Angra: O maior fenômeno do metal no Brasil desde o Sepultura
Resenha - Angra (Marista Hall, Belo Horizonte, 20/11/2004)
Por Thiago Sarkis
Postado em 20 de novembro de 2004
Você pode chamar o Angra do que quiser, desde que suas afirmativas rondem algo como o maior fenômeno da música pesada no Brasil desde o Sepultura. É a inegável realidade que o show da banda nos traz. Se na turnê de "Rebirth" comemorava-se o retorno da ‘marca’ e a entrada dos novos integrantes, em "Temple Of Shadows" celebra-se o novo lançamento e, na verdade, toda a carreira desta que é, agora sim, uma entidade definitiva do heavy mundial.
Movimentação como aquela do dia vinte de novembro no Marista Hall não se via há muito tempo em Belo Horizonte, exceto pelos festivais. Caso resolvamos analisar eventos de metal, é até covardia. Um baile mesmo nos bem-sucedidos e incríveis shows de Cannibal Corpse, Children Of Bodom e Helloween. Não comparo os conjuntos, mas sim o envolvimento do público, o sentimento que movia a cidade nas vésperas de cada apresentação.
Mais assustador é quando percebemos que os resultados não só ultrapassaram os de artistas da mesma vertente, mas também de vários daqueles que estão realmente na cena principal do Brasil. O pop rock dos Engenheiros do Hawaii, na prévia de seu acústico, rendeu menos. E acreditem, em termos de quantidade, eles se aproximaram até mesmo dos Paralamas do Sucesso, quando estes tocaram no mesmo local!
Mais de quatro mil pessoas num show do Angra, sem qualquer banda de abertura que pudesse atrair seu próprio grupo de fãs específico, ou algo do tipo? Fogos no palco, uma estrutura imensa, e investimento numa cidade que mostrava-se, até então, praticamente provinciana? Ou talvez só ligada à ala mais pesada do metal? Um coral de vozes ensurdecedor clamando o nome do grupo, de seus ídolos, e estremecendo o chão literalmente em cada intervalo? Sinceramente, foi de arrepiar só pelo clima instaurado e a exuberância. Porém, falamos de algo além.
Quantidade é ótimo, contudo, se a qualidade vem em igual proporção, é porque realmente vale a pena toda a vibração. É a prova de que tudo ali faz algum sentido e que aqueles , logo ali, em cima do palco, merecem os espectadores que têm.
Via-se uma nação febril, já no instante em que o vídeo de Letícia Sabatella explicando todas as medidas de segurança do local apareceu no telão. Os pés batiam no chão, o nome "Angra" repetia-se incansavelmente, e naquele momento, qualquer manifestação ‘individual’ já era inútil. A massa havia tomado conta do cada um.
A introdução "Deus le Volt / Gate XIII" começa e a situação maravilhosamente se agrava. Mais uma dose de cólera, a qual, todavia, cede um pouco, pelo exagero na duração da música incidental. Os presentes saúdam por cinco, seis minutos, uma banda que não está no palco. Haja gogó e animação. No entanto, passa, dali em diante tudo sairia muito bem.
Se você sentiu falta de certas características nacionais em "Temple Of Shadows", vá ao show e comprove o set list mais brasileiro da história do metal. Não só as músicas escolhidas, mas toda a execução, os instrumentos incluídos, os batuques, as performances dos músicos, os movimentos que fazem.
A melhor imagem fica com Rafael Bittencourt na introdução de "Never Understand". Noutro momento magnífico, Felipe Andreoli e Kiko Loureiro juntam-se a Bittencourt para o grande espectro local de uma quase "Timbalada" em "Carolina IV". Espelho das raízes de um país, que nenhum gringo consegue definir. Émetal brasileiro, e não precisa mais nada. Diferente de qualquer outro.
Durante a execução das novas composições, embasbaquei-me com o entrosamento do conjunto neste, ainda, início de turnê. A técnica e a precisão exigidas pelas músicas é tal que poucas bandas conseguiriam sequer reproduzi-las ao vivo. Com a perfeição que foram apresentadas então, nem se fala. Dá a impressão de que o Angra está ensaiando este show há mais de ano.
Kiko Loureiro e Aquiles Priester transcenderam e não há qualquer exagero nesta afirmação. Andreoli também assusta. No entanto, presenciar especialmente os dois primeiros tocando seus instrumentos é contemplar o inimaginável. Como fazem tudo aquilo? Ainda mais com aquelas caras de quem está alegremente tomando uma sopa, sentado num sofá. Eles fluem com ritmos, melodias e harmonias. Instrumento-corpo-mente não se desligam um segundo. Formaram um todo!
