Loud Park: O maior festival de Metal do Japão
Resenha - Loud Park 14 (Saitama Super Arena, Japão, 18/10/2014)
Por Karen e Nando Silva
Postado em 22 de outubro de 2014
O clima é de tensão no ar, em meio a alguns incidentes que tivemos no meio do percurso, sim amiguinhos foram quase 10 horas, aproximadamente 473 km de onde moro, província de Mie, mas enfim conseguimos chegar a Saitama para prestigiar mais um Loud Park, o maior festival de metal do Japão.
O cancelamento do Manowar deixou muitos fãs desapontados mas não apagou o brilho do festival, aliás devo destacar que esse ano foi marcado pela presença das mulheres integrantes de algumas das bandas que serviu para abrilhantar ainda mais o Saitama Super Arena, e calar a boca dos machistas que curtem entoar músicas tipo "pleasure slave".
O festival aconteceu nos dias 18 e 19 de outubro e no dia 18 contou com Battle Beast, Loudness, Vandenberg's Mooking, Soilwork, Amaranthe, Down, Rage, Dragon Force e Arch Enemy.
Dia 19 foi Arion, Periphery, Glamour of the kill, the Gazette, Belphegor, The Haunted, Death Angel, Thunder, Riot, Kreator, Within Temptation e Dream Theater.
Infelizmente só pude prestigiar o primeiro dia de festival, segue aqui um pouco do que rolou no primeiro dia de Loud Park 2014.
Cheguei ao evento na metade da atração de abertura o grupo das meninas "endiabradas" Kamen Joushi. A única coisa que se salvava é que a banda que tocava o repertório tinha entre seus integrantes o baixista do Loudness, Masayoshi Yamashita. Pra quem não sabe esses grupos de dança aqui no Japão são famosos por terem meninas, geralmente colegiais bonitinhas, de voz irritante, que atraem os marmanjos por aqui. Nem preciso dizer que foi um fiasco, mas mesmo não curtindo o pessoal aqui é muito pacífico, nada de atirar coisas nas meninas, afinal a culpa delas estarem lá nem é delas.
Battle beast
Essa sim foi a banda que deu início ao festival. Do início ao fim os caras tinham energia de sobra e animou até mesmo quem não era muito fã da banda. A vocalista Noora Louhimo, tem uma voz linda, contagiante, os japas cantaram junto o hit da banda "Black ninja". Achei que não seria grande coisa por se tratar de uma banda de abertura mas me enganei. Quem ainda não conhece o trabalho da banda deve conhecer.
1.Let It Roar
2.Out on the Streets
3.Black Ninja
4.Iron Hand
5.Kingdom
6.Enter the Metal World
7.Out of Control
Marty Friedman
Muito respeitado aqui no Japão ele está constantemente presente na mídia japonesa e inclusive recentemente fez duetos com cantoras famosas de enka (música popular japonesa). O tempo passa mas o cara continua mandando muito bem na guitarra e pelo menos aqui em terras nipônicas a sombra do Megadeth parece não influenciar muito em sua carreira. Foi um bom show mas confesso que foi se tornando um pouco maçante no decorrer do tempo, Marty Friedman é um excelente guitarrista mas não consegue interagir com o público, muito frio, o cara manda tão bem no japonês que nem um "arigatou" se arriscou a dizer. A maioria do repertório se resumiu a divulgar seu último álbum, Inferno. O destaque na minha opinião ficou com a música da cantora Sayuri Ishikawa, "Amagigoe", mas ele pecou em não colocar o vocal.
1.Hyper Doom
2.Steroidhead
3.Stigmata Addiction
4.Elixir
5.Inferno
6.Ballad of the Barbie Bandits
7.Asche zu Asche / Forbidden City / 8.Tornado of Souls
9.Amagigoe
Vandenberg's Moonking
Formada em 2013 pelo ex guitarrista do Whitesnake, Adrian Vandenberg.
O som dos caras é composto por hard rock e pitadas de blues. Claro que não podia faltar Whitesnake, mandaram muito bem "Judgement day" e "Here i go again".
1.Line of Fire
2.Steal Away
3.Leave This Town
4.Feel It
5.Close to You
6.Drum Solo
7.Judgement Day
8.Burning Heart
9.Good Thing
10.Lust and Lies
11.Here I Go Again
12.Nothing Touches
Loudness
Quando se trata de heavy metal japonês acredito que seja esse o primeiro nome que vem a mente. Japas tem a fama por seu perfeccionismo e foi exatamente assim o show dos caras ainda mais por estarem tocando em sua terra. Fizeram um setlist muito bom incluindo músicas para promover o último álbum, The sun will rise again, só achei que eles poderiam ter incluído mais músicas das antigas para que o show fosse ainda melhor. Como ficar parado com Crazy nights, o público foi ao delírio!
1.The Sun Will Rise Again
2.The Stronger
3.Got to Be Strong
4.The Metal Man
5.Mortality
6.Never Change Your Mind
7.Crazy Nights
8.Crazy Doctor
9.S.D.I.
10.Esper
Soilwork
Só pude ver uns trechinhos do show.
1.This Momentary Bliss
2.Like the Average Stalker
3.Overload
4.Spectrum of Eternity
5.The Living Infinite I
6.Bastard Chain
7.Nerve
8.Let This River Flow
9.Tongue
10.Rise Above the Sentiment
11.Stabbing the Drama
Amaranthe
Achei um show fraco apesar de terem sido ovacionados pelo público. A vocalista é muito bonitinha e tal mas era notável a diferença da voz dela no fim do show, isso porque eles são em três.
1.Digital World
2.Dynamite
3.Hunger
4.Invincible
5.1.000.000 Lightyears
6.Trinity
7.Massive Addictive
8.Afterlife
9.Amaranthine
10.Call Out My Name
11.Drop Dead Cynical
12.The Nexus
Down
Não consegui assistir ao show inteiro mas o pouco que vi foi Phil Anselmo falando demais e cantando de menos. Em um dos momentos fez uma homenagem ao Dimebag Darrel, nessa hora pensei que fosse ter algum cover do Pantera mas não, eles tocaram (se não me falha a memória) Pillars of eternity.
Já no final da apresentação Phil diz " Aqui vocês pedem, nós tocamos... O que vocês querem ouvir?" Nesse momento um uníssono coro de "Pantera" ecoou, ele desconversou "vocês sabem, tem muitas bandas boas hoje aqui,...". É Phil, fala o que quer ouve o que não quer, então mais uma vez ele desaponta o público e toca "Stone the crown".
A parte mais legal foi quando os caras chamaram seus convidados e entre eles o guitarrista do Loudness, Akira Takasaki, para substituí-los na saideira "Bury me in smoke".
1.Eyes of the South
2.We Knew Him Well
3.Witchtripper
4.Lifer
5.Pillars of Eternity
6.Hail the Leaf
7.Losing All
8.Conjure
9.Stone the Crow
10.Bury Me in Smoke
Rage
Na metade do show do Down já se via no outro palco o corre corre dos roadies para afinar o som, parecia que algo estava errado, até mesmo André Hilgers, batera da banda, estava presente para arrumar a afinação, pelo que ouvi aquela não era a bateria que ele estava utilizando nos shows.
No palco, nem pano de fundo com emblema da banda foi colocado, nessa hora pensei, será que vai rolar? Tudo isso fez com que o show se atrasasse um pouco mas quando começou...
Do começo ao fim foi um showzaço, marcado pela performance impecável desse trio que está completando 30 anos de carreira. O setlist dos caras também surpreendeu, eles mexeram na ordem das músicas, incluíram "Refuge" e fecharam com "Higher the sky". Sem frescuras, mesmo não sendo fã da banda, os caras deram uma aula de heavy metal e mostraram que, quem sabe, faz ao vivo.
