric esbanjada ao extremo, é uma crítica à massificação e banalização do mais influente meio de comunicação do mundo que é a televisão. Como não poderia deixar de ser (o título diz tudo) e de constar como em todo e qualquer bom álbum de Hard Rock, a balada Silence Love com teclados brilhantemente exeutados por Gunther Ogo e lindíssimo solo de violão por Carbone.
Time is too Late possui intro com solo distorcido de baixo finalizando energicamente o debut de forma clássica.
Atualmente Aldo Assada é o baixista oficial da banda (entrou após o término das gravações) deixando Eric Weber exclusivamente com os vocais e composições. EW foi e é altamente influenciado por Rob "The Metal God" Halford, Tim "The Ripper" Owens, Glenn "The Voice of Rock" Hughes, Ray Gillen, Freddie Mercury, Elvis "The King of Rock’n Roll" Presley, entre outros, sem deixar sua personalidade imitá-los. Por vezes nota-se certa semelhança de seu timbre com o de Tim "Iced Earth" Owens.
Breve Biografia de Eric Weber
Aos 8 anos seu presente de aniversário foi a coletânea Killers da banda Kiss, primeiro LP de Rock de sua vida. Segundo Eric: "eu realmente ouvia o disco durante o dia todo". Por volta de 83 a influência de Rock e Metal era grande, principalmente entre seus colegas - "eu passei minha infância inteira ouvindo Iron Maiden, Kiss e Twisted Sister". Quando tinha 16 anos é que se interessou em aprender um instrumento que foi a guitarra. Logo estava gravando suas primeiras demos com alguns covers que aprendia nas aulas.
Ao ingressar na universidade distanciou-se um pouco da música, mas em pouco tempo estava de volta. Foi nessa época que conheceu Luca, proprietário de uma pequena escola de música. Juntamente com seu novo amigo começou a criar algumas músicas levando-os a encarar o desafio de gravar uma demo para o Projeto Reason. Este desafio resultou na primeira demo da dupla chamada I´m The Killer. Continha duas composições próprias – a faixa-título e Girl – e dois covers de Judas "Jugulator" Priest da era Halford – Breaking the Law (from the British Steel album '80) e Love Bites (from Defenders of the Faith '84).
Nesta época Weber foi chamado através de um anúncio que havia publicado em uma revista, pelo guitarrista Diogo Rampazzo para fazer testes em uma banda de Speed Metal. Segundo EW: "o teste foi animal ! foi realizado no estúdio do Tiguez do Symbols; assim que me ouviu cantando veio perguntar quem era o vocalista; batemos um papo, elogiou-me e sugeriu que me aprimorasse fazendo aulas com o Edú Falaschi, então vocalista da banda em ascenção Symbols". Neste período deu uma força como roadie dos Symbols, estreitando ainda mais sua ligação com a banda. Em uma conversa com Tito que havia recentemente saído do time, Weber comentou que procurava por bons músicos profissionais, pois pretendia gravar um álbum. Foi então que Falaschi se ofereceu para produzir, tocar e ajudar a compor trazendo seu ex-companheiro de banda Rodrigo Arjonas para fazer as guitarras. Porém, a dupla Falaschi / Arjonas tomou outros rumos e não concluíram as gravações.
A partir daí... a atual fase está descrita no início desta resenha.
Salvatore D’ Angelo
[email protected]
Especial p/ O Grito 08/04
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



O guitarrista preferido de Mark Knopfler, do Dire Straits, e que David Gilmour também idolatra
Nick Holmes diz que há muito lixo no nu metal, mas elogia duas bandas do estilo
As 5 melhores bandas de rock dos últimos 25 anos, segundo André Barcinski
As 3 teorias sobre post enigmático do Angra, segundo especialista em Angraverso
Filho de Steve Harris é forçado a parar de tocar devido a problema de saúde
A canção proto-punk dos Beatles em que Paul McCartney quis soar como Jimi Hendrix
Os três álbuns mais essenciais da história, segundo Dave Grohl
Nicko McBrain admite decepção com Iron Maiden por data do anúncio de Simon Dawson
O principal cantor do heavy metal, segundo o guitarrista Kiko Loureiro
O hit do Led Zeppelin em que Robert Plant foi homofóbico, segundo John Paul Jones
"A maior peça do rock progressivo de todos os tempos", segundo Steve Lukather, do Toto
A faixa do Rush que Geddy Lee disse que "não envelheceu tão bem"
Danilo Gentili detona Chaves Metaleiro e o acusa de não devolver o dinheiro
O guitarrista que fundou duas bandas lendárias do rock nacional dos anos 1980
A opinião de Tobias Sammet sobre a proliferação de tributos a Andre Matos no Brasil
Trio punk feminino Agravo estreia muito bem em seu EP "Persona Non Grata"
Svnth - Uma viagem diametral por extremos musicais e seus intermédios
Em "Chosen", Glenn Hughes anota outro bom disco no currículo e dá aula de hard rock
Ànv (Eluveitie) - Entre a tradição celta e o metal moderno
Scorpions - A humanidade em contagem regressiva
Soulfly: a chama ainda queima
O disco que "furou a bolha" do heavy metal e vendeu dezenas de milhões de cópias


