Se você foi a pelo menos um show de rock ou metal em 2024, esse texto é para você
Por Gustavo Maiato
Postado em 08 de novembro de 2024
Quem tem como hobby frequentar shows de rock e metal não pode reclamar de 2024. Pelo menos não nos quesitos quantidade, variedade e formato. Sejam festivais, versões intimistas ou até o novo formato banda cover com orquestra, parece que todo espectro roqueiro se viu contemplado nas atrações que apareceram no Brasil nos últimos meses.
Só de festivais os metaleiros puderam curtir o Rock in Rio, Summer Breeze, Knotfest e outros menores mais locais. A agenda de shows gigantescos também foi farta, com Roger Waters, Paul McCartney e Coldplay dando as caras. Porém, há sim alguns aspectos a refletir e lamentar.
O primeiro fator é o preço dos ingressos, que está mais colossal do que nunca e a tendência, possivelmente, é piorar – pelo menos se o dólar continuar a se fortalecer tanto pra cima do real. Esse cenário, no entanto, é incerto e pode ser que a moeda americana se estabilize.
Outro ponto a se questionar é que muitas bandas estão preferindo cada vez mais se apresentar nos grandes festivais, onde ganham cachês mais polpudos, do que distribuir os shows numa turnê propriamente dita pelo país. As cidades do Nordeste, por exemplo, ficaram a ver navios.
O jornalista de produtor André Barcinski já bateu nessa tecla: quando as malas de dinheiro oferecidas por Loolapaloozas da vida são avistadas pelos empresários das bandas, eles não pensam duas vezes ao preferir se apresentar às 14h da tarde num dia com mais 30 atrações para meia dúzia de gatos pingados do que tocar na humildade para um punhado de cidades com fãs de verdade na plateia.
Se você foi a pelo menos um show de rock ou metal em 2024, o cenário para o ano seguinte parece um pouco menos promissor – principalmente pelos preços praticados e possíveis cancelamentos por baixa procura. A tendência é que os festivais se fortaleçam, já que o agora Bangers Open Air parece que veio para ficar, mas já há algumas bandas com giros "independentes" confirmados por aqui.
A concentração de atrações nos festivais tende a continuar reduzindo as datas e diminuindo os shows médios pelo país. O saudoso Paul Di’Anno mostrou que dá sim para realizar apresentações em regiões mais remotas, mas parece faltar mais credulidade dos produtores para apostar nisso.
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