Cannibal e Napalm: fazer um show deste nível devia ser um crime
Resenha - Cannibal Corpse e Napalm Death (Carioca Club, São Paulo, 15/09/2018)
Por Diego Camara
Postado em 19 de setembro de 2018
Casa lotada, público brutal e um som de ótima qualidade. Foi isso que o público do metal recebeu ao ir na apresentação do Cannibal Corpse e do Napalm Death neste último sábado, em São Paulo. O Carioca Club ficou até pequeno para tanta gente, que se apinhava perto da pista amassados, de um lado pela grade e de outro lado pelos enormes mosh pits que bagunçavam no centro da casa. Confira abaixo os principais detalhes do show, com as imagens de Fernando Yokota.
NAPALM DEATH
O show começou em ponto. As filas enormes de fora da casa não tinham se esgotado, fazendo com que muita gente que chegou próximo ao horário do show tenha ficado do lado de fora da casa. O público, embora não tenha lotado a casa no momento, já era grande e se reunia no aperto próximo as grades. Já na abertura, de "Multinational Corporations", já dava pra ver que o Napalm faria um grande arregaço no show: o som redondinho, com as baterias soando incríveis encheu a casa, fazendo o público ficar insano e abrir já desde o início um moshpit no centro da pista.
Cannibal Corpse - Mais Novidades

A pancadaria foi incessante durante toda a apresentação de mais de uma hora da banda. As 23 músicas eram tocadas rapidamente, quase que uma atrás da outra, para delírio dos fãs. Barney, sem dúvidas o pulmão da banda, corria de um lado para o outro da pista, levantando ainda mais o público presente na casa a entrar na pancadaria do mosh pit. Já em "On the Brink of Extinction", a fila do lado de fora parecia ter acabado, com o público se apertando muito próximos a frente do palco, sem muito espaço para se mover pela casa.

A música só parava nos momentos de Barney lançar suas palavras e explicar os temas de algumas das músicas. Falando contra as corporações, a favor do humanismo e contra os exageros tecnológicos, o Napalm leva sua mensagem de maneira brutal e visceral, sem papas na língua e com direito a um soco na cara. Ótimos exemplos das críticas do Napalm em músicas como "Smash a Single Digit", "Standardization". Ainda houve espaço para uma crítica pesada contra a igreja e a religião em "Suffer the Children" e um pedido para o fim das armas nucleares com "Call that na Option?"

Fechando a incrível apresentação, a banda trouxe uma homenagem aos punks do Dead Kennedys com a música "Nazi Punks Fuck Off", falando contra os fascistas e nazistas que estão cada vez mais soltinhos por mundo à fora. A parte irônica nessa música, tocada para o público do metal, é a quantidade de fascistas junto ao meio do metal atualmente aqui no Brasil. De um ritmo de conflito social e contra o status quo, que prega o Napalm, para a pobreza de ideias que atualmente dita o metal brasileiro, esta um pulo. Se Barney soubesse, ficaria bastante decepcionado.

Setlist:
1. Multinational Corporations
2. Instinct of Survival
3. On the Brink of Extinction
4. Unchallenged Hate
5. When All Is Said and Done
6. Smash a Single Digit
7. The Wolf I Feed
8. Practice What You Preach
9. Standardization
10. Everyday Pox
11. Scum
12. Life?
13. Control
14. You Suffer
15. Dead
16. Victims of a Bomb Raid (cover de Anti Cimex)
17. Suffer the Children
18. Breed to Breathe
19. Call That an Option?
20. How the Years Condemn
21. Nazi Punks Fuck Off (cover de Dead Kennedys)
22. Cesspits
23. Inside the Torn Apart

CANNIBAL CORPSE
Sem o clima de revolta política, mas ainda mantendo a classe de uma apresentação de metal brutal, o Cannibal Corpse subiu ao palco faltando 20 minutos para as 21h. O show também prometia brutalidade e força, e o público teve tempo pra descansar depois da pequena maratona da apresentação do Napalm Death. O show começou firme depois da longa espera, o público recebendo a banda aos gritos e com grande empolgação.

A qualidade do som deixou um pouco a desejar no comecinho da apresentação, com a voz tendo dificuldade de sair de trás dos outros instrumentos da banda. O público, porém, não desanimou nem um pouco, e já na parte mais rápida e brutal da música estourou mais um enorme mosh pit no centro da pista. O som ficaria melhor mais para "Red Before Black", que contou com uma bela gritaria do público dividindo o refrão junto com Fisher.

