Gotthard e Unisonic: resenha completíssima dos shows em SP
Resenha - Gotthard e Unisonic (HSBC Brasil, São Paulo, 18/05/2012)
Por Richard Navarro
Postado em 28 de maio de 2012
Como na semana passada já foi publicada uma resenha muito boa e completa sobre este show aqui no Whiplash.Net, para não "chover no molhado" vou fazer uma abordagem um pouco diferente do que significou o show do Gotthard e Unisonic no último dia 18 de maio em São Paulo pra muita gente, inclusive pra mim. O texto é bem longo, diferente de uma resenha normal, mas talvez faça sentido para muitos. Vamos lá!...
Sou da velha guarda do Metal, digamos assim. Comecei a escutar rock´n roll nos anos oitenta. Eu tinha uns 9 anos quando conheci Kiss,Queen e Scorpions, que foi a primeira banda alemã que eu ouvi e gostei. Logo em seguida conheci Deep Purple, Black Sabbath, e me tornei um grande fã de Iron Maiden. Em 1990, quando entrei no colegial, conheci alguns meus melhores amigos. Um deles me gravou duas fitas k7 com um tal de Keeper of the Seven Keys 1 e 2, de uma tal banda alemã chamada Helloween, que ele tinha em "vinil". Aliás, ninguém tinha CD na época! (rs)
Aquilo foi "amor à primeira ouvida", e o Helloween passou a ser uma das minhas bandas favoritas. Então descobri que aqui no Brasil tinha uma banda nesse estilo, o Viper. E claro, imediatamente me tornei fã de Andre Matos & Cia, e orgulhoso de ter uma banda brasileira com um disco no nível do Helloween, misturando um Metal tocado mais rápido, com música clássica e um puta vocal. Depois descobri as saudosas lojas Woodstock Discos no Vale do Anhangabaú, e Empire Music na Galeria, e passei a pesquisar sobre bandas alemãs de Metal. Descobri bandas como Heavens Gate, Blind Guardian e a "nova banda" Gammaray, de um "ex Helloween", que faziam um som no mesmo estilo. Tinha também o Running Wild, o Rage e o Grave Digger, mas numa outra pegada, com um som mais cru e porrada.
Daí o vocal do Viper montou o Angra, e lançou um disco incrível, que tinha até participação do Kai Hansen, e claro que eu pirei. Na mesma época descobri uma banda nacional bem Helloween, chamada Skyscraper, que tocava direto no extinto Black Jack, e era sensacional. Ponto! Isso era tudo que existia de "Metal melódico" na época. Pelo menos do meu conhecimento, já que não tinha internet, só Rock Brigade, Woodstock e Empire.
Bem no finalzinho dos anos 90 e começo de 2000, começou a aparecer várias bandas fazendo o mesmo estilo "metal melódico", que alguns chamavam de "speed metal", "power metal", ou até mesmo "happy metal". Até então, eu estava feliz da vida. Daí vieram Stratovarius, Rhapsody, Hammerfall, Edguy, e na cola deles, zilhões de outras bandas do mesmo estilo, inclusive aqui no Brasil.
Com a facilidade de se gravar e lançar um CD, começou a pipocar banda de Metal melódico de tudo que é lado, igual "gremlins molhado". E todas as bandas tinham que ter uma intro orquestrada, bumbos duplos, guitarras virtuosas à velocidade da luz, e um vocal limpo desferindo os maiores agudos possíveis. E claro, muitos coros. Originalidade, criatividade e feeling era a menor das preocupações, pois o importante era ser "o novo Helloween". O quanto mais rápido e técnico, "melhor". Até o nosso Angra, que era uma banda que estava criando uma personalidade misturando ritmos brasileiros nos dois primeiros discos (graças ao bom exemplo do Roots do Sepultura), se rendeu a essa "tendência", e começou a cada vez mais "europalizar" seu som, é fato. O resultado dessa "modinha", é que todas as bandas começaram soar como a mesma. E algumas começaram a se auto-copiar tanto, com lançamentos medianos e até "medíocres", que o estilo, então conhecido como "power metal", conseguiu ser banalizado.