Edu Falaschi está muito bem, dominando mais o palco e a audiência. Parece sentir-se livre. Suas características bem próprias, já detectadas na época de Symbols, ganham um realce. Merecem relevo maior, penso eu, principalmente na agressividade fantástica de sua voz. Porém, paulatinamente este lado vai se adequando ao grupo.
Se o peso é um pedido, nem precisamos esperar pelo próximo álbum. Depois de "Nova Era", e duas horas de material puramente do Angra, já sem muito esperar, um riff cavalo surge, e é simplesmente "Raining Blood", do Slayer! Quem pensou que ficaria só na introdução, como fez o Dream Theater, enganou-se. O baixista banca os vocais e a bordoada rola solta a cada compasso. Um final a nível do restante do show, apoteótico!
Luis Alberto Braga Rodrigues | Rogerio Antonio dos Anjos | Everton Gracindo | Thiago Feltes Marques | Efrem Maranhao Filho | Geraldo Fonseca | Gustavo Anunciação Lenza | Richard Malheiros | Vinicius Maciel | Adriano Lourenço Barbosa | Airton Lopes | Alexandre Faria Abelleira | Alexandre Sampaio | André Frederico | Ary César Coelho Luz Silva | Assuires Vieira da Silva Junior | Bergrock Ferreira | Bruno Franca Passamani | Caio Livio de Lacerda Augusto | Carlos Alexandre da Silva Neto | Carlos Gomes Cabral | Cesar Tadeu Lopes | Cláudia Falci | Danilo Melo | Dymm Productions and Management | Eudes Limeira | Fabiano Forte Martins Cordeiro | Fabio Henrique Lopes Collet e Silva | Filipe Matzembacher | Flávio dos Santos Cardoso | Frederico Holanda | Gabriel Fenili | George Morcerf | Henrique Haag Ribacki | Jorge Alexandre Nogueira Santos | Jose Patrick de Souza | João Alexandre Dantas | João Orlando Arantes Santana | Leonardo Felipe Amorim | Marcello da Silva Azevedo | Marcelo Franklin da Silva | Marcio Augusto Von Kriiger Santos | Marcos Donizeti Dos Santos | Marcus Vieira | Mauricio Nuno Santos | Maurício Gioachini | Odair de Abreu Lima | Pedro Fortunato | Rafael Wambier Dos Santos | Regina Laura Pinheiro | Ricardo Cunha | Sergio Luis Anaga | Silvia Gomes de Lima | Thiago Cardim | Tiago Andrade | Victor Adriel | Victor Jose Camara | Vinicius Valter de Lemos | Walter Armellei Junior | Williams Ricardo Almeida de Oliveira | Yria Freitas Tandel |
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



O que pode ter motivado a saída abrupta de Fabio Lione do Angra?
Site cita Alírio Netto como novo vocal do Angra mas depois apaga matéria
5 fortes candidatos a assumir os vocais do Angra após a saída de Fabio Lione
James Hetfield não ficou feliz com o visual adotado pelo Metallica nos anos 90
Poucas horas após deixar o Arch Enemy, Alissa White-Gluz lança primeira música de álbum solo
Arch Enemy anuncia a saída da vocalista Alissa White-Gluz
A maior canção já escrita de todos os tempos, segundo o lendário Bob Dylan
As 50 melhores bandas de rock da história segundo a Billboard
As duas preocupações de Rafael Bittencourt com o anúncio do show da formação "Rebirth"
As três linhas de baixo favoritas de Flea, do Red Hot Chili Peppers
Fabio Lione e Angra comunicam fim da parceria
Imprensa internacional repercute saída de Fabio Lione do Angra e destaca surpresa
O cantor "sensacional" que Robert Plant sabe que poderia tê-lo substituído no Led Zeppelin
Ritchie Blackmore explica atual condição de saúde aos fãs
Mark Knopfler: quando "Sultans of Swing" estourou ele ainda continuou sem dinheiro
Discos que me fazem falta no Spotify
Guitarrista dos primórdios do Metallica conta porque não foi considerado membro
O membro do Angra que contribuiu demais para reunião da formação "Rebirth"
"Rebirth", o maior sucesso da carreira do Angra, que será homenageado em show de reunião
A banda que inspirou a reunião da formação "Rebirth" do Angra, segundo Rafael Bittencourt
Metallica: Quem viu pela TV viu um show completamente diferente
Maximus Festival: Marilyn Manson, a idade é implacável!


