Dream Theater - Uma apresentação de encher os olhos, três horas que passaram muito
Resenha - Dream Theater (Auditório Araújo Vianna, Porto Alegre, 17/12/2024)
Por Guilherme Dias
Postado em 28 de dezembro de 2024
O Dream Theater voltou para Porto Alegre, após 5 anos, na noite de 17 de Dezembro de 2024. O local da apresentação foi o Auditório Araújo Vianna, localizado no tradicional Parque Farroupilha. O grupo de metal progressivo se apresenta na América Latina pela turnê de 40 anos em atividade. Essa foi a décima passagem pelo Brasil e a quinta vez na capital gaúcha.
Fotos por: Liny Oliveira
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Muita expectativa foi criada por essa turnê devido ao retorno da formação mais duradoura e considerada a mais clássica do grupo com James LaBrie (vocal), John Petrucci (guitarra), John Myung (baixo), Jordan Rudess (teclados) e Mike Portnoy (bateria), que retornou à banda após 13 anos, substituindo Mike Mangini, que havia o substituído em 2010.
Ao som de "Prelude" de Bernard Herrmann, trilha sonora do filme "Psicose", as luzes do auditório foram apagadas e em seguida a cortina que cobria o palco caiu e os músicos entraram em cena com "Metropolis Part. 1: The Miracle and the Sleeper", com ótima interpretação de LaBrie e performance de Portnoy, levantando-se do seu banco da bateria e pedindo palmas para a plateia. "Bem-vindos aos 40 anos de Dream Theater, Porto Alegre. Vocês estão conosco?" disse o vocalista, que foi muito ovacionado. Portnoy continuou comandando a festa junto com Petrucci, pedindo para o público bater palmas e fazer coro para as linhas de guitarra e teclados da instrumental "Overture 1928" e "Strange Déjà Vu", as duas partes de "Scene Two" do disco "Metropolis Part. 2: Scenes from a Memory", lançado em 1999.
"É ótimo voltar para o Brasil, na primeira vez alguns de vocês não haviam nem nascido ainda" disse LaBrie, se referindo a primeira passagem do Dream Theater pelo Brasil em 1997. Seguiu dizendo que os músicos celebram os 40 anos de carreira e apresentou o retorno de Portnoy, que recebeu muitas palmas e gritos do seu nome. "Agora vamos para o álbum ‘Awake’ (1994) que recentemente completou 30 anos" , comentou LaBrie antes de apresentar "The Mirror", que teve direito a Jordan sair dos seus teclados e invadir a frente do palco com o seu keytar. A apresentação seguiu com Myung introduzindo a pesada "Panic Attack" ("Octavarium", 2005), "Barstool Warrior" (do disco "Distance Over Time", de 2019), com LaBrie contando o tema da letra composta por Petrucci e "Hollow Years", a primeira balada da noite, com a sua versão demo, estendida e com longos solos de Petrucci e Jordan, diferente da versão do disco "Falling into Infinity" de 1997. Nesse momento o público acendeu as lanternas de seus celulares, colaborando com as luzes do palco. Após as poderosas "Constant Motion" ("Systematic Chaos", 2007) e "As I Am" ("Train of Thought", 2003), LaBrie anunciou uma pausa de 20 minutos.
Muitos aproveitaram para buscar bebidas, alimentos, ir ao banheiro ou apenas descansar nas suas cadeiras numeradas do Araújo Vianna ao som de "Dance of the Dream Man" de Angelo Badalamenti. O retorno ao palco ocorreu com uma versão orquestrada de "Overture" e uma linda animação com aparição das capas de todos os álbuns do Dream Theater no telão. Logo de cara, o retorno teve "Night Terror", single lançado no dia 10 de outubro desse ano, que estará presente no próximo álbum de estúdio do quinteto, chamado de "Parasomnia", com lançamento previsto para 7 de fevereiro de 2025. Em seguida mais uma de "Images and Words", a clássica "Under a Glass Moon". LaBrie apresentou "This is the Life" ("A Dramatic Turn of Events", 2011) e comentou que essa canção deixa uma mensagem para as pessoas não se preocuparem com as outras e serem quem elas realmente são, para obterem sucesso na sua vida. Em seguida "Vacant", a instrumental "Stream of Consciousness" (ambas de "Train of Thoughts") e a longa "Octavarium" foram apresentadas com maestria, zero defeitos e muita dedicação por parte de todos os músicos.
Uma última parada e o retorno para o bis teve um vídeo de "There’s No Place Like Home" do filme "O Mago de Oz" antecedendo "Home" e a emocionante "The Spirit Carries On" (ambas de "Metropolis Part. 2), fazendo vários fãs lacrimejarem. A despedida foi com um clássico absoluto: "Pull Me Under", sendo capaz de fazer todos cantarem do início ao fim até uma bela despedida dos músicos na frente do palco.
Foi uma apresentação de encher os olhos, três horas que passaram muito rápido. Muita qualidade vocal e presença de palco de LaBrie, virtuosismo e emoção nos acordes de Petrucci, teclados com um display interativo em sincronia aos toques nas teclas de Jordan, segurança e técnica de Myung e categoria, precisão e carisma de Portnoy, que explorou todos os tons, pratos e 3 bumbos da sua linda e gigantesca bateria roxa e com um backing vocal incrível também. A qualidade sonora e visual foram impecáveis, com um som bastante alto e nítido e imagens com a temática de todas as músicas no telão. Uma apresentação que vai ficar marcada por anos na memória de todos os fãs presentes.
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