Para a galera mais nova, que começou ouvir metal com Sonata Artica e Dragonforce, fica difícil de compreender esse fenômeno negativo. Mas ele ocorreu! Mesmo que algumas bandas sejam super conceituadas e reconhecidas mundo afora, infelizmente as que não se "reiventaram" acabaram fazendo muita gente perder o interesse (e até o respeito) pelo estilo outrora criado pelo Helloween.
E com a invasão dos clones e clichês, boa parte da galera que amava esse tipo de som, começou a pegar "ranço" desse tipo de som, e ouvir coisas mais modernas, ou bem mais antigas. Eu fui uma dessas pessoas. Na última década, a coisa tomou uma proporção tão forte, que até mesmo a nova geração começou a enjoar do Metal ultra técnico-rápido-épico-sinfônico e..."chato".
O resultado disso foi que o estilo entrou em colapso e clara decadência, a ponto de um "dream team" como o Symfonia, que tempos atrás lotariam um Via Fuchal, conseguiu ser fiasco num "Blackmore", sem querer desmerecer esse "bar" tão bacana. Ou seja, a coisa saturou mesmo!
Feito esse "desabafo" de um velho fã de Metal melódico, agora sim faz sentido falar qual a expectativa de ir no show do "Unisonic". Diga-se de passagem, eu não estava nem aí pra Unisonic, e por mim a banda poderia se chamar Panasonic ou até CCE, pois eu fui mesmo para ver o Kai Hansen e Michael Kiske juntos.
Isso era algo simplesmente histórico e imperdível, por mais de saco cheio que você estivesse do estilo! Afinal, seria o show de uma banda que reuniria pela primeira vez depois do "Keeper 2", mestres como Kai Hansen e Michael Kiske. Simplesmente dois dos caras que criaram o estilo e imortalizaram as duas maiores obras-primas do Metal melódicos mundial. Ponto!
Mas vamos deixar de papo-furado (desculpe aí, galera), e finalmente falar sobre o show...
Ao chegar em frente ao HSBC, junto com dois amigos da época do colegial, reconheci vários velhos amigos, que há muitos anos não se deslocavam mais de casa para ir à shows, seja porque enjoaram, casaram, hoje tem filhos, ou simplesmente não tem mais o mesmo pique de antes. A verdade é que pelo simples fato de ver esse tipo de pessoas na frente do HSBC, era sinal que algum motivo muito especial era comum alí. E justamente, esse motivo atendia pela fórmula "Kai / Kiske".
Já com todos lá dentro, às 21:30hs começou o show da banda Gotthard, que faz um bom e velho hard rock. Embora a imensa maioria estivesse lá de fato para ver o Unisonic, não se pode ignorar que MUITA gente também estava ali para ver o Gotthard, inclusive eu. Puta som, e puta banda legal, diga-se de passagem!
Os caras, que tocaram pela primeira vez no Brasil em 2006, no festival "Live ‘n Louder", provaram que vem construindo uma sólida base de fãs de lá pra cá, com seu hard rock que, se por um lado não traz nada de exatamente novo, é muito bom! Em tempos em que a música está tão pobre e saturada, como é gostoso ouvir um hard rock "antigo" e tão bem feito!
A grande expectativa para os fãs da banda suíça, era ver como Nic Maeder, o novo frontman, se sairia ao vivo, na difícil tarefa de substituir o grande Steve Lee, falecido num trágico acidente em 2010. Tidos como heróis em seu país de origem, e donos de uma extensa discografia, a banda tinham em Steve Lee sua própria imagem. Sua voz incrível e seu carisma e presença de palco, eram a cara do Gotthard.
Pois bem! Bastou a primeira música, "Dream On", para mostrar que a escolha foi mais que acertada! Além de cantar demais, e demonstrar bastante empatia com o público, Nic Maeder se mostrou totalmente à vontade e entrosado com os guitarristas Leo Leoni e Freddy Scherer, o baixista Marc Lynn e o batera Hena Habegger.
