Chuck Berry: carisma, alegria e performance animada em POA
Resenha - Chuck Berry (Teatro do Bourbon Country, Porto Alegre, 14/05/2010)
Por Paulo Finatto Jr.
Postado em 21 de maio de 2010
Certamente, poucos aguardavam mais um show de CHUCK BERRY em Porto Alegre. O músico, que se apresentou na capital gaúcha em 2008 e 2009, voltou pelo terceiro ano consecutivo para mais uma noite de rock n’ roll. Diferentemente do improvável concerto, o repertório destacou novamente os clássicos da sua carreira – que já dura mais de cinquenta anos.
Fotos: Denis Azevedo
Com 83 anos de idade, CHUCK BERRY subiu pontualmente às 21h no palco do Teatro do Bourbon Country. Diante de uma platéia razoável – que esteve longe de ocupar todos os dois mil lugares disponíveis da casa –, o guitarrista esbanjou carisma, alegria e, principalmente, uma performance animada. Diferente de quando se apresentou pela primeira vez na cidade, o palco do Teatro do Bourbon Country deu margem para uma apresentação mais intimista, com o público mais próximo. Uma noite inesquecível para os fãs de Berry.
Desde o início do concerto, com "Roll Over Beethoven", CHUCK BERRY conseguiu levantar boa parte da plateia, que assistia ao show sentada nas primeiras poltronas do Teatro do Bourbon. Enquanto que na primeira apresentação da turnê brasileira – realizada no Rio de Janeiro – Berry se mostrou apático com os flashes e com as fotografias, em Porto Alegre foi diferente. Na capital gaúcha, o músico não se incomodou com as câmeras, fez pose para algumas e até se impressionou com a recepção tão calorosa de um pequeno grupo de fãs, que estavam posicionados na frente do palco. Entre aplausos e gritos dos mais exaltados, CHUCK BERRY deu sequência à apresentação com a ótima "School Days", a lenta "The Wee Wee Hours" e a famosa "Sweet Little Sixteen".
Na música seguinte, "Oh, Carol", Berry retomou, inexplicavelmente, "Sweet Little Sixteen". Por esquecimento ou para brincar com o restante da sua banda, a lenda do rock n’ roll contou com o apoio do público, que não se importou com o fato. Com o mesmo pique do início do show, CHUCK BERRY executou mais algumas de suas maiores composições, como "Let it Rock", até o primeiro momento inusitado do show. A exaltação de um fã da primeira fila chamou a atenção do cantor, que disse: "Temos um grande fã aqui. Qual é o seu nome?". Devidamente apresentado ao seu ídolo, o jovem da plateia ainda conseguiu um aperto de mão de CHUCK BERRY, que motivou a repetição do gesto com uma pequena parcela do público que se concentrava na primeira fila.
Claramente mais animado do que de costume, CHUCK BERRY foi mestre na proposta de conquistar, definitivamente, os seus fãs gaúchos. Se depois de "You Never Can Tell" o guitarrista teve problemas com o seu instrumento, ele soube contornar a situação com bom humor antes da música seguinte. Com o auxílio do pianista Bob Lohr, Berry tentou, sem sucesso, afinar a sua guitarra. Um "Eu tenho 83 anos! Estou velho!" levou a plateia aos risos até o momento em que a estrela do rock trocou de instrumento com o outro guitarrista da banda, o seu filho Chuck Berry Jr. No momento da troca de guitarras, Berry tropeçou em um amplificador e por pouco não caiu. No entanto, a mesma sorte não teve Berry Jr. que, ao retornar de costas para a sua posição no palco, não viu o mesmo amplificador e caiu de costas sobre caixa. Sem se machucar, Berry Jr. conquistou igualmente a simpatia do público, em um misto de risos e aplausos.
O repertório – que ainda contou com "My Ding a Ling" e "Memphis, Teneesse" – chegou no seu momento crucial. Com a pergunta, "Eu já toquei Johnny B. Goode?", CHUCK BERRY, em mais uma constatação do seu bom humor naquela noite, executou o maior clássico da sua carreira. Desta vez, mais uma situação inusitada: o mesmo fã fervoroso, aquele do aperto de mão, foi chamado por Berry para subir ao palco para cantar o maior hino da sua carreira, lançado originalmente em 1958. Um pouco tímido pela surpresa, o jovem fã preferiu apenas reverenciar o seu ídolo e deixar que o restante da plateia assumisse a voz durante o refrão.
Para encerrar a noite, não poderia ser diferente: "Reelin’ and Rockin’" fechou a apresentação com mais gente em cima do palco. Como de costume, as mulheres presentes foram convidadas para dançar ao lado da banda e doze delas aceitaram o convite. Com o fim da música, CHUCK BERRY deixou o palco, sem maiores despedidas, e coube a Berry Jr. apresentar o restante da banda e encerrar o espetáculo.
Em exata uma hora de show, CHUCK BERRY mostrou porque é um dos artistas mais consagrados do rock de todos os tempos. O público – que pagou entre R$ 70 e R$ 250 para assistir ao espetáculo – pouco se importou com o repertório reduzido ou com os pequenos deslizes do guitarrista. A lembrança que fica, certamente, é de mais um momento divertido e igualmente intenso ao lado de um dos criadores do rock n’ roll. Mais uma vez, o público deixou o Teatro do Bourbon Country sem ter do que se queixar.
Set-list:
01. Roll Over Beethoven
02. School Days
03. The Wee Wee Hours
04. Sweet Little Sixteen
05. Oh, Carol
06. Around and Around
07. Let it Rock
08. You Never Can Tell
09. My Ding a Ling
10. Memphis, Tennessee
11. Johnny B. Goode
12. Reelin’ and Rockin’






