Resenha - Graforréia Xilarmônica (Bar Opinião, Porto Alegre, 22/12/2003)
Por Thiago Piccoli
Postado em 22 de dezembro de 2003
Há dois temas no rock nacional que sempre geram polêmica: Rock Gaúcho e retorno de banda consagrada mas que por algum motivo decidiu acabar. Os motivos são simples: o rock gaúcho é visto como gozação pelo resto do país, e o retorno de uma banda normalmente envolve duas razões, uma é dinheiro e a outra é a falta dele.
Mas Fernanda Takai, Marcelo Camelo e toda a cidade de Porto Alegre conhecem bem a Graforréia Xilarmônica. Pra quem não conhece, sugiro que pesquisem, pois é impossível descrevê-la com palavras. Este foi o segundo show da Graforréia em Porto Alegre depois do seu anunciado fim. O povo gaulês já não aguentava mais tanta espera. E ganhou tudo o que queria.
Frank Jorge, Carlo Pianta e Alexandre Birck estavam fora de si. Frank Jorge sempre com seu estilo gozador, passou o show inteiro tirando sarro do seu próprio colega de banda e do Charlie Brown Jr. Carlo Pianta fez sua guitarra gritar mais que a platéia do bar, e Alexandre continua o mesmo desligado de sempre. Um show tão ruim, mas tão bom ao mesmo tempo, só a Graforréia Xilarmônica pode oferecer.
Músicas do seu primeiro álbum, Coisa De Louco II, do segundo, Chapinhas De Ouro e da raríssima fita K-7 lançada em 1987, Com Amor Muito Carinho, fizeram barbados chorarem de emoção. O grande clássico Amigo Punk foi deixado para o público cantar, Frank e Carlo apenas fizeram o backing vocal.
Ao longo do show foram contadas várias histórias folclóricas com tom de ironia que só eles sabem fazer.
É pena que só façam show uma vez por ano, pois com certeza, a sua influência na nova geração faria muita diferença para o futuro do rock.
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