1.Carved in Stone
2.Sent by the Devil
3.War of Worlds
4.Enough Is Enough
5.Refuge
6.Down
7.Unity
8.Don't Fear the Winter
9.Soundchaser
10.Set This World on Fire
11.Higher Than the Sky
Dragonforce
Começou o duelo de guitarras, quem será o mais rápido? Impressionante a velocidade e maestria com que Herman Li executa seus solos. Já o vocalista Marc Hudson atinge agudos altíssimos mas foi prejudicado por falhas da técnica de som, estava alto demais e fez com que o som ficasse estourado, em alguns momentos eles reclamaram para que fossem corrigidas as falha mas o show não parou.
Impressionante o entrosamento dos integrantes da banda, em um dos momentos, os guitarristas Herman Li e Sam Totman, o baixista Frédéric Leclercq e o tecladista Vadim Pruzhanov formam uma roda e cada um toca o instrumento do outro.
Eles tocaram mais as músicas do último álbum "Maximun overload". Entre uma brincadeira e outra os caras tentavam lançar umas frases em japonês (que alguém escreveu pra eles em um pedaço de papel) para o público que ficavam com aquela cara de interrogação, sim, porque não dava pra entender bulhufas do que estavam dizendo.
Foi um bom show, mas outra coisa que chamou a atenção foi que Marc Hudson parece estar deslocado em certos momentos, dava para perceber nitidamente o cara lendo as letras das músicas. "Valley of the damned", "Through the fire and flames", "Cry thunder", "Simphony of the night".. As músicas que mais agitaram o pessoal.
1.Defenders
2.Fury of the Storm
3.Three Hammers
4.Black Winter Night
5.Seasons
6.Symphony of the Night
7.Cry Thunder
8.Ring of Fire
9.Through the Fire and Flames
10.Valley of the Damned
Arch Enemy
Que show foi esse? Devo dizer que nesse momento o pessoal já tinha até se esquecido que era o Manowar quem encerraria o festival. Os organizadores estavam impedindo que mais pessoas entrassem na pista tamanha a aglomeração que se formou, todos com a mesma intenção, destruir o Saitama super arena.
Engana-se quem pensa que os japas ficam todos bem comportadinhos em shows de metal, quando os integrantes da banda subiram no palco, eles pareciam ensandecidos.
Não é a toa que o último álbum, War eternal, tenha sido aclamado como um dos melhores da banda, a vocalista Alissa não é apenas bonita, mas tem um vocal tão potente que deixa muito macho pra escanteio.
O povo agitou e entoou as músicas do início ao fim. Difícil achar o clímax do show porque foram muitos os momentos de êxtase da platéia, "Enemy within", " You will know my name", "Nemesis"... E pra fechar "Fields of desolation" pra acabar com tudo de vez!
1.Tempore Nihil Sanat (Prelude in F minor)
2.Enemy Within
3.War Eternal
4.Ravenous
5.Revolution Begins
6.My Apocalypse
7.You Will Know My Name
8.Bloodstained Cross
9.Under Black Flags We March
10.As the Pages Burn
11.Dead Eyes See No Future
12.No Gods, No Masters
13.Dead Bury Their Dead
14.We Will Rise
Bis:
15.Khaos Overture
16.Yesterday Is Dead and Gone
17.Blood on Your Hands
Bis 2:
18.Snow Bound
19.Nemesis
20.Fields of Desolation
(Outro)
Enter the Machine
Além dos ótimos shows o que chama a atenção aqui no Japão é a organização de todos os lados, o respeito para com quem curte bandas de estilos diferentes... Acredito que esse seja um dos diferenciais, não importa idade,sexo, raça... Estavam todos lá unicamente para curtir Metal e se divertir, fazendo com que o Loud Park 2014 se tornasse inesquecível.
E isso é tudo pessoal, "mata rainen né" (até ano que vem!)
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