O mosh estava tão violento e intenso, e a casa com tão pouco espaço, que até era difícil transitar dentro do espaço aberto no centro da pista. Congestionamento até no mosh pit! Destaque para alguns sucessos da banda, como a oldschool "Gutted", "Devoured by Vermin", com um moshpit visceral, que quase tomou toda a pista de lado a lado, e "I Cum Blood", com direito a Fisher fazendo um desafio para o público, pedindo que os fãs tentem bater cabeça como ele: "Vocês vão fracassar, eu sei, mas ainda assim será bom vocês tentarem", disse ele em um tom de desafio.
Luis Alberto Braga Rodrigues | Rogerio Antonio dos Anjos | Everton Gracindo | Thiago Feltes Marques | Efrem Maranhao Filho | Geraldo Fonseca | Gustavo Anunciação Lenza | Richard Malheiros | Vinicius Maciel | Adriano Lourenço Barbosa | Airton Lopes | Alexandre Faria Abelleira | Alexandre Sampaio | André Frederico | Ary César Coelho Luz Silva | Assuires Vieira da Silva Junior | Bergrock Ferreira | Bruno Franca Passamani | Caio Livio de Lacerda Augusto | Carlos Alexandre da Silva Neto | Carlos Gomes Cabral | Cesar Tadeu Lopes | Cláudia Falci | Danilo Melo | Dymm Productions and Management | Eudes Limeira | Fabiano Forte Martins Cordeiro | Fabio Henrique Lopes Collet e Silva | Filipe Matzembacher | Flávio dos Santos Cardoso | Frederico Holanda | Gabriel Fenili | George Morcerf | Henrique Haag Ribacki | Jorge Alexandre Nogueira Santos | Jose Patrick de Souza | João Alexandre Dantas | João Orlando Arantes Santana | Leonardo Felipe Amorim | Marcello da Silva Azevedo | Marcelo Franklin da Silva | Marcio Augusto Von Kriiger Santos | Marcos Donizeti Dos Santos | Marcus Vieira | Mauricio Nuno Santos | Maurício Gioachini | Odair de Abreu Lima | Pedro Fortunato | Rafael Wambier Dos Santos | Regina Laura Pinheiro | Ricardo Cunha | Sergio Luis Anaga | Silvia Gomes de Lima | Thiago Cardim | Tiago Andrade | Victor Adriel | Victor Jose Camara | Vinicius Valter de Lemos | Walter Armellei Junior | Williams Ricardo Almeida de Oliveira | Yria Freitas Tandel |

O grande destaque do show vai para a incrível performance de Fisher, que tomou o palco e dominou o público com maestria. Extremamente carismático ao falar com o público – do seu jeito, é claro – ele mostrou maestria nos vocais em uma performance acima da média. A banda inteira, porém, merece os louros da incrível apresentação: a bateria estava rápida e firme, com grande força para fazer o público ficar mais insano na pista. As guitarras também soaram ótimas, e os solos de guitarra davam ainda mais o ritmo de emergência na música do Cannibal Corpse.

Resumindo, o show foi tão bom que deveria ser considerado crime fazer uma apresentação tão perfeita.

Setlist:
1. Code of the Slashers
2. Only One Will Die
3. Red Before Black
4. Scourge of Iron
5. Evisceration Plague
6. Scavenger Consuming Death
7. The Wretched Spawn
8. Pounded Into Dust
9. Kill or Become
10. Gutted
11. Devoured by Vermin
12. A Skull Full of Maggots
13. I Cum Blood
14. Make Them Suffer
15. Stripped, Raped and Strangled
16. Hammer Smashed Face





















Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Hellfest terá 183 bandas em 4 dias de shows na edição de 2026 do festival
Duff McKagan elege as músicas do Guns N' Roses que mais gosta de tocar ao vivo
Para alguns, ver o AC/DC é um sonho. E sonhos não têm preço
Roxette anuncia dois shows no Brasil em 2026
O hit do Nirvana sobre Whitesnake, Guns N' Roses, Aerosmith e Led Zeppelin
Rob Halford fala sobre a importância de estar há quase quatro décadas sóbrio
Os três melhores guitarristas base de todos os tempos, segundo Dave Mustaine
O "vacilo" que levou Nicko McBrain a achar que fosse passar no RH do Iron Maiden
Quando Lemmy destruiu uma mesa de som de 2 milhões de dólares com um cheeseburguer
O músico que Jimmy Page disse que mudou o mundo; "gênio visionário"
Como Angra trocou Toninho Pirani por Monika Cavalera, segundo Rafael Bittencourt
AC/DC anuncia show extra no Chile e encerra adição de datas na América do Sul
O disco que une David Gilmour e Steve Vai na admiração pela genialidade de seu autor
O guitarrista que é o melhor da história e supera Jimi Hendrix, segundo Steve Vai
Internautas protestam contra preços de ingressos para show do AC/DC no Brasil
Elvis Presley: as últimas 24 horas do Rei do Rock
O comentário do genial Gonzaguinha sobre o estilo de escrever letras de Renato Russo
Como é o típico fã do Metallica, segundo James Hetfield

Os 10 melhores álbuns da história do death metal, em lista da Metal Hammer
Como George "Corpsegrinder", do Cannibal Corpse, entrou no mundo do metal extremo
George "Corpsegrinder" Fisher, do Cannibal Corpse, não gosta de violência
Deicide e Kataklysm: invocando o próprio Satã no meio da pista