Existem bandas que substituem o ‘frontman" por um cara totalmente diferente, e tem grande êxito. Foi o caso do Van Hallen com Samy Haggar, Sabbath com Dio, do próprio Heloween, fase Andi Deris, e até mesmo o nosso Angra, com Edu Falaschi. As bandas soaram diferentes, mas conseguiram lançar álbuns excelentes e agradar bastante, mesmo dividindo opiniões dos fãs mais antigos e radicais.
Existem as escolhas desastrosas, como aconteceu com o Blaze no Iron Maiden, que sofreu demais com as críticas quase unânimes, e também as substituições mais "cautelosas", como as duas do Journey pós Steve Perry, e do Judas Priest, com Tim Owens, que não arriscaram, mas agradaram.
Digamos que este seja o caso do Gotthard! A banda chegou a cogitar muitos nomes pelo mundo, até mesmo do brasileiro "BJ"(Tempestt), indicado por ninguém menos que Jeff Scott Soto. Porém, acabaram optando por um compatriota, com um timbre bastante próximo de Steve Lee.
Não que Nic Maeder não tenha sua personalidade, longe disso. O cara tem seu estilo de se vestir , lidar com o público e interagir com a banda, soma uma guitarra base em algumas músicas, e etc. Mas graças à sua capacidade vocal, a semelhança no seu timbre, e o "respeito" aos clássicos da banda, é impossível não remeter ao saudoso Steve Lee. Fatores que fizeram Nic Maeder interpretar tanto as músicas novas quanto os clássicos, como um genuíno Gotthard, mantendo assim a tão tradicional "cara da banda".
[an error occurred while processing this directive]Embora a alma de Steve Lee seja de fato insubstituível, a verdade é que Nic Maeder foi uma substituição à altura. Particularmente, gostei bastante!
Destaque para sua performance na balada "One life, one Soul", em "piano"(teclado) e voz, oferecida à memória de Steve Lee. Grande homenagem, e por motivos óbvios, o momento mais emocionante do show.
Embora a banda seja famosa pelas lindas baladas, o Gotthard teve o bom senso de respeitar o fato da atração da noite ser uma banda de power metal, e investiu num set com músicas de mais energia. Mas a verdade é que muitos estavam ali pelos suíços, pois o público cantou o show inteiro.
A banda ainda tocou o sempre obrigatório cover de Billy Joe Royal, "Hush", para depois vir com "Lift U Up" e então "fechar de repente", com a sensacional "Anytime Anywhere". Pois é, não teve bis!
Como fã, senti falta de clássicos como "Mighty Quinn e "The Other Side of Me", que na minha opinião, é a melhor música do Gotthard.
Mas quando o show acaba com "gostinho de quero mais", significa que foi bom demais!
Ufa! Agora sim chegava a hora do show mais esperado da noite!
O espaço da pista à frente do palco do HSBC, foi ficando cada vez mais apertado e concorrido. E ao contrário dos shows normais, onde prevalecia a galera mais nova, da faixa entre 18 e 25 anos, o que víamos ali era muito marmanjo quase entrando na faixa dos quarenta, com cabelo curtinho (outros já sem:), e ao invés das tradicionais "camisetas preta", uma camisa social de quem falou pra esposa que ia fazer hora extra e foi direto pro HSBC!
[an error occurred while processing this directive]Eram os órfãos dos "Keppers", que precisavam testemunhar os mestres Kai Hansen e Michael Kiske juntos, algo que muitos sonhavam há mais de 20 anos, até então parecia algo utópico, e poderia ser a única oportunidade que teriam. Ou seja, nem o patrão, nem a patroa, nem o filho os faria perder essa reunião histórica!
Afinal, salvo participações mútuas nos álbum Land of the Free (Gammaray) e Instant Clarity (Kiske), essa era primeira vez que as duas lendas participam de uma mesma banda de verdade desde o Helloween. Por tudo isso, a expectativa para ver a dupla ao vivo era absurda!
E foi assim que às 23:30hs, um verdadeiro encontro de gerações lotava o HSBC enquanto a apoteótica e imponente "The Ride of the Valkyries", de Richard Wagner, introduzia o show do Unisonic, e a entrada dos anfitriões Kai Hansen (guitarra e backing), Dennis Ward (baixo e backing), Mandy Meyer (guitarra), Kostas Zafiriou (batera) e claro, o mítico vocalista Michael Kiske!
A banda entrou arrebentando com "Unisonic", que já virou hit, e por sinal é bem Helloween. Esse primeiro impacto, de ver juntos Kai e Kiske pela primeira vez ao vivo e há tão poucos metros, foi uma sensação mágica, e geral.
A banda foi mandando uma atrás da outra, e era impressionante ver como a garotada fez a "lição de casa", cantando todas as músicas do Unisonic, como se já fossem clássicos. Confesso que ao escutar em casa o CD de estréia do Unisonic, não cheguei a ser impactado, ao contrário de quando ouvi Land of The Free (Gammaray). Porém, tenho que admitir que as músicas ao vivo funcionam, e muito bem. Com destaque para a cadenciada "King for a Day, que traz um grandioso refrão na voz de Kai Hansen.
Tirando a abre-alas que dá nome à banda, que foi claramente feita para os fãs de Helloween e Gammaray, as outras músicas não seguem a "fórmula Power metal", verdade seja dita. Porém, uma banda que tem a dobradinha Kai/Kiske nos vocais, é quase impossível não remeter à fase áurea do estilo, mesmo que inconscientemente. Afinal, o timbre deles juntos, é muito característico.
A única música que quebrou um pouco o pique do show, foi a "My Santuary", que (na minha opinião) ficou meio chatinha ao vivo. Mas a maior parte da galera estava ali mesmo esperando para ver a dupla executando os clássicos dos "Keepers", sejamos honestos! Com o advento da internet e youtube, todo mundo soube do "estrago" que foi o show do Chile poucos dias antes, e foram ao show de São Paulo para ver "aquilo"!
Pois bem, eis que finalmente o HSBC veio abaixo com o anuncio de "March of Time", simplesmente uma das músicas mais poderosas do Helloween! Nesse momento, não era raro olhar para os lados e ver muito marmanjo com os olhos marejados ou enxugando uma lágrima, nos quais eu novamente me incluo. "March of time" foi simplesmente de arrepiar! Já valeu o show!!
A sensação de nostalgia de uma época mágica para o metal e de um momento especial para a vida de cada um que estava alí, ofuscou qualquer ojeriza causada pelos "helloweens genéricos", que conseguiram transformar algo que era legal de ouvir, em "Metal universitário", pra não dizer pior.
Com todo respeito ao Andi Deris, que eu considero um vocal com grande identidade e carisma, que gravou discos excelentes e deu uma nova personalidade ao som do Helloween... Michael Kiske é um cantor fora do normal!
Tal como o saudoso Dio, nas devidas proporções, a idade não mudou em sua performance vocal! Se a vasta cabeleira loira não mais existe, podemos afirmar que aquele maravilhoso timbre e alcance vocal absurdo, continuam exatamente os mesmos! Além de possuir uma extensão espetacular, o cara tem uma técnica impressionante, e "deu uma verdadeira aula à todos que tentam ser ele, mas não conseguem". No quesito movimentação de palco, Kiske pode até não ser mais o mesmo fanfarrão do vídeo de "Headbangers Ball", mas ele foi extremamente simpático com o público.
Até porque, seria impossível ele não se sensibilizar com um HSBC inteiro cantando "Kiske! Kiske!" em todo intervalo de música! Se o mito alemão ainda tinha dúvidas em voltar a cantar metal, ele não tem dúvidas do quanto o público o ama, e enlouquece ao ver Kiske detonando nos agudos! Detalhe: sem fazer força alguma, pura técnica e dom!
