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Resenha - Moonspell (Carioca Club, São Paulo, 26/04/2017)

Por Leonardo Daniel Tavares da Silva
Postado em 28 de abril de 2018

Passeando tranquilamente por diversos estilos, ora puxando mais para o gótico, ora com uma sonoridade mais doom, mas sempre agressivo e sempre com muita qualidade, o SEPULTURA de Portugal, a mais conhecida banda de Heavy Metal daquele país, o MOONSPELL (ou "os Moonspell", como eles referem a si próprios quando falam) está em turnê pelo Brasil. O show de hoje é no conceituado Festival Abril Pro Rock, em Recife, mas antes de passar por lá os portugueses passaram por Rio e São Paulo. Confira como foi o show no Carioca Club, na capital paulista, trazidos pela Overload, com fotos de Fernando Yokota.

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O Carioca não estava tão cheio, o que, apesar de ser uma quinta-feira, era algo inesperado. Mesmo assim, a empolgação do público e a própria apresentação de Fernando Ribeiro, Ricardo Amorim, Aires Pereira, Mike Gaspar e Pedro Paixão garantiram uma noite memorável. Com doze discos de carreira, a banda lisboeta está em turnê divulgando o seu último, o excelente "1755" e escolheu recontar, assim como no disco, sobre o terremoto que devastou Lisboa em 1755. Assim, a estrutura do show foi alicerçada basicamente no disco, tocado quase na íntegra, cedendo espaços aqui e ali para algum dos indispensáveis sucessos de álbuns anteriores.

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Como se fossem seus vizinhos da ilha da rainha, os portugueses sobem ao palco pontualmente, às 9. E o primeiro no palco é Fernando Ribeiro, ainda sozinho empunhando sua lanterna, mas acompanhado de todo o público enquanto canta a letra da soturna canção "Em nome do medo", música lançada originalmente no "Alpha/Noir", que abre o "1755" de forma ainda mais sombria, antevendo o desastre que viria a acontecer (falo do terremoto, não do show, que fique claro). Lógico que também seria a primeira de todos os shows da "digressão".

E logo vem "1755", a que dá nome ao disco e resume o seu conceito. Para ambientar ainda mais o público vente, ele canta vestido de médico de peste, evocando ainda a epidemia que assolou a Europa inteira alguns séculos antes do evento recriado em palco. É nesta canção também que Ricardo Amorim presenteia o público com um de seus magníficos solos (algo que ele repetiria ainda muitas vezes durante a noite). Chega o momento do terremoto em si e "In Tremor Dei" é que transforma o Carioca num verdadeiro turbilhão (felizmente, apenas em sentido figurado.

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"Culpado", "culpado", acusam-se a plenos pulmões cantante e público com dedos apontados um para o outro em "Desastre". Mas não há animosidade alguma. É apenas uma banda contando com maestria um acontecimento que marcou o seu povo diante de uma plateia completamente imersa. Falando muito, mas em um português ainda mais difícil de entender para nós do que seria o inglês de uma banda gringa, Fernando declara: "É uma honra e privilégio estar aqui convosco".

A primeira das canções de fora do "1755" a ser tocada na noite foi "Night Eternal". Muito apropriadamente inserida em meio às canções do álbum, a canção não destoa do clima nem parece enxertada de maneira confusa. Pelo contrário, apesar da diferença de idioma, parece ter sido concebida originalmente para estar ali e abrir espaço para outras que que, já não encaixariam tão bem, como a extremamente gótica "Opium" e "Awake", as seguintes. Ainda sobre "Night Eternal", a canção é extremamente pesada, praticamente um Death Metal (ainda que distante), tanto que a OBSKURE nem teve tanto trabalho em vertê-la para o estilo por ocasião da participação na coletânea "Em Nome do Medo", aquela em que bandas brasileiras recriaram a obra do MOONSPELL até então. E sobre "Opium", Fernando comentou: "Passados 200 e poucos tantos anos do terremoto, numa ocasião mais feliz fizemos um disco chamado "Irreligious". Claro que o público fez festa ao ouvir tais palavras. Uma festa dark.

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De volta ao script do álbum, cuja dramaturgia era ainda reforçada pela sempre excelente iluminação de palco, adequando-se a cada tema, "Ruínas" conta como Lisboa teve que ser reconstruída a partir das ruínas que lhe sobraram. Mais duas inserções são "Breathe (Until We Are No More)", em que Amorim e Paixão roubam a cena (toda música devia ser assim, com esse preciosismo instrumental) e "Extinct".

