Blind Guardian: Review e galeria de fotos da apresentação em Curitiba
Resenha - Blind Guardian (Hellooch, Curitiba, 23/03/2007)
Por Clóvis Eduardo
Postado em 26 de março de 2007
Foi um show diferente, divertido e, sinceramente, apesar de Curitiba esperar a execução de clássicos como "Valhalla", "Majesty" ou "Bright Eyes", a apresentação do Blind Guardian na capital paranaense foi sensacional.
Curitiba já é tradicional escala de grandes nomes do metal mundial, e isso é um fato que deve ser valorizado pelos paranaenses. Já os catarinenses, que pensaram que poderiam ter a própria festa com os bardos na cidade de São José, tiveram de correr para não perder o último show da "A Twist In The Myth Tour", na capital paranaense. Imprevistos fizeram com que o Blind Guardian não passasse por Santa Catarina, causando uma "migração desesperada" em busca do show de uma das mais queridas bandas alemãs da atualidade. Aproximadamente 1,7 mil ingressos foram vendidos na Helloch, o que tornou o show um verdadeiro espetáculo de vozes.
Blind Guardian - Mais Novidades
Como abertura, o Livin Garden, uma banda ainda muito jovem, ficou encarregada de entreter o público. Músicas próprias e alguns covers do Metallica e Judas Priest ajudaram a dispersar um pouco aquele coro de "guardian, guardian", que já era ouvido até mesmo antes da abertura dos portões da casa de shows. O Livin Garden foi muito bem, com 30 minutos de muita empolgação e agradecimento, já que o público aplaudiu ao quarteto de maneira enfática.
Um intervalo de quase uma hora deu a chance de conferir as novidades nessa nova opção de festas em Curitiba. A Hellooch é uma versão moderna do Moinho São Roque, que foi conpletamente reformulado. A pista diminuiu, mas o sistema de ventilação melhorou bastante, assim como a área de camarotes, banheiros e bares. Telões dos dois lados do palco e uma estrutura de som e luzes deixaram o espetáculo muito mais bonito.
E então, o Blind Guardian. "War of Warth" começa, e o empurra-empurra também. Coisa típica de shows deste tipo no Brasil. As bandas internacionais gostam da forte receptividade que os brasileiros concedem aos artistas, mas esta energia louca às vezes machuca alguns desprevenidos. O berreiro tomou conta com "Into The Storm", faixa que os germânicos usam mais como um aquecimento do próprio vocalista Hansi Kursh. Ele não tem mais aquela jovialidade e as cordas vocais não suportam o tom excessivamente alto utilizado nas canções de estúdio, o que deixou alguns fãs com a impressão de que ele não estava cantando ou um pouco desinteressado. O certo é que o sujeito é extremamente simpático, cheio de sorrisos e trejeitos, mas é um vocalista muito simples e que ganha facilmente o público com o movimentar das mãos, mesmo tons de voz abaixo do esperado. Até uma bandeira do Brasil foi jogada para que o vocalista, carinhosamente a expusesse e colocasse na base da bateria onde lá permaneceu durante todo o show.
A gritaria do público era tão intensa que Hansi deixava a galera cantar à vontade, apenas segurando o microfone. E nesta mesma vibração e interação foi "Born In a Mourning Hall" que veio em seguida já exaltando a boa performance do novo baterista, Frederick Ehmke. Sem errar e com a velocidade alucinante, o careca saiu-se muito bem, garantindo também a simpatia do público. Em seguida, as já anunciadas músicas da turnê brasileira, tudo na mesma ordem: "Nightfall", cantada à plenos pulmões, "Script For My Requiem" e seus backing vocals feito por quatro vozes pelos guitarristas, Andre Olbrich, Marcus Siepen, o baixista Oliver Holzwarth e do tecladista Michael Schuren. Além desta, a nova "Fly" foi executada e aparentemente funcionou bem ao vivo.
Aí que a casa caiu em Curitiba. Analisando os set-lists de todos os quatro shows anteriores do Blind Guardian no Brasil, foi possível perceber a variação em algumas músicas consideradas "vitais" nas apresentações dos alemães. E nesta noite, "Bright Eyes" e à exemplo de Porto Alegre, "Valhalla" não entraram (que pecado!!!). No entanto, a compensação foi estupenda. "Banish From Sanctuary" fez uma volta aos belos tempos de "Follow The Blind" (1991) e só provou que o Blind Guardian ainda possui aquela vontade e a pegada quase thrash do início da carreira. "Time Stands Still At The Iron Hill" também foi aprovada pelo público que cantava cada vez mais alto, entusiasmando ainda mais a banda.
A série de músicas quase não lembradas na turnê continuou com "This Will Never End", que abre o mais novo trabalho de estúdio do grupo, também aparentando um "entrave" para Hansi cantá-la com mais exaltação. As outras duas pérolas expostas apenas em Curitiba foram a emocionante e pula-pula "Lord Of The Rings" e "Punishment Divine". Sim, os riffs melodiosos e solados à todo instante de Andre Olbrich aliados à estupenda base de Marcus Siepen voltaram, para alegria e até espanto dos que acreditavam em "Majesty" ou em outras boas músicas no set.
Não era segredo para ninguém que "And Then There Was The Silence", também do "A Night At The Opera", seria tocada, em uma versão um pouquinho menor do que a de estúdio e já conhecida através do primeiro DVD ao vivo da banda. Este sim foi um exemplo de um show em apenas uma canção. Momentos alegres, mais cadenciados, lentos e até brincadeiras do tecladista Michael Shuren (quando é que vão colocar um pouco mais de holofotes em cima dele e de Oliver?) sempre, acompanhados fielmente pelo público com palmas e eufóricos corais tornaram os cerca de 12 minutos de duração em uma leve brincadeira. Cantar "And Them There Was The Silence" não era preciso, mas pular ostensivamente aos versos de "The nightmare shall be over now, there's nothing more to fear" e de todo o refrão seguinte foi sem dúvida um momento marcante.
