Resenha - Ocean - Gaia Mesiah
Por Maurício Gomes Angelo
Postado em 27 de dezembro de 2005
Nota: 10 ![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
A primeira coisa que lembrei ao pegar este CD dos tchecos do Gaia Mesiah para resenhar é que o Leste Europeu tem uma cena interessantíssima mas, infelizmente, de alcance limitado. A barreira só é quebrada quando algum grupo consegue assinar com uma major, casos deles, segundo parece.

Sem rodeios, posso dizer muito sobriamente que "Ocean" é uma das obras mais surpreendentes e criativas que já ouvi. Poucas vezes vi alguém misturar tantas vertentes da música com igual competência. Rock, metal, pop, techno, reggae, punk, hip-hop e o diabo a quatro. São uma banda irrotulável. Do agressivo ao atmosférico em poucos segundos, do hardcore ao pop, do gutural ao singelo. Duvida? Então confira o death/punk/techno de "Black Bridge". Ou pule para "Mañana" e veja uma música que começa progressiva e descamba para um punk dançante pop/latino a lá Clash. Espere aí. "Blueberry Day" é o que? Bob Dylan? Björk? Talvez um pouco dos dois (ou nenhum deles!). Ecos de Carlos Santana e Bob Marley são ouvidos em "Legulize Marihuana".
Não se engane. Tudo isto faz um tremendo sentido. Eles não se propõem a fazer música experimental, dodecafônica ou meramente fragmentada para dizer que são diferentes. Há uma coesão e uma habilidade tremenda em reunir tudo isto. A música é gostosa e tem empatia. Funciona incrivelmente bem.
Injustiça destacar somente a camaleônica vocalista Marka Rybin (ainda não acredito que todas aquelas vozes são dela, mas são!) e esquecer do baixo encorpado e suingadíssimo de Josh Stewart ou dos riffs, bases e melodias incomuns tiradas da guitarra de Santa Morella, e claro, a bateria completamente viva e tresloucada de Misha Cortéz.
Três línguas foram usadas: inglês, espanhol e tcheco. Inúmeros timbres, climas, estruturas, melodias, influências, estilos vocais e harmonias. A criatividade parece não ter fim. Por que "San Pedro" não vira o novo hit mundial? Muito vanguardista? Besteira. É tão assoviável quanto qualquer standard das fms. Tudo é provocativo, irônico e diferente, como as letras e a arte gráfica. E eles ainda fazem questão de frisar no encarte: "No click. No samples. No artificial digital added". Coisa de macho.
Espero que a Universal Music lance esta belezinha por aqui. Enquanto isso vou permanecer tão incrédulo e feliz quanto agora e torcer para que você amplie seus horizontes musicais e compre este "Ocean". Raramente dei uma nota 10 tão merecida quanto esta.
Formação:
Marka Rybin (Vocal)
Santa Morella (Guitarra)
Josh Stewart (Baixo)
Misha Cortéz (Bateria)
Site Oficial: www.gaiamesiah.com
Universal Music (Importado) – 2005.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Youtuber que estava no backstage do último show de Alissa com o Arch Enemy conta tudo
Os 11 melhores álbuns de rock progressivo conceituais da história, segundo a Loudwire
Ouça "Nothin'" e "Atlas", novas músicas do Guns N' Roses
Steve Harris admite que a aposentadoria está cada vez mais próxima
Regis Tadeu indica disco "perfeito" para uma road trip: "Todo mundo detesta, mas é bom"
A obra-prima do Dream Theater que mescla influências de Radiohead a Pantera
O Melhor Álbum de Hard Rock de Cada Ano da Década de 1980
O melhor disco de Raul Seixas, apurado de acordo com votação popular
O maior compositor do rock'n'roll de todos os tempos, segundo Paul Simon
Após negócio de 600 milhões, Slipknot adia álbum experimental prometido para esse ano
Sacred Reich anuncia o brasileiro Eduardo Baldo como novo baterista
Robert Plant acrescenta o Rio de Janeiro à turnê brasileira em 2026
Por que a presença dos irmãos Cavalera no último show do Sepultura não faz sentido
A lendária guitarra inspirada em Jimmy Page, Jeff Beck e Eric Clapton que sumiu por 44 anos
Os shows que podem transformar 2026 em um dos maiores anos da história do rock no Brasil
O hit de Cazuza que letra do refrão original era "forte demais" e ele concordou em alterar
A brutal diferença de tocar com Paul Stanley, Pink e Christina Aguilera, segundo brasileiro
O álbum que David Gilmour gravou contra a vontade, mas ele não viu outra alternativa


"Rebirth", o maior sucesso da carreira do Angra, que será homenageado em show de reunião
"Ascension" mantém Paradise Lost como a maior e mais relevante banda de gothic/doom metal
Trio punk feminino Agravo estreia muito bem em seu EP "Persona Non Grata"
Scorpions - A humanidade em contagem regressiva
Metallica: "72 Seasons" é tão empolgante quanto uma partida de beach tennis
Clássicos imortais: os 30 anos de Rust In Peace, uma das poucas unanimidades do metal