Luis Alberto Braga Rodrigues | Rogerio Antonio dos Anjos | Everton Gracindo | Thiago Feltes Marques | Efrem Maranhao Filho | Geraldo Fonseca | Gustavo Anunciação Lenza | Richard Malheiros | Vinicius Maciel | Adriano Lourenço Barbosa | Airton Lopes | Alexandre Faria Abelleira | Alexandre Sampaio | André Frederico | Ary César Coelho Luz Silva | Assuires Vieira da Silva Junior | Bergrock Ferreira | Bruno Franca Passamani | Caio Livio de Lacerda Augusto | Carlos Alexandre da Silva Neto | Carlos Gomes Cabral | Cesar Tadeu Lopes | Cláudia Falci | Danilo Melo | Dymm Productions and Management | Eudes Limeira | Fabiano Forte Martins Cordeiro | Fabio Henrique Lopes Collet e Silva | Filipe Matzembacher | Flávio dos Santos Cardoso | Frederico Holanda | Gabriel Fenili | George Morcerf | Henrique Haag Ribacki | Jorge Alexandre Nogueira Santos | Jose Patrick de Souza | João Alexandre Dantas | João Orlando Arantes Santana | Leonardo Felipe Amorim | Marcello da Silva Azevedo | Marcelo Franklin da Silva | Marcio Augusto Von Kriiger Santos | Marcos Donizeti Dos Santos | Marcus Vieira | Mauricio Nuno Santos | Maurício Gioachini | Odair de Abreu Lima | Pedro Fortunato | Rafael Wambier Dos Santos | Regina Laura Pinheiro | Ricardo Cunha | Sergio Luis Anaga | Silvia Gomes de Lima | Thiago Cardim | Tiago Andrade | Victor Adriel | Victor Jose Camara | Vinicius Valter de Lemos | Walter Armellei Junior | Williams Ricardo Almeida de Oliveira | Yria Freitas Tandel |



Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



"Come to Brazil" - 2026 promete ser um ano histórico para o rock e o metal no país
Welcome to Rockville 2026 divulga line-up oficial
O melhor cantor de baladas de todos os tempos, segundo Bob Dylan
A postura passiva de filho de Bon Jovi com esposa que foi alvo de críticas na web
O que Chorão canta no final do refrão de "Proibida Pra Mim"? (Não é "Guerra")
As 3 melhores músicas do Aerosmith de todos os tempos, segundo Regis Tadeu
Os quatro maiores solos de guitarra de todos os tempos, segundo Carlos Santana
Pink Floyd disponibiliza versão integral de "Shine On You Crazy Diamond"
Mike Portnoy conta como está sendo tocar músicas que o Dream Theater gravou com Mike Mangini
Bangers Open Air confirma Twisted Sister e mais 40 bandas para 2026
Site americano lista os 11 melhores álbuns de rock progressivo dos anos 1990
Manowar anuncia turnê celebrando álbuns "Fighting the World" e "Kings of Metal"
Com Tesla e Extreme, Mötley Crüe anuncia turnê celebrando 45 anos de carreira
Charlie Sheen relembra encontro com Ozzy Osbourne em clínica de recuperação
Gene Simmons se arrepende de não ter sido mais rigoroso com Ace Frehley e Peter Criss
David Coverdale lista seus 20 álbuns preferidos do rock britânico
Cinco inesperados músicos famosos que odiavam o saudoso John Lennon
Top 5 Pantera: About.com elege os cinco melhores álbuns da banda
O guitarrista que para Eric Clapton é impossível não copiar "se você quer tocar rock'n'roll"
No Dia do Rock, os 13 maiores rockstars de todos os tempos
Os 30 maiores guitarristas da história do rock
O respeitado bluesman que Chuck Berry apresentou como "o maior de todos os tempos"
Em 16/01/1993: o Nirvana fazia um show catastrófico no Brasil

