Marko Hietala e Anneke van Giersbergen fazem show com erros e acertos em Curitiba
Resenha - Marko Hietala e Anneke van Giersbergen (Hard Rock Cafe, Curitiba, 08/10/2023)
Por Gustavo Maiato
Postado em 14 de outubro de 2023
Quando a turnê "Six Strings and a Voice" foi anunciada, unindo Marko Hietala (ex-Nightwish) e Anneke van Giersbergen (ex-The Gathering), o mundo do metal sinfônico sentiu as reverberações. Afinal, o finlandês desempenhou um papel fundamental na consolidação do gênero com sua antiga banda, enquanto a holandesa foi uma das principais influências para o próprio Nightwish.
Nessa turnê inédita, Anneke e Marko uniram forças com o violão de Tuomas Wäinölä, que é da banda solo de Hietala, para uma apresentação que passou pelo Brasil, aterrissando em Curitiba em 9 de outubro. O Hard Rock Café não estava totalmente lotado, mas também não estava vazio. Quem compareceu testemunhou um espetáculo repleto de narrativas e interação com a plateia. Marko protagonizou o primeiro ato, seguido por Anneke, e depois os dois compartilharam o palco – frequentemente acompanhados por Wäinölä.
O grande destaque deste show residia na oportunidade de os fãs vivenciarem versões intimistas das músicas que tornaram esses dois cantores famosos globalmente. Como seria uma canção do The Gathering com Marko nos vocais? E uma do Nightwish com Anneke? Coisas que nem Tuomas Holopainen poderia imaginar em seus sonhos mais profundos nos anos 1990!
Enquanto Anneke acertou e optou por incluir em seu repertório hits do The Gathering, composições de seu trabalho solo e até mesmo uma pérola do Ayreon ("Valley of the Queens"), Marko vacilou na seleção de suas músicas.
Ao apostar em hits genéricos do metal de bandas como Black Sabbath e Dio, Hietala perdeu a chance de prestar homenagem a si mesmo. Teria sido mais interessante trazer pérolas do Tarot ou composições próprias do Nightwish. A banda que o consagrou globalmente teve apenas "The Islander" como representante. Ou seja, uma oportunidade única de criar história foi desperdiçada.
Quando Anneke e Hietala se uniram no terço final, alguns covers funcionaram bem, como "Wasted Years" do Iron Maiden, mas a sensação persiste de que faltou explorar mais o próprio repertório e se concentrar mais em suas identidades individuais. A ideia da turnê é brilhante: acessível, íntima, com uma troca intensa com os fãs. No entanto, houve uma falta perceptível de atenção ao repertório e uma necessidade de se concentrar mais nas contribuições individuais de cada artista.
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