"Evento", com seu baixo absurdo e sua letra tocante, relembram a anti-religiosidade de Langsuyar, Morning Blade, Nisroth, Passionis e Ahriman (seus codinomes black) com muito mais argumento que muita banda capetinha. É a que vem antes do momento ainda mais gráfico do show, "Todos Os Santos", com Fernando empunhando uma cruz que dispara lasers vermelhos sobre o público.

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E se o público pedia desde o início por "Vampiria", ela finalmente chegou. Há aqui realmente uma quebra no argumento, saímos de um filme catástrofe e vamos a um filme de terror, mas, apaixonados que são pela canção, os fãs não se incomodaram. Mais que isso, participaram de cada momento da canção que começa sem guitarra. No fim, o grito é absolutamente necessário. São Paulo não poderia ser exceção. E não foi.

Em meio a muitos elogios, Fernando diz sentir-se em casa. "Como já viemos várias vezes, podemos chamar de Sampa. Obrigado por sempre nos receber tão bem. Obrigado dos vossos moonspell", diz o lusitano. É nada melhor para demonstrar gratidão que cantar no meio da galera. E foi o que ele fez em "Alma Mater".

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"Lanterna dos Afogados" é um dos momentos mais belos do show. E mais esperados também. Você nunca achou que a galera de preto cantaria uma canção dos PARALAMAS DO SUCESSO, mas a canção caiu muito bem para fechar a narrativa catastrófica. "Quando tá escuro / e ninguém te ouve / quando chega a noite / e você pode chorar", quem já havia percebido que a canção de Herbert Vianna é tão sombria. E a versão dos MOONSPELL eleva tudo isso ainda à nona potência. A bateria de Mike é mesmo de assombrar.

Monspell. Monspell. Moonspell. Grita o público insistentemente ao fim deste primeiro ato. E os cinco voltam para um bis com "Everything Invaded", com Fernando alternando magistralmente entre os vocais mais agressivos e limpos. Ele próprio era como a guitarra e um baixo percorrendo diferentes regiões do espectro vocal. Com exclusividade para São Paulo, a banda ainda inclui "Scorpion Flower" e "Ataegina", que versa sobre uma das deusas da desconhecida (pela maioria dos brasileiros) mitologia portuguesa. Com Fernando regendo o público em la-ra-ris la-ra-rás, o show agora parece mais uma festa italiana que portuguesa com certeza. Antes da última "Foll Moon Madness" Fernando despede-se desejando que seu regresso "seja mais breve que longo" e, claro, Ricardo despeja por sobre o público mais um solo de guitarra feito para fazer chorar.

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Agradecimentos:

Overload e The Ultimate Music Press, pela atenção e credenciamento
Fernando Yokota, pelas imagens que ilustram esta matéria.

Setlist:

1. Em nome do medo
2. 1755
3. In Tremor Dei
4. Desastre
5. Night Eternal
6. Opium
7. Awake!
8. Ruínas
9. Breathe (Until We Are No More)
10. Extinct
11. Evento
12. Todos Os Santos
13. Vampiria
14. Alma Mater
15. Lanterna dos Afogados (Os Paralamas do Sucesso)

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Bis
16. Everything Invaded
17. Scorpion Flower
18. Ataegina
19. Full Moon Madness

Confira abaixo mais fotos deste show (por Fernando Yokota):

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Sobre Leonardo Daniel Tavares da Silva

Daniel Tavares nasceu quando as melhores bandas estavam sobre a Terra (os anos 70), não sabe tocar nenhum instrumento (com exceção de batucar os dedos na mesa do computador ou os pés no chão) e nem sabe que a próxima nota depois do Dó é o Ré, mas é consumidor voraz de música desde quando o cão era menino. Quando adolescente, voltava a pé da escola, economizando o dinheiro para comprar fitas e gravar nelas os seus discos favoritos de metal. Aprendeu a falar inglês pra saber o que o Axl Rose dizia quando sua banda era boa. Gosta de falar dos discos que escuta e procura em seus textos apoiar a cena musical de Fortaleza, cidade onde mora. É apaixonado pela Sílvia Amora (com quem casou após levar fora dela por 13 anos) e pai do João Daniel, de 1 ano (que gosta de dormir ouvindo Iron Maiden).
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