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Angra: E não é que a Sandy no Omni foi a bola da vez?

Por Rodrigo Contrera
Postado em 24 de fevereiro de 2018

Virou febre comentar a faixa em que a Sandy canta no novo CD do Angra, Omni. Não irei destoar. Tentarei opinar algo que preste.

Antes de mais nada, já opinei sobre o CD, que achei muito bom. Já a faixa com a Sandy é incensada por alguns como fantástica, por outros como nem tanto.

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A Sandy tem uma voz limitada. Isso para falar o mínimo. Seria ridículo colocá-la num CD de heavy metal melódico tendente a power metal para se esgoelar. Ela canta um inglês bom, mas sem excessiva cobrança. Não se destaca, para falar o mínimo.

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A faixa em si é boa, e tem um aspecto que ressalta: ela fica na nossa mente por vários minutos. Ela chega a ser quase pegajosa. Por outro lado, os guturais no meio dela são, a meu ver, bastante comedidos e um pouco irritantes. Mas nada que interfira com o resultado final.

A Sandy no caso aparece quase como uma atração para alguns tendente a jogada de marketing, pura e simples, e para outros uma curiosidade - na medida em que ela nunca sequer namorou um entrosamento com o heavy metal. Mas não pega mal.

Ocorre que não há nada na faixa de tão superb assim. Nada de tão superlativo. É uma faixa competente, como várias do mesmo CD, e com uma pegada mais comercial (no limite, dado o gênero).

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O Kiko saiu por aqui comentando o sucesso da faixa no Spotify, superando a mediocridade reinante (geralmente tendo como base estrelas funk). Ok. Mas não sei se cabe tanto meter o pau nos outros. Muito do sucesso da faixa com certeza se deve ao ineditismo de ver a Sandy navegando nesse tipo de heavy metal. Não ao Angra. Foi uma boa jogada. Que deixa incólumes todos os envolvidos.

Mas não exageremos. O Angra não é uma referência musical absoluta. É a banda heavy melódica mais competente por estes lados, que permanece firmemente fincada no nicho, e que não vacila. Só isso. Não é um João Gilberto. Não é um Cazuza. Com certeza, Angra passará. Os outros ficam.

Caberia quem sabe ao Rafa e aos outros integrantes pensarem num ponto de vista mais altaneiro no que diz respeito ao panorama musical. Em deixarem de ter como objetivo principal alcançar o sucesso imediato. Em apostarem mais alto.

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Já a Sandy, bom, como culpá-la de qualquer coisa? É uma moça que achou o seu espaço em outro lugar e que muito educadamente resolve fazer favores desse tipo. Se todos lucram com a iniciativa, por que não?

Ando sem tempo, por isso não consigo ainda esmiuçar o que achei do Omni em detalhes. Logo devo conseguir.

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Sobre Rodrigo Contrera

Rodrigo Contrera, 48 anos, separado, é jornalista, estudioso de política, Filosofia, rock e religião, sendo formado em Jornalismo, Filosofia e com pós (sem defesa de tese) em Ciência Política. Nasceu no Chile, viu o golpe de 1973, começou a gostar realmente de rock e de heavy metal com o Iron Maiden, e hoