Visions of Atlantis: Os Piratas retornaram a São Paulo com tempestade de Metal Sinfônico
Resenha - Visions of Atlantis (São Paulo, 07/10/2023)
Por Bruno Steffen
Postado em 14 de outubro de 2023
No último sábado, dia 7 de outubro de 2023, a banda de heavy metal sinfônico Visions of Atlantis retornou ao Brasil, após 4 anos desde sua última apresentação, e literalmente trouxe uma tempestade para a cidade de São Paulo, tanto em cima do palco, que se transformou em uma verdadeira embarcação pirata, quanto fora dele.
Cheguei na cidade de São Paulo debaixo de uma chuva torrencial (e até assustadora), com bastante antecedência para participar do "Meet and Greet" da banda, que estava previsto para as 16h, mas só aconteceu por volta das 19h30, logo após o fim da passagem de som da banda, a qual tive o prazer de acompanhar o final e ouvir um trecho da ótima música "Melancholy Angel", que inclusive foi um dos destaques a noite, no set list regular.
A Visions of Atlantis é formada pelos austríacos Christian Douscha (guitarra), Herbert Glos (baixo) e Thomas Caser (bateria), e pelos vocalistas Michele Guaitoli da Itália e Clémentine Delauney da França. Durante o encontro com os fãs, eles foram muito simpáticos, especialmente a Clémentine Delauney, que fez questão de apertar a mão e cumprimentar pessoalmente todos os presentes antes da banda conversar, autografar alguns discos (que são muito difíceis de encontrar no Brasil, a menos que sejam importados), camisetas e fotos, e tirar fotos protocolares com os fãs, antes de seguir ao backstage, precedendo o início do show.
Por volta das 20h, as portas do Hangar 110 foram abertas para o público, que era relativamente pequeno, com pouco mais de 200 pessoas presentes, principalmente para um sábado à noite e para uma banda do porte e da qualidade do Visions of Atlantis. Cabe um parênteses, neste ponto: na mesma noite e relativamente perto de onde atracou o Visions of Atlantis, ocorreu o show acústico da Anneke Van Giersbergen e Marko Hietala, o que provavelmente (e infelizmente) dividiu muitos dos fãs do gênero.
Enfim, após o público instalado, e com pouco atraso, às 21h25 a banda entrou no palco, tocando a fantástica e épica "Master the Hurricane", som do mais recente álbum da banda, o excelente "Pirates" de 2022. A banda tocou a primeira música da noite já com muita energia, transmitindo a mesma força que a tempestade de chuva que caia na cidade de São Paulo.
O show continuou com a divertida "New Dawn" do álbum "Delta" de 2011, que aliás, foi a única música do show que faz parte da discografia anterior à entrada da cantora Clémentine Delauney, do guitarrista Christian Douscha e do baixista Herbert Glos na banda. Eles entraram na banda entre 2013 e 2017, e o primeiro disco a contar com estes membros foi o "The Deep & Dark" de 2018 (Michele Guaitoli entrou na banda apenas a partir do álbum "Wanderers" de 2019), então o set list se concentrou nestes últimos lançamentos da banda, "Pirates", "The Deep & Dark" e "Wanderers".
A banda toda, especialmente os vocalistas, não se importaram em nenhum momento com o tamanho da plateia (aliás, muito fiel à banda) e entregaram um show incrível, tanto na performance quanto na presença de palco. Todos estavam devidamente caracterizados como piratas, contagiando o público com sua performance teatral, divertida e que manteve a energia do show sempre alta ao longo de aproximadamente 1 hora e meia.
Mesmo nas emocionantes e cadenciadas baladas "Freedom" do álbum "Pirates" e "Nothing Lasts Forever" do álbum "Wanderers", público cantou em uníssono com a banda, e inclusive rolou um show de luzes de câmeras de celular, simulando as estrelas no céu, vistas por tripulantes de um navio durante a noite e à deriva no meio do oceano.
Mesmo sendo um público reduzido, todos vibraram com cada música, cada interação e cada brincadeira feita pela banda, e não deixaram de cantar, em alto e bom som, todas as músicas tocadas, desde as excelentes "Clocks", "Darkness Inside", do "Pirates", as épicas "Return to Lemuria" e "The Deep & the Dark", do álbum de mesmo nome, e "A Life of Our Own", "A Journey to Remember" do excelente álbum "Wanderers". Mas, foi na cativante "Heroes of the Dawn", também do Wanderers, que a plateia roubou a cena com sua energia, tendo inclusive chamado a atenção dos músicos durante os refrãos. Ninguém do público deixou de cantar um segundo do som, e a execução desta música foi sem dúvidas um dos pontos mais altos da noite.
Mas, o espetáculo teve diversos outros momentos de destaque, como quando o vocalista Michele Guaitoli convocou (e foi atendido) todos os presentes, inclusive o público no camarote, para descer e pular durante toda a música "Melancholy Angel", do álbum "Wanderers" (aquela que tive o prazer de ouvir na passagem de som). E também quando, por determinação do Capitão do palco, o público remou no chão, como costumamos ver em grandes festivais, ao som de "Pirates Will Return".
Além de tudo isso, antes de encerrar o show, e para delírio de todos os presentes, a banda adiantou que agora se concentrará em escrever um novo disco e prometeu retornar ao Brasil o quanto antes possível, o que, este autor torce muito para que realmente aconteça.
Fato é, que o Visions of Atlantis atracou em São Paulo, no Hangar 110, e proporcionou uma noite repleta de momentos memoráveis. O único ponto negativo foi saber que o show acabou após a música "Legion of The Seas" do álbum "Pirates", em que a Clémentine Delauney empunhou, com muito orgulho, a bandeira da banda, marcando a despedida.
Resta torcer para que o próximo show da banda aconteça sem uma longa espera, e para que eles tenham a oportunidade de se apresentar em um palco maior, para muito mais gente, o que com certeza eles merecem.
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