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Knotfest: uma festa para toda a família, pelo menos é o que disse o Slipknot

Resenha - Knotfest (Sambódromo do Anhembi, São Paulo, 18/12/2022)

Por Diego Camara
Postado em 21 de dezembro de 2022

"Todos vocês hoje são uma família", disse Corey Taylor para um show que lotou o Knotstage até a tampa. O público, alucinado pela primeira oportunidade de ter o Knotfest no Brasil, aplaudiu e gritou pela banda, fechando um dia insano para a idolatria do heavy metal. O festival foi uma experiência incrível, com um planejamento irretocável e quase perfeito. Confiram abaixo os principais detalhes do festival, com as imagens de Fernando Yokota.

Este sem dúvidas era um dos espetáculos mais esperados do ano, e poucos dias antes o anúncio de que os ingressos estavam esgotados foi realmente uma ótima notícia: o sucesso dos shows do heavy metal este ano, levando um público acima da média para quase todos os shows, foi uma lufada de ar fresco depois de tanto tempo sem nenhum espetáculo.

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O local escolhido foi o Sambódromo do Anhembi, em uma configuração de dois palcos. O Knotstage foi posicionado na área de estacionamento oeste, o espaço mais largo da área, enquanto o Carnival Stage foi posicionado no lado contrário. Os dois palcos foram muito bem construídos, e a qualidade do som deles - extremamente alto e potente - foi muito aprazível durante a maior parte do tempo.

O resto do espaço, no caminho entre os dois shows, foi utilizado de diversas maneiras: com pequenos espetáculos circenses, um telão para que os fãs de futebol pudessem acompanhar a final da Copa do Mundo, o museu do Knotfest com itens antigos e imagens da banda e áreas de alimentação, lojas e tatuagem. Apesar da maioria das coisas serem bastante comuns na estrutura dos festivais, tudo pareceu bastante bem feito e organizado, com a estrutura dando conta em boa parte do tempo das necessidades do público - apesar das comuns filas aqui e ali, em especial na área dos bares.

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Dentre todos os destaques do dia, acho que o maior de todos foi o Mr. Bungle. Uma banda que fazia sua estreia no Brasil trazendo nomes dos mais conhecidos do público, de Mike Patton do Faith No More até Dave Lombardo, lendário baterista do Slayer. A banda realmente foi uma surpresa a parte para todos os fãs, muitos pegos desprevenidos com sua formação ou com as músicas inusitadas que foram lançadas no show. Afinal é difícil imaginar como conectar Slayer e uma música de soft rock do Seals & Crofts como só essa banda poderia fazer.

A banda mandou muito bem desde o início, com a música inusitada de Fred Rogers até o cover de "Territory", muito bem executada em parceria com o Sepultura. Surpreendeu muito também a música do S.O.D., chamada de "Speak Portuguese or Die" por Patton e as potentes músicas do disco próprio da banda, "The Raging Wrath of the Easter Bunny Demo", tocado quase na íntegra. Foi sem dúvidas essa a surpresa mais grata do dia.

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Logo em seguida veio o Pantera, que se apresentou no Carnival Stage, colocando a prova a estrutura do palco secundário. A área, muito menor do que a do palco principal, causou um enorme desafio para o público que foi ver Phil Anselmo e amigos, em um enorme amontoado de gente que deixou difícil até se mover no meio da pista.

A coisa ficou ainda mais feia quando se iniciou o show. Deu para ver que tanto o público quanto a banda deu muito mais de si do que na apresentação no Vibra São Paulo realizada durante a semana. Tanto a qualidade do som quanto o próprio ânimo da banda chamaram a atenção dos fãs. Destaque para as ótimas "Fucking Hostile" e "Walk", dois exageros de potência que causaram pandemônios na pista do Carnival Stage com os moshs.

