Evanescence: show mais que espetacular para um estádio grande demais
Resenha - Evanescence (Allianz Parque, São Paulo, 21/10/2023)
Por Diego Camara
Postado em 22 de outubro de 2023
Fotos: Fernando Yokota
Já faz algum tempo que vivemos falando da falta de espaços especializados para shows em São Paulo. Isso não é de hoje, e sinceramente só se agrava cada vez mais caminha o tempo. A privatização errática do governo de São Paulo parece, parcialmente, tentar resolver isso adicionando locais públicos ao sistema, mas sejamos sinceros: ninguém deseja assistir um show no Anhangabaú e sua péssima estrutura, e nem todos tem a paciência de ir a um lugar de acesso medíocre como o Ibirapuera.
Assim, foi uma gratíssima surpresa a mudança do Evanescente para o Allianz Parque, um local com real estrutura para um grande espetáculo. Mas isso não resolve, mais uma vez, o problema: o estádio é muito grande para uma banda do nível do Evanescence. Isso mostra pelo grande espaço no gramado, pouco aproveitado, mas especialmente pelo anel superior do estádio, vazio, em conjunto com um anel inferior só cheio nas suas laterais - o que levou inclusive a pessoas invadindo áreas mais privilegiadas dos anéis e ocupando lugares que eram de outras pessoas.
Tirando estes detalhes, a apresentação foi realmente encantadora, que só ficaria melhor em um local condizente com o tamanho do público - local este que não existe em São Paulo. A abertura ficou por conta da banda Ego Kill Talent. O recrutamento da vocalista Emmily Barreto, já conhecida no cenário alternativo pela banda Far From Alaska, trouxe um gás para a apresentação deles, sendo muito bem recebidos pelo público do show e arrancando aplausos dos fãs. A banda trouxe seus dois novos singles, lançados recentemente, e ainda mais dois que serão disponibilizados em breve no serviço de streaming, e eles causaram ótimo efeito nos fãs presentes.
O Evanescence foi subir ao palco com um leve atraso de 5 minutos, e encontrou um público extremamente apaixonado, que recebeu Amy Lee e companhia com gritos, dança e os celulares em punho. A excelente apresentação foi encantadora desde o início de "Broken Pieces Shine", com um som de palco magnífico, potente, em especial na bateria e na voz, o que criou um belo equilíbrio entre a leveza dos vocais com a potência das baquetas de Will Hunt.
A banda ainda lançou um dos seus grandes sucessos, "Going Under", logo no início do show. A música foi essencial para elevar o ânimo do público ainda mais, e os fãs cantaram muito a música do início ao fim, em especial o refrão junto com Amy Lee. Na sequência, a vocalista ainda emocionou ainda mais o público com a abertura no piano de "Call Me When You’re Sober", que iniciou de modo leve e intimista para então dar espaço para a pancada das guitarras.
A sequência excelente continuou com "Waster on You", onde o público levantou seus celulares iluminando todo o estádio, apaixonados pelos belíssimos vocais de Amy Lee, e seguiu com "Lithium", com outra belíssima introdução que fez o público cantar desde o início, rivalizando os vocais. Logo depois, o estádio ficou em silêncio para ouvir a performance intimista de Amy Lee em "Far from Heaven", com o som de sua voz ecoando pela pista e arquibancadas somente acompanhada pelo piano e o trabalho pontual do resto da banda. Os vídeos antigos de turnê, tocando parte da música "Tourniquet", deu espaço para "Imaginary", outra canção muito cantada pelo público.
O show foi se encaminhando para o final, e somente melhorando. O "Big Medley" trouxe uma sequência de músicas pesadas, focadas nas guitarras de Tim McCord e Troy McLawhorn. Na sequência, discurso esperançoso de Amy Lee abriu a música "Use my Voice", motivando ainda mais os fãs que cantaram muito, puxaram as palmas e o coro ao comando da vocalista.
Fechando o show, a banda veio com "My Immortal" e "Bring me to Life", os dois maiores sucessos da banda e as favoritas dos fãs. O público cantou muito, se emocionou e foram coroados com os fogos de artifício que anunciaram o final do show: uma noite mais que especial para quem aguardou pelo menos seis anos para ver a banda novamente.
Setlist:
Intro: Artifact/The Turn
Broken Pieces Shine
What You Want
Going Under
Take Cover
Lose Control / Part of Me / Never Go Back
Call Me When You're Sober
Wasted on You
Lithium
Far From Heaven
Imaginary
Better Without You
End of the Dream
Haunted / My Last Breath / Cloud Nine / Everybody's Fool / Weight of the World / Whisper
Use My Voice
Blind Belief
My Immortal
Bring Me to Life
EGO KILL TALENT
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