Ainda nos era reservado o bis, com "Imaginations From The Other Side", "Bard´s Song (In The Forest)", um dos pontos altos da noite e para encerrar, "Mirror Mirror" que já virou hino. Ao final da apresentação, a insistência do público (com razão) em pedir "Valhalla" que até deixou os músicos contrangidos na hora de fazerem a saudação final. Enfim, após quase duas horas de espetáculo e a certeza de que o Blind Guardian ao vivo é muito poderoso e que os fãs são realmente o significado de cada sorriso e agradecimento dos alemães.
Ah, e mesmo com o final do show, ainda sobraram muitos "guardian, guardian..." pelo resto da noite.
Set-list - Livin Garden
1 - Where I Can Breathe
2 - Sab But True (Metallica)
3 - Crown Of Thorns
4 - Age Of Lies
5 - Blinding Me
6 - Diamonds and Rust (Judas Priest)
7 - The Hellion / Eletric Eye (Judas Priest)
Set-list - Blind Guardian
1 - War of Wrath
2 - Into the Storm
3 - Born in a Mourning Hall
4 - Nightfall
5 - Fly
6 - The Script For My Requiem
7 - Banish From Sanctuaray
8 - Time Stands Still At The Iron Hill
9 - This Will Never End
10 - Lord of the Rings
11 - Punishment Divine
12 - And Then There Was Silence
----
13 - Imaginations From The Other Side
14 - Bard's Song (In The Forest)
15 - Mirror Mirror
Agradecimentos: Makila Crowley, Roger e Ana Paula Flores, Gabriel Canoro e Livin Garden.
Luis Alberto Braga Rodrigues | Rogerio Antonio dos Anjos | Everton Gracindo | Thiago Feltes Marques | Efrem Maranhao Filho | Geraldo Fonseca | Gustavo Anunciação Lenza | Richard Malheiros | Vinicius Maciel | Adriano Lourenço Barbosa | Airton Lopes | Alexandre Faria Abelleira | Alexandre Sampaio | André Frederico | Ary César Coelho Luz Silva | Assuires Vieira da Silva Junior | Bergrock Ferreira | Bruno Franca Passamani | Caio Livio de Lacerda Augusto | Carlos Alexandre da Silva Neto | Carlos Gomes Cabral | Cesar Tadeu Lopes | Cláudia Falci | Danilo Melo | Dymm Productions and Management | Eudes Limeira | Fabiano Forte Martins Cordeiro | Fabio Henrique Lopes Collet e Silva | Filipe Matzembacher | Flávio dos Santos Cardoso | Frederico Holanda | Gabriel Fenili | George Morcerf | Henrique Haag Ribacki | Jorge Alexandre Nogueira Santos | Jose Patrick de Souza | João Alexandre Dantas | João Orlando Arantes Santana | Leonardo Felipe Amorim | Marcello da Silva Azevedo | Marcelo Franklin da Silva | Marcio Augusto Von Kriiger Santos | Marcos Donizeti Dos Santos | Marcus Vieira | Mauricio Nuno Santos | Maurício Gioachini | Odair de Abreu Lima | Pedro Fortunato | Rafael Wambier Dos Santos | Regina Laura Pinheiro | Ricardo Cunha | Sergio Luis Anaga | Silvia Gomes de Lima | Thiago Cardim | Tiago Andrade | Victor Adriel | Victor Jose Camara | Vinicius Valter de Lemos | Walter Armellei Junior | Williams Ricardo Almeida de Oliveira | Yria Freitas Tandel |
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



A banda brasileira que está seguindo passos de Angra e Sepultura, segundo produtor
O disco do Metallica que para James Hetfield ainda não foi compreendido; "vai chegar a hora"
Os melhores guitarristas da atualidade, segundo Regis Tadeu (inclui brasileiro)
AC/DC confirma show único no Brasil em São Paulo para fevereiro
Como era sugestão de Steve Harris para arte de "Powerslave" e por que foi rejeitada?
AC/DC confirma show no Brasil para março de 2026, segundo José Norberto Flesch
As músicas do Iron Maiden que Dave Murray não gosta: "Poderia ter soado melhor"
"Guitarra Verde" - um olhar sobre a Fender Stratocaster de Edgard Scandurra
Ramones e a complexidade técnica por trás da sua estética
Mais um show do Guns N' Roses no Brasil - e a prova de que a nostalgia ainda segue em alta
Lô Borges, um dos fundadores do Clube da Esquina, morre aos 73 anos
Regis Tadeu explica por que não vai ao show do AC/DC no Brasil: "Eu estou fora"
Como foi para David Gilmour trabalhar nos álbuns solos de Syd Barrett nos anos 1970
As duas bandas que atrapalharam o sucesso do Iron Maiden nos anos oitenta
O artista que Neil Peart se orgulhava de ter inspirado
A última era brilhante da música e a banda que a representa, segundo Bob Dylan
A banda tão boa que Eric Clapton não teve coragem de pedir para entrar nela
Andreas Kisser revela como Eloy Casagrande comunicou sua ida para o Slipknot

Novo álbum do Blind Guardian será mais "melódico das antigas", diz Hansi Kürsch
5 discos lançados em 1998 que todo fã de heavy metal deveria ouvir ao menos uma vez na vida
5 discos lançados em 1992 que todo fã de heavy metal deveria ouvir ao menos uma vez na vida
Deicide e Kataklysm: invocando o próprio Satã no meio da pista