Depois de outras músicas do álbum de estréia do Unisonic, o tão falado guitarrista Mandy Meyer, que já passou por banda clássica como o Krokus e o próprio Gotthard, começou um solo. Particularmente, eu detesto aquelas partes de show onde os vocais ficam pedindo pro público repetir seus "oôos", ou quando um batera ou um guitarra fazem solos intermináveis. Com todo respeito à seu histórico, achei Mandy Meyer um guitarrista sem nada de mais, e seu solo bem mala, pra ser sincero. Já o de Kai Hansen, não tentou ser virtuoso, foi bem mais curto, e foi apenas uma deixa pra emendar a "Follown the Sign" (que fecha o "Keeper 1"), para atiçar a galera e deixar claro que vinham mais pérolas por aí! A propósito, o sorridente mestre Kai Hansen é a simpatia em pessoa.
Então a banda dá sequência com outras músicas do Unisonic, "fechando" com a forte "Never Change Me". Uma grande composição, que apesar do riff remeter bem de leve ao de "Shit and Lobster"(bônus – Pink Bublles do Ape / Helloween), traz um refrão poderoso, e prova que a dupla Kiske/Kai é capaz de fazer música muito boa sem precisar "apelar" ou ser eternos refém de sua própria criação.
Quando "fingiram" que este seria a última música e Kiske ameaçou sair do palco, Kai Hansen deu um peteleco na sua careca e ambos fizeram o que todo muito estava esperando para ver. Ou seja, mandaram ver outros dois clássicos "keeperianos". As obrigatórias "Future World" e "I’want Out"!
Nem precisa dizer que o HSBC veio abaixo de vez né? Afinal, esse era o motivo da imensa maioria estar ali nessa data histórica!
Como grande fã do "rei do rock", Michael Kiske por várias vezes cantarolou clássicos de Elvis Presley entre as músicas do show, ou até "durante" as músicas. Foi o caso de "Future World". Além de não economizar nos agudos, o simpático Kiske se comunicava e brincava o tempo todo com o público, que respondeu à altura, ovacionando esse verdadeiro mito do Metal melódico.
Na expectativa pelos vídeos que vi no youtube, eu confesso que fiquei meio frustrado por não tocarem a "I´m Alive", como fizeram nas vésperas no show do Chile. Fiquei novamente na vontade, mas mesmo assim valeu demais!
Uma coisa que ficou muito clara, é que as músicas do Unisonic tem pegada totalmente diferente das músicas da dupla Kai/Kiske da era Helloween.
Apesar da perfeição e do feeling na execução dos "próprios covers", são duas bandas bem distintas. Os antigos fãs tem que aceitar isso, e quem sabe começar a curtir Unisonic, que não é um "keeper", mas faz um som muito bom.
E apesar da péssima fase que atravessa o estilo, as lendas Michael Kiske e Kai Hansen juntas (com uma ajudinha do Gotthard), foram capazes de lotar uma grande casa de espetáculos, mesmo com uma localização tão ingrata!
Muito obrigado Unisonic e Gotthard! Há tempos eu não saia tão feliz e satisfeito de um show!
GOTTHARD
1- Intro
2- Dream On
3- Top of the World
4- Starlight
5- Sister Moon
6- Master of Illusion
7- Need to Believe
8- Give Me Real
9- Remember It's Me
10- One Life, One Soul
11- Mountain Mama
12- Right On
13- Hush (Billy Joe Royal)
14- Lift U Up
15- Anytime Anywhere
UNISONIC
1- Intro: Walkürenritt
2- Unisonic
3- Never Too Late
4- Renegade
5- King for a Day
6- I've Tried
7- My Sanctuary
8- March of Time (Helloween)
9- Follow the Sign (Helloween)
10- Over the Rainbow
11- Star Rider
12- Guitar solos (Kai Hansen e Mandy Meyer)
13- Souls Alive
14- We Rise
15- Never Change Me
Outras resenhas de Gotthard e Unisonic (HSBC Brasil, São Paulo, 18/05/2012)
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