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Quando um show terminava, o outro já começava, e no palco principal o Bring me the Horizon subiu para a sua performance. A banda é realmente um espetáculo a parte com sua performance cheia de efeitos visuais e eletrônicos. Dessa vez, diferente também do show no Vibra na sexta-feira, a banda encontrou no público um desejo de sangue: foi aqui que se viram as rodas e moshpits mais insanos do festival, com uma correria insana a cada vez que Oliver Sykes pedia.

O público se mostrou super afiado nas músicas também, cantando junto e festejando a cada novo som do palco. O início do show foi insano com a trinca "Can you Feel my Heart", "Happy Song" e "Teardrops", levando o humor do público lá no alto. O público cantou muito alto, disputando com os vocais, seguindo muito bem a cartilha desenhada pela banda.

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Em seguida veio o show do Judas Priest, para um público bastante reduzido se comparado aos anteriores do Carnival Stage. Claramente boa parte do público decidiu não deixar o palco principal para arranjar um lugar melhor para o show do Slipknot, esperando uma lotação extrema na apresentação final. Isso deixou o show do Judas mais tranquilo e de fácil acesso.

A apresentação foi realmente animal. Foi mais uma banda que veio ao show do Knotfest tocando com muito mais vontade e apelo do que a apresentação das festas. Especialmente onde a potência era mais decisiva, Rob Halford mostrou ao que veio: "Screaming for Vengreance" e "Painkiller" ficaram de matar, com o vocal inteiro ali. Os instrumentais também foram limpos e encantadores, como o baixo em "The Green Manalishi" ou os diversos solos de guitarra super bem executados por Faulkner. Valeu totalmente a pena quem resolveu rumar de volta para o palco secundário.

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E então voltamos ao início desta resenha, com a família Slipknot se amontoando no palco principal. Fizeram o espaço ficar pequeno: sem dúvidas um dos shows mais lotados que vi este ano. Quem tentou se aventurar em qualquer lugar próximo ao palco encontrou um público compacto que preenchia todos os espaços da pista, como o metrô lotado em horário de pico havia o risco de levantar o pé e não ter mais onde colocar ele de volta.

E foi assim durante todo o espetáculo, ficando ainda mais insano conforme o show andava, dado que diversos mosh pits abriram em dúzias de pontos da pista, pressionando ainda mais os fãs presentes. A pista ficou pequena para músicas como "Duality" e "Psychosocial", onde o público quebrou tudo.

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Apesar de toda a pressão, o palco entregou mais uma vez. O som estava limpo, perfeito, fazendo jus ao nível do Slipknot. Uma banda destas merece um som muito potente, especialmente na percussão: a bateria estava muito alta e o som das percussões de Crahan e Pfaff conseguiu ser ouvido por todo o público em várias de suas intervenções, sendo sem dúvidas um dos melhores shows tocados pela banda no Brasil.

No final, o festival se resume com a palavra sucesso. Toda a estrutura tornou a experiência bastante tranquila, atravessar os palcos não foi difícil e assistir todos os shows foi muito fácil: só perdeu algum show quem realmente quis. Fica a ótima experiência, esperando que o Knotfest seja novamente realizado no Brasil em breve.

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Slipknot

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Judas Priest

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Bring me the Horizon

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Pantera

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Mr. Bungle

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Sobre Diego Camara

Nascido em São Paulo em 1987, Diego Camara é jornalista, radialista e blogueiro. Seu amor pelo metal e rock começou há 6 anos. Um amante da nova geração, é um grande fã de Arjen Lucassen, Andre Matos e bandas como Nightwish, Hammerfall, Sonata Arctica, Edguy e Kamelot. Também não deixa de ter amor pelos clássicos, como Helloween, Gamma Ray e Iron Maiden e do Rock de bandas como Oasis, Queen e Kings of Leon. Atualmente seus textos podem ser lidos no blog OCrepusculo.com sobre assuntos diversos, além de planos para criação de um projeto totalmente voltado aos blogs de Rock e Metal.
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