Epic: Festival reuniu algumas das melhores bandas da atualidade
Resenha - Epic Metal Fest (Audio Club, São Paulo, 15/10/2016)
Por Nelson de Souza Lima
Postado em 18 de outubro de 2016
E chegou o dia tão esperado. No último sábado, 15 de outubro, a capital paulista se transformou na São Paulo Rock City, é claro, falo isso numa referência ao clássico do Kiss. Enquanto os veteranos do Aerosmith se preparavam para sua apresentação no Allianz Parque, ali pertinho na Audio Club, rolava o Epic Metal Fest, cujo line-up trouxe alguns dos grupos mais pesados da cena atual. A primeira edição do festival fora da Europa não foi escolhida à toa para acontecer em terras tupiniquins. Evento organizado pelos integrantes do Epica, acharam apropriado realizá-lo em nosso país por serem os fãs brasucas muito divertidos e empolgados. Como se sabe o grupo liderado por Mark Jansen e Simone Simons é um dos grandes representantes do Metal Sinfônico e coube a eles fechar o festival. Mas o EMF trouxe bandas de outros gêneros, não se atendo apenas ao Metal Sinfônico. Antes do Epica tocaram no palco principal os alemães do Xandria (Power/Sinfônico/Progressivo Metal), os finlandeses do Finntroll (Folk/Viking/Humppa/Death Metal Melódico) e os britânicos do Paradise Lost (Doom/Ghotic/Death/Synthpop). Já no palco 2 que se caracteriza pela proximidade com o público fizeram apresentações matadoras os brasileiros do Project 46 (Metal/Hardcore) e Thuata de Danann (Folk Metal) e também os alemães do The Ocean (Post/Sludge/Avant-garde Metal). Já ao chegar deparei com um número considerável de fãs e as indefectíveis camisetas pretas de todas as bandas que se pode imaginar. O calor do último sábado me fez entrar logo pois queria conferir todos os shows, ou ao menos tentar, uma vez que os horários iriam coincidir entre as bandas do palco principal e do dois.
Numa pontualidade absurda o show do Xandria começou às 14h30 e a trupe liderada pela vocalista Dianne van Giersbergen fez um set competente que levantou a galera com clássicos de seus mais de dez anos de carreira. Uma hora depois o Xandria encerrou a apresentação o que deu início à minha maratona de ir e vir de um palco ao outro.
Corri para o palco dois, mais acanhado, e como disse, pela proximidade o contato banda/público era literal. Peguei os minutos finais da apresentação do Project 46. Contudo a julgar pela roda de pogo formada deu pra ter uma ideia que o show foi de tirar o fôlego. Até um cover do Eddie (mascote do Iron Maiden) apareceu pra chutar o estresse e curtir o som do Project. No final cumprimentaram todo mundo e agradeceram a força. Hora de correr. Finntroll: Ai vou eu.
Com alguns minutos de atraso, mas que não comprometeram o Finntroll entrou com suas pinturas, indumentárias e orelhas de criaturas mitológicas para um show que achei o melhor da noite. Os finlandeses tocam pesado e chama atenção o extraordinário trabalho de pedal duplo do batera Samu "Beast Dominator" Ruotsalainem e os solos do tecladista Henri "Trollhorn" Sorvali. Além disso, os guturais do vocalista Mathias "Vreth Lillmans são assustadoramente apaixonantes. Ótima apresentação.
Termina o show do Finntroll e corro pra ver o The Ocean no palco 2. Som denso, névoa sombria, palco escuro e uma sonzeira tenebrosa caracterizaram a apresentação dos alemães. Riffs pesados com direito a stage dive do vocalista Loic Rosseti. Literalmente o cara foi pra galera. Ainda bem que ele é magrinho senão teria o mesmo destino do personagem de Jack Black em Escola de Rock e poderia quebrar a boca no chão. Mas o cara caiu nos braços do povo que o devolveu ao palco em segurança.
Com o final do show do The Ocean hora de conferir o Paradise Lost. Mas antes disso pausa pra uma água, que ninguém é de ferro e dar uma olhada na lojinha montada com artigos das bandas como CDs, DVDs, camisetas e pôster do festival. Quase comprei o álbum "Trash", do Alice Cooper, que tem ótimos sons, incluindo a envolvente "Poison". Mas não havia tempo pra compras, pois o Paradise Lost estava no palco.
Os britânicos mandaram bem com clássicos de toda a carreira que levantaram a galera. Fizeram uma apresentação competente, só não entendi porque deixaram o palco sem se despedir dos fãs e nem ao menos um bis. Vai entender essas excentricidades.
De volta ao palco 2 hora da apresentação do Tuatha de Danann. Os mineiros com sua mistura de folk, gêneros celtas, metal em arranjos envolventes de flautam soltaram todos os elfos e duendes para uma festa regada a muito peso. Sem dúvida é uma das melhores bandas do Brasil. Técnicos, experientes com domínio de palco e carisma. Outro grande show.
Termina o show do Tuatha, de volta ao palco principal o gran finale ficaria por conta do Epica. Os holandeses sabem como dominar público e palco. Simone Simons no seu vestido amarelo-cheio de brilho possui carisma compatível com sua beleza, cantando cada vez melhor. A voz doce e poderosa é o contraponto perfeito para o gutural de Mark Jansen num equilíbrio que embalados por arranjos poderosos envolveram a galera.
Além de clássicos da carreira a banda mostrou também canções do recém-lançado "The Holographic Principle". Encerraram com propriedade o festival que no meu modo de ver foi bem organizado, sem nenhum tumulto ou incidente. Abre precedentes para que no futuro o Brasil possa receber outras edições do evento.
SET LIST - EPICA
Edge of the Blade
A Phantasmic Parade
Martyr of the free world
Sancta Terra
Universal Death Squad
Divide and Conquer
Storm the Sorrow
Tear Down Your Walls
Beyond The Matrix
Façade Of Reality
Ascension
Dancing In a Hurricane
Unchain Utopia
Once Upon A Nightmare
Mother Of Light
Consign To Oblivion
SET LIST – Paradise Lost
No Hope in sight
Pity the sadness
One second
Dead Emotions
As I Die
Return to The Sun
Erased
The Enemy
Embers Fire
Beneath Broken Earth
Say Just Words
SET LIST – Xandria
Nightfall
Blood
Unembraced
Stardust
Forevermore
Lil Red Relish
Until the End
Ravenheart
Voyage
Cursed
Valentine
SET LIST – FINNTROLL
Blodsvept
Mordminnen
Solsagan
Nattfodd
Nar Jattar Marschera
Svartberg
Skogsdotter
Haxbrygd
Grottans Barn
Jaktens Tid
Trollhammaren
Under Bergets Rot
Fotos: Fernando Yokota.
Comente: O que você acha que faltou no festival?
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