Sauna Open Air: Fotos e comentários sobre o festival finlandês
Resenha - Sauna Open Air (Tampere, Finlândia, 06 a 08/06/2008)
Por Petri da Costa
Postado em 15 de julho de 2008
A quinta edição do Sauna Open Air foi, como era de se esperar, um grande sucesso. Se o Sauna Open Air desse ano tivesse algum tema ele seria nostalgia, já que muitas das bandas principais desse ano começaram a carreira ou nos anos 70 ou nos 80. E dessa vez os organizadores fizeram uma pequena mudança de dias, começando o festival sexta-feira e terminando domingo, ao contrário dos anos anteriores quando começava quinta-feira e terminava no sábado.
Fotos: Petri da Costa
Sexta-Feira (06.06)
Os portões abriram às 14h e já às 14.30h no palco secundário o Widescreen Mode abria o festival. Porém havia poucos presentes e a banda teve um set list curto de 30min. Logo em seguida no palco principal tocava a primeira atração internacional, o Airbourne. Do começo empolgante com "Stand Up For Rock ’n’ Roll" ao fim energético com "Runnin Wild" os australianos do Airbourne simplesmente arrebentaram o começo do festival. O louco vocalista/guitarrista Joel O´Keeffe ainda subiu num dos postes de luz do palco e ficou pendurado lá em cima solando! E nas palavras de Joel O’Keeffe: "Rock’n’Roll will never die!", o que ficou claro depois deste bombástico show.
No palco secundário tocava o Rytmihäiriö, um dos nomes mais conhecidos do underground finlândes. O metal/punk/hc da banda abriu um pequeno mosh pit durante o show, e apesar de não haver muitos os assistindo, o grupo foi bem e os fãs sempre cantavam junto com a banda. De volta ao placo principal, o Eläkeläiset jogava um balde de água fria nos ânimos do público. A banda, que canta em finândes e toca um estilo musical tradicional finlândes chamado "humppa" (algo como o folk) com pop, não foi bem e 1h de show pareceu uma eternidade. Ainda bem que logo depois deles veio o Kiuas no placo secundário. O grupo executou de forma perfeita seu metal melódico e técnico, sempre cativando o público especialmente com o ’hit’ da banda "Warrior Soul".
Já era o fim da tarde e era hora de uma das bandas mais esperadas do dia: Testament. O novo álbum "The Formation of Damnation" tem recebido boas resenhas pela Europa e a banda parece estar voltando a ter mais reconhecimento. Chuck Billy foi ovacionado ao entrar no palco e de cara mandaram "Over the Wall" que deixou os fãs simplesmente loucos, e o mosh não parou com "Into the Pit" e "Apocalyptic City". Do novo álbum foram tocadas "More Than Meets The Eyes", onde Chuck pediu pro público fazer um wall of death e "Henchman Ride". Claro que não ficaram de fora clássicos como "Practise What You Preach", "Souls Of Black", "Alone In The Dark" e outros. Um grande show cheio de peso, força e o carisma de Chuck Billy.
A última banda do palco secundário foi o Diablo que começou o show mesmo com o Testament ainda tocando. Divulgando o novo álbum "Icarus", o Diablo atraiu muitos durante o show e mostrou que é uma das bandas que mais cresce aqui. Destaque para as músicas "Damien" e "Read My Scars". Chegava então a hora do Children of Bodom fechar o primeiro dia. A banda que no momento passa por um grande sucesso tanto aqui na Finlândia como em muitos outros países foi mais uma vez competente ao vivo. O público já gritava o nome da banda e começaram com "Sixpounder" e de cara Alexi Laiho e cia. já tinham o público nas mãos. No set list da banda, músicas mais novas como "In Your Face", "Blooddrunk", "Tie My Rope" e outras mais ’antigas’ como "Needled 24/7", "Angels Don’t Kill" e "Hate Me!" deixaram o público feliz. O porém do show foi talvez a sensação de repetição que tive, a banda toca algumas músicas já esperadas, deixando algumas músicas excelentes do "Hatebreeder" e especialmente do "Something Wild" de fora. Depois de fogos e outros efeitos pirotécnicos, a banda fechou com "Downfall".
