Metal Media Fest: novos ares ao metal brasileiro
Resenha - Metal Media Fest (Blackmore Rock Bar, São Paulo, 18/11/2011)
Por Durr Campos
Postado em 28 de novembro de 2011
Praticar heavy metal no Brasil é uma das tarefas mais complicadas possíveis. Quando escrevo "praticar" leia-se compor, tocar, ouvir, escrever sobre, etc. Só que tem uma coisa: não há nada mais prazeroso do que fazer parte desse universo! Perdoem se pareço ufanista ou demagogo ao colocar as palavras desse modo, mas quem tem o estilo musical em questão "correndo nas veias" sabe do que estou falando. Na prática, o Whiplash.Net pôde presenciar mais um evento que emanou raça, amizade e devoção à música pesada. Refiro-me à 1ª edição do Metal Media Fest, ocorrida no Blackmore Rock Bar, São Paulo, ocorrido na última sexta-feira, dia 19 de novembro, momento que reuniu três dos maiores nomes do thrash metal underground nacional: Hellarise, Reviolence e Woslom.
Texto: Durr Campos/ Fotos: Pierre Cortes
Chegamos ao local por volta das 22h, mas os primeiros acordes ecoaram cerca de uma hora depois, quando as meninas do HELLARISE vieram mostrando que sexo frágil é coisa do passado. Para os que ainda não conhecem, trata-se de uma banda de thrash metal paulistana com pitadas de death metal, formada em 2009. Quem já ouviu a demo lançada ano passado – tocada na íntegra - sabe do poder de fogo do quinteto formado atualmente por Flávia Morniëtári (vocal), Mirella Max (bateria), Patrícia Schlithler (baixo), Aline Fernandes e Renata Petrelli (guitarras).
Por cerca de 80 minutos elas desfilaram um repertório raivoso, repleto de riffs afiados, solos precisos, bateria intensa, baixo marcante e vocais rasgados no melhor estilo Mille Petrozza, líder dos alemães do Kreator, devidamente homenageado com uma irrepreensível versão de "Violent Revolution". Iniciaram com a impactante "More Mindless Violence, passaram por algumas novas composições – a exemplo da interessantíssima "I Don’t Believe" e finalizaram com uma de minhas favoritas, "Human Disgrace", responsável também por encerrar a já citada demo.
Após o ótimo início de noite, sem delongas, entra em cena o REVIOLENCE que apresentava ali seu mais novo frontman, Rafael Moreira (ex-Upstairs e Sacrament, ambas de Minas Gerais), dotado de notáveis performances cênica e vocal. Impossível também não mencionar o peso e pegada absurdamente boa do Guilherme Spilak, um verdadeiro prodígio nas seis cordas. Imagine um irmão mais novo do Zakk Wylde com pitadas do saudoso Dimebag Darrell. O rapaz é mais menos por aí.
Completam o quarteto o baixista Bernardo Powaga e Edson Graseffi no comando das baquetas. Executaram canções de todos os seus trabalhos lançados, com destaques para "Warning Hell", a pesadíssima "Violent Phoenix", que dá nome ao EP lançado em 2008, "Trail of Tears", uma das que mais causou impacto aos fãs, além de dois covers bem escolhidos: "Five Minutes Alone" (Pantera), apresentada por Ralph como uma música de verdadeiros deuses, e "Raining Blood", eterno xodó de 10 entre 10 fãs do Slayer. Saíram ovacionados após uma execução perfeita da faixa-título do mais recente registro de estúdio, o elogiado Modern Beast.
Já passava das três da matina quando o quarteto paulistano WOSLOM iniciou seu set. Por conta do avançar da hora fizeram a apresentação mais curta do evento, o que em nada atrapalhou o impacto junto ao pequeno, porém empolgadíssimo público. Muitos os chamam de "Metallica brasileiro", o que de fato combina com suas atitudes em cena, especialmente ao observarmos as pegadas de Silvano Aguilera (vocal/ guitarra) e do excelente Rafael Iak (guitarra solo), responsável por alguns dos solos mais bacanas que pude ouvir nos últimos meses. Parecia que eu estava assistindo ao Kirk Hammett no home-video Cliff ‘Em All, lançado em 1987 em homenagem ao falecido baixista Cliff Burton, o qual trazia apresentações do Metallica até a turnê do álbum Master of Puppets. Prova da enorme influência estava já na canção que abriu o show do Woslom, "Time to Rise". A sequência com as poderosas "Beyond Inferno" e "Checkmate" não fez por menos e provocou um enorme sorriso na plateia.
Para fechar com chave de ouro, uma de suas mais inspiradas composições, "Mortal Effect", mostrando que o heavy metal feito neste país está mais vivo do que nunca, ao contrário do que alguns leigos do underground têm propagado pela Internet. Em tempo, completam a banda o baterista Fernando Oster e o baixista Francisco Stanich Jr.
Set-list Hellarise
More Mindless Violence
Deadfall
More Than Alive
Ivory Stones
Drowning
Violent Revolution (Kreator cover)
My Outrage
I Don’t Believe (new song)
Liar
Human Disgrace
Set-list Reviolence
Warning Hell
Violent Phoenix
King of the Night
Five Minutes Alone (Pantera cover)
Virtual Hero
Trail of Tears
Hollow Soul
Impunity
Raining Blood (Slayer cover)
Modern Beast
Set-list Woslom
Time to Rise
Beyond Inferno
Checkmate
The Deep Null
Downfall
Mortal Effect
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