Resenha - Holy Sagga (Dockas, Recife, 26/07/2003)
Por Thiago Ianatoni
Postado em 26 de julho de 2003
Publicado originalmente no site HMS Brazil.
Um empolgante encontro de amigos. É o que muitos podem resumidamente afirmar sobre o show do sábado, dia 26 de Julho no Dockas, Recife.
Para a noite, estavam programadas as apresentações das pernambucanas Triumph Divine e Silent Moon e a Holy Sagga de São Paulo, que por duas vezes teve de adiar sua turnê pelo Nordeste.
Há algum tempo não acontecia um show deste porte na cidade, e ao contrário do que se esperava, o público foi pequeno. Menos de 400 pessoas presenciaram um das melhores noites do metal em Pernambuco.
O som começou com a apresentação do Triumph Divine. A banda apresentou sua nova formação, tocando as músicas do seu CD demo, "Scream For Metal", e covers de bandas consagradas como Manowar, sua principal influência, e Judas Priest.
Com um som bastante pesado e uma boa performance do vocal, Breno, a TD surpreendeu e agradou a todos presentes na casa, principalmente com o criativo efeito de extensão vocal. O irmão gêmeo do vocalista, escondido atrás das caixas de som, dava continuidade aos agudos poderosos do frontman.
Na seqüência foi a vez da Silent Moon. A banda local já é bastante conhecida dos locais, tendo aberto shows importantes como Angra e Dr. Sin com muita competência. No entanto, esse não parecia ser um bom dia para os integrantes. Chegando à casa de forma fria, sem dar muita atenção aos "amigos", eles subiram ao palco e fizeram uma apresentação com altos e baixos. Começaram bem, com alguns problemas de som, em seguida decaíram, mostrando um ar de boçalidade. Após os covers do projeto Avantasia, voltaram a crescer, retomaram fôlego e encerraram com "Eagle Fly Free" e "2 minutes to Midnight" do Helloween e Iron Maiden respectivamente, levando a galera ao delírio.
Os bangers mostravam sinais de cansaço, e a noite realmente pegava fogo quando ouviram-se as primeiras notas de "Breaking Frontiers". O Holy Sagga subia ao palco para mostrar aos Recifenses a segunda surpresa.
A primeira, a banda mostrara logo ao chegar ao local. Com muita simplicidade estiveram incondicionalmente ao lado do publico, tiraram fotos, deram autógrafos, falaram sobre rock e sobre o que mais fosse necessário falar. Pareciam nossos antigos e verdadeiros amigos da escola ou do bairro.
No palco, o HS se mostrou poderosos. Suas musicas soavam mais pesadas que no álbum "Planetude". Mauricio Queiroz mostrou ter total domínio de sua voz, subindo e descendo oitavas quando necessário. Sua voz não tão melódica como das tradicionais bandas do gênero agradou muito e não foi difícil para a galera retribuir a simpatia do grupo. Seus petardos rápidos e instigantes faziam até o mais cansado metaleiro bater cabeça.
Entre as musicas do seu debut e covers de bandas consagradas como Stratovarius, Helloween e Iron Maiden, sobrou tempo para demonstrações de técnica e interação com o publico. Brincadeiras entre Anderson e Cardillo, que mostraram sua qualidade ao disputarem um duelo entre guitarra e teclado, apelos vorazes de Gabriel Lobitsky, que arrancava gritos do público fazendo detonar as peles de sua bateria, e as trocas de instrumentos, quando Gabriel tocou guitarra, Andreson tocou baixo e Mauricio foi para bateria fazendo um cover do Megadeth na voz do baixista Gustavo Duarte, arrancaram as ultimas gotas de energias dos presentes.
Foi uma noite histórica, um dos melhores shows já apresentados no Dockas. A sensação era de que estávamos ali, convidados para vermos nossos amigos nos mostrar o quanto eles eram bons, e ao cover do Manowar, "Hail and Kill", a coisa cresceu numa cena única e extraordinária. A galera subia ao palco, mostravam suas camisas, gesticulavam, Breno e seu irmão, do TD subiram ao palco como verdadeiros fãs para tentar cantar o refrão do petardo e Mauricio Queiroz, acabou dando um "Mojo" e "indo pra galerá".
A quem não foi, resta apenas se lamentar, perderam uma noite única. A quem foi fica aquela sensação de: "boa sorte amigos, vocês, que formam o Holy Sagga, serão grandes!"
Holy Sagga Setlist:
01. Breaking Frontiers
02. Searching For The Sun
03. The Sigh
04. Little Tme (Helloween)
05. Fly Away
06. Gabriel solos
07. Fight For Survivor
08. Hunting High And Low (Stratovarius)
09. Incident
10. Rise Again
11. Andreson e Cardillo solos
12. N.O.V.A.
13. Planetude
14. Symphony Of destruction (Megadeth)
15. Dragger Of Words
16. Hail And Kill (manowar)
17. The Evil That Men Do (Iron Maiden)
Foto da chamada: Site Oficial Holy Sagga
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



A farsa da falta de público: por que a indústria musical insiste em abandonar o Nordeste
Cinco músicos brasileiros que integram bandas gringas
Blaze Bayley relembra reação de Steve Harris ao ser apresentado a "Man on the Edge"
O vocalista que irritou James Hetfield por cantar bem demais; "ele continua me desafiando"
O álbum clássico do thrash metal que foi composto no violão
A lendária banda de rock que Robert Plant considera muito "chata, óbvia e triste"
Max Cavalera acha que escrever letras de músicas é uma tarefa entediante
Sexo ok, drogas tô fora, rock'n'roll é tudo; 5 músicos de hair metal que fogem do estereótipo
O clássico do metalcore que fez garotas começarem a ir a shows do Killswitch Engage
Box-set do Rainbow com 9 CDs será lançado em março de 2026
Jordan Rudess comenta a turnê latino-americana do Dream Theater; "Deve ser muito emocionante"
Steve Morse diz que alguns membros do Deep Purple ficaram felizes com sua saída
O álbum do rock nacional dos anos 1980 que Prince ouviu e gostou muito do trabalho
Robb Flynn defende o Bring me the Horizon da "polícia do metal"
Frontman: quando o original não é a melhor opção
O segredo de Renato Russo que fez a Legião Urbana ser a maior banda dos anos oitenta
Red Hot Chili Peppers: Anthony Kiedis odiou abrir show para os Rolling Stones

Molchat Doma retorna ao Brasil com seu novo álbum Belaya Polosa
Gloryhammer - primeira apresentação no Brasil em ótimo nível
Planet Hemp é daquelas bandas necessárias e que fará falta
Masterplan - Resenha e fotos do show em Porto Alegre
Em 16/01/1993: o Nirvana fazia um show catastrófico no Brasil
Deicide e Kataklysm: invocando o próprio Satã no meio da pista



