Resenha - Sonata Arctica (Bar Opinião, Porto Alegre, 15/03/2023)
Por Guilherme Dias
Postado em 02 de abril de 2023
Fotos por: Liny Oliveira (@photoslinyoliveira)
O Sonata Arctica está realizando a turnê dos seus 25 anos de história. Porto Alegre esteve na rota mais uma vez. Foi a quarta passagem dos finlandeses pela capital gaúcha. O local foi o Bar Opinião, clássica casa de shows localizada na Cidade Baixa. O evento deveria ter acontecido em março de 2020, mas devido a pandemia da Covid-19 aconteceu apenas agora.
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O Firewing abriu os trabalhos da noite, pontualmente às 19 horas e 50 minutos. Na formação Jota Fortinho (vocal), Caio Kehyayan (guitarra), Pablo Guillarducci (baixo) e Victor Miranda (bateria). O tradicional power metal com elementos sinfônicos foi a trilha sonora do repertório, com canções do álbum "Resurrection" de 2021. A primeira delas foi "Obscure Minds" com ótima interação de Jota com o público que já ocupava todos os setores da casa de shows. Em "Far in Time" uma atmosfera mais calma com refrões potentes e solo bastante melódico. Na longa "Time Machine" foram apresentadas diversas nuances, desde um início orquestrado, flertando com uma balada na introdução de Caio, até passagens mais progressivas exaltando as grandes habilidades técnicas de todos os integrantes da banda. Representando muito bem a identidade do grupo, "Eternity" notoriamente agradou muito o público, assim como "Last Gasp", single lançado neste ano e responsável por fechar o show.
Por volta das 21h as luzes do Opinião foram apagadas e na trilha de fundo "Always Look on the Bright Side of Life" (Monty Python) pôde ser ouvida por todos. Durante a introdução entravam no palco Henrik Klingenberg (teclados), Tommy Portimo (bateria), Pasi Kauppinen (baixo), Elias Viljanen (guitarra) e por último Tony Kakko (vocal). O set-list estava recheado de clássicos, afinal trata-se de uma turnê especial. O primeiro deles foi "The Wolves Die Young" ("Pariah’s Child", 2014), um dos clássicos da década passada. Em seguida, "The Last Amazing Grays" ("The Days of Grays", 2009), com grande participação dos fãs, e "Storm the Armada" (representando o último lançamento, "Talviyö" de 2019).
A alegria de Kakko era evidente, o sorriso só não estava presente quando interpretou fielmente canções emotivas como "Paid in Full" ("Unia, 2007) e "Sing in Silence" ("Silence", 2001). Ainda mais felizes estavam os fãs na pista quando os acordes de "Kingdom For A Heart" foram introduzidos, com direito a Henrik desfilar com o seu keytar e duelar solos com Elias. Ela faz parte do "Ecliptica", o primeiro e um dos mais importantes lançamentos do Sonata. A cadenciada e reflexiva "Closer To An Animal" funcionou extremamente bem ao vivo mais uma vez, como na turnê anterior. Mas o que os ouvintes do Sonata realmente gostam é do speed power metal de "Black Sheep", que foi uma surpresa, visto que a música não apareceu no set dos shows anteriores e não era apresentada ao vivo desde 2019. Só não foi surpresa pra quem já estava na fila durante a tarde e ouviu ela na passagem de som dos músicos.
Sentado no palco da bateria de Tommy, Tony esperou as primeiras notas de piano de Henrik para "Tatullah". Uma das mais esperadas da noite, mesmo se tratando de uma balada. Novamente uma performance espetacular do vocalista, colocando muito sentimento nos seus gestos e na sua voz. O final não poderia ser melhor, simplesmente com a mais do que clássica "Fullmoon", a veloz e cativante "The Cage" (onde o incansável Tommy destruiu tudo o que ainda podia na bateria) e "Don’t Say A Word". Ao final a tradicional interação entre público e banda, onde Tony exalta que todos precisamos de mais e mais "Vodka".
A quarta passagem do Sonata pela capital gaúcha foi incrível. O típico show que deixa saudades. Bom repertório, interação entre plateia e banda, iluminação e alta qualidade no som. Tony mencionou ainda a importância do merchandising para a banda continuar excursionando, avisou que já estão gravando mais um álbum e que nos próximos anos estarão de volta. E finalizou com a mensagem de sempre, pedindo para todos manterem vivo o poder da música, que é o que não falta para quem estava presente.
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