Patria: Metal para fãs da velha escola da Noruega
Resenha - Hymns of Victory and Death - Patria
Por Marcos Garcia
Postado em 08 de novembro de 2010
Nota: 10
Há tempos que vejo um forte sentimento de nostalgia em muitos fãs de Black Metal, aquela saudade das bandas mais de raiz, quando o estilo era realmente algo de difícil acesso ao público em geral, e que causava extremo mal estar em muitos bangers mais incautos devidos aos atos, palavras e sonoridade de bandas do Inner Circle da Noruega e da LLN da França: aquele som cru, ríspido, duro, que tornaram bandas como MAYHEM, DARKTHRONE, SATYRICON e IMMORTAL em suas fases áureas em referências sonoras para toda uma geração e mesmo no dia de hoje, onde muitas bandas buscam mais e mais a profissionalização e esquecem que esta busca, muitas vezes, leva à própria estagnação e perda das raízes.
Como já escrevi antes sobre a banda, o PATRIA, do Rio Grande do Sul, é daquelas bandas que trazem satisfação a todos que buscam aquela velha essência, onde firulas infinitas e minimalismos são descartados totalmente em prol de uma sonoridade crua, agressiva e onde as melodias e harmonias musicais, elementos que compõem a música junto ao ritmo, não estão ali para amenizar o som, mas para torná-lo o mais bruto e cru possível, e a autenticidade da banda é sensível em cada segundo deste ótimo CD, que foi seu debut para o mundo.
O lado artístico é bem simples, evidenciando que o que estamos por ouvir não compactua com os padrões estabelecidos atualmente no estilo, a gravação é suja, embora de forma alguma deixe os instrumentos sumirem em meio à uma massa sonora sem sentido, pois ouve-se cada um deles muito bem, e a formação da banda que gravou este CD é só com feras com anos de estrada e história no Black Metal: Käffer no baixo (do ENTERRO, COLDBLOOD, ex-MYSTERIIS, ex-IMPACTO PROFANO), Kehrwald nas guitarras, Triumphsword nos vocais (do THORNS OF EVIL), e Mantus na bateria (ex-MYSTERIIS, DARKEST HATE WARFRONT, entre outros), então, só podíamos esperar coisa boa. E é coisa boa, muito boa, o que os fãs ouvirão, e garanto que nenhum fã da velha escola da Noruega ficará decepcionado.
A intro ‘Darkness Arise’ prepara o terreno para a faixa-título, ‘Hymns of Victory and Death’, uma faixa rápida e bem crua, à lá MAYHEM, com riffs de guitarra bem simples, mas diretos, como o finado Euronymous bem sabia fazer. Em ‘Old Blood Legacy’, vemos uma faixa mais cadenciada, mas é extremamente crua e tem aquele ‘climão’ frio e soturno que todos os fãs de Black Metal não vivem sem doses dele, e aqui, elas são bem generosas, meus caros. ‘Unholy Cold Crypts’ retoma a agressividade de antes, com Mantus descendo o braço em seu kit de bateria. ‘Here comes the Winter’ é uma pequena faixa climática com guitarras, e ‘Third Circle’ é uma música que poderia tranqüilamente estar no primeiro disco do MYSTERIIS,’About Christian Despair’, pois é um clássico imediato devido à interpretação de Triumphsword. ‘Immortal Pride’ é mais uma ótima amostra de pura agressividade, pois os riffs de Kehrwald a tornam algo de absurdo, em tenho certeza que fará vários bangers agitarem a ponto de doer seus pescoços. Fechando os pouco mais de 30 minutos do CD, vem um outro climático, ‘Patria’, vociferado de forma esplendorosa por Triumphsword, com som de trompas ao fundo dando aquele clima de uma guerra que se aproxima...
Indicado aos saudosistas, ao fãs do Black Metal mais cru e de raiz possível, ou para todos aqueles que acreditam que o Metal Nacional tem grandes nomes e que se pode fazer um trabalho simples, direto e de bom gosto nestas terras.
Detalhe: este CD só tem 500 cópias prensadas e numeradas a mão, logo, recomendo que arrumem logo o seu. O meu está garantido!
1. Darkness Arise
2. Hymns of Victory And Death
3. Old Blood Legacy
4. Unholy Cold Crypts
5. Here Comes the Winter
6. Third Circle
7. Immortal Hate
8. Patria
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