Sábado (07.06)
O dia começava um pouco mais cedo e com grandes filas para entrar no festival. Mesmo com poucos presentes, o Iiwanajulma no palco secundário deu conta do recado de começar o segundo dia, mesmo que muitos que entravam na área do festival iam correndo pro palco principal aguardar um dos nomes mais respeitados e queridos da cena metálica finlandesa dos anos 80: os thrashers do Stone. A banda parou as atividades no comeco dos anos 90 e recentemente voltou a fazer alguns shows esse ano. Para muitos 1h de show foi pouco, mas foi suficiente para mostrar como os caras ainda têm muita lenha pra queimar. O legal foi ver Alexi Laiho (Children of Bodom), que é um grande fã da banda, num canto do palco agitando durante todo o show deles. Fecharam o massacre sonoro com duas favoritas dos fãs, "Get Stoned" e "No Commands".
Voltando ao palco secundário os moleques do Tracedawn deixaram muitos de boca aberta quando viram esses jovens tocando um som técnico, pesado e melódico. Por mais que parecessem durante o decorrer do show um tanto nervosos, eles conseguiram. É uma banda que tem futuro e que tem conseguido atencão tanto da mídia quanto do público. Meio da tarde e o Sonata Arctica tocava no palco principal. Agora uma pergunta: por que colocar o Sonata Arctica pela segunda vez seguida nesse festival? Por acaso não há outras bandas, sejam finlandesas ou internacionais, que poderiam estar no lugar deles? Realmente não da pra entender o critério para os chamar, já que esse show foi um repeteco do ano passado com banda divulgando ainda o "Unia".
Logo em seguida foi a vez do Moonmadness. A banda, que recentemente lançou seu debut "All In Between", ainda não é tão conhecida mas o som deles, um hard rock bem anos 80, caiu bem no gosto do público. Destaque para a carismática vocalista Heidi Bergbacka. Já ao fim do Moonmadness a galera começou a se espremer para conseguir um bom lugar perto do palco principal para ver um dos nomes mais esperados do festival: Sebastian Bach. O ex-vocalista do Skid Row demonstrou um grande carisma e uma ótima performance durante todo o show, contando com apoio de uma excelente banda. A abertura do show foi com a "Back on the Saddle" do último álbum e pra matar de vez os fãs de Skid Row eles tocaram em seguida "Slave To The Grind". O resto do set list foi uma mescla de músicas do álbum "Angel Down", como "Stuck Inside", "American Metalhead", "(Love Is) A Bitchslap" e "By Your Side", e obviamente clássicos do Skid Row: "Youth Gone Wild", "18 And Life", "Monkey Business" e "I Remember You". Para fechar o show eles tocaram a nova "Angel Down" e Sebastian gritou "I love you Finland" para a felicidade de todo o público.
Depois de um eletrizante show, o público foi correndo para o palco secundário para conferir o Mokoma. Os finlandeses continuam sendo uma das bandas favoritas do grande público e a resposta que eles tiveram durante todo show foi excelente, apesar de ter sido um show regular. Para fechar o segundia dia do Sauna Open Air, os veteranos do Scorpions atrairam o maior público de todos os dias. O show começou com "The Game of Life" e daí em diante foram só clássicos da banda como "Coming Home", "Bad Boys Running Wild", "The Zoo", "Holiday" e outras. Um fato curioso foi ver Sebastian Bach com alguns membros da sua banda e roadies assistindo todo o show do Scorpions sentados na frente da grade de protecão entre o público e o placo principal. O cara não parava de cantar junto ou tocar air guitar e até air drum! Desnecessário comentar sobre a performance da banda; quem já viu esses veteranos sabe que eles sempre são carismáticos e extremamente empolgantes ao vivo. Depois de um solo de bateria com direito a percursão com ajuda de todos os membros da banda (lembrou até o Sepultura tocando "Kaiowas"), a banda voltou com a maratona de clássicos, "Big City Nights", "Blackout", "Send Me An Angel" e as mais esperadas: "Still Loving You" e "Rock You Like A Hurricane" para terminar um grande show.
Domingo (08.06)
Último dia, todo mundo parecia ou cansado ou sofrendo de ressaca depois de 2 dias de festival. Mesmo assim o público foi grande. A banda que começou o dia foi o Stam1na no palco principal e pela terceira vez consecutiva eles tocavam no Sauna Open Air. Por mais que a banda seja competente e querida pelos fãs, 3 vezes é muito e seria muito mais interessante dar chance a outras bandas locais que não são figuras carimbas desse ou de outros festivais.
Veio em seguida no palco secundário o When The Empirre Falls, que recentemente lançou seu debut. A banda cativou os poucos presentes com seu power metal melódico durante 1h de show, mas pro final do show a galera já ia indo de volta pro palco principal. E quem atraiu muitos fãs e curiosos foram dois veteranos: Joe Lynn Turner e Graham Bonnet. O show foi dividido em 3 partes, sendo que Graham Bonnet comecaria sozinho e depois seria a vez de Joe Lynn Turner, e no fim, os dois juntos. Tava na cara que o público, em grande maioria os saudosistas, queriam só músicas do Rainbow e todos ficaram felizes com "Stargazer" e "Since You´ve Been Gone". Graham Bonnet parecia se esgoelar quando cantava as notas mais altas, mas isso não parecia incomodar os fãs. Depois veio o simpático Joe Lynn Turner que cantou músicas como "I Surrender", "Spotlight Kid", "Can´t Happen Here" e uma que pegou muitos de surpresa: "Perfect Strangers" do Deep Purple. Pro final, os dois vocalistas no palco cantaram "Long Live Rock’n’Roll", que Joe Lynn Turner dedicou a Dio.
Continuando com o último dia, vieram os finlandeses do Kypck, que na verdade cantam em russo(!). Foi no mínimo interessante os ver ao vivo. Chamava a atenção como estavam vestidos e a guitarra em forma de metralhadora do guitarrista. O som dos caras é um doom pesado, mas senti que soaria melhor num clube, e 1h de show também foi um pouco demais. O destaque ficou para o cover de "Black Sabbath", onde o vocalista cantava em russo e algumas partes em inglês. Vieram no palco principal o Amorphis, que agradou em cheio o público, que não se importou com a chuva forte que começou a cair durante o show deles. Dentre as músicas do set list, as que mais chamaram mais atenção foram "Against Widows" e "Into Hiding".
Quase fim do festival e o Masterstroke tocava no palco secundário. A banda foi chamada pro festival de última hora e muitos não pareciam interessados em os ver, preferindo ficar na área do bar ou esperando a última banda do dia. Mesmo assim os rapazes do Masterstroke mandaram bem. O Whitesnake teve a tarefa de fechar o dia e o festival, e estava na cara que mais da metade do público ali presente veio só por eles. O show começou com a nova "Best Years" e logo em seguida a clássica "Fool For Your Loving". David Coverdale não parava de agradecer e elogiar o público, que também não parava de gritar o nome da banda. O vocalista estava extremamente bem humorado e mostrou que seu gogó continua em excelente forma. O show ainda teve "Love Ain't No Stranger", "Give Me All Your Love", "Is This Love", "Ain´t No Love in the Heart of the City", solos (desnecessários) de bateria e guitarra. No meio do público havia membros das bandas que tocaram no dia e até alguns do Stratovarius prestigiando a banda. Por fim tocaram "Here I Go Again" e pra matar os fãs do Deep Purple, "Burn", onde tocaram trechos de "Stormbringer", finalizando um grande show e um ótimo ano para o Sauna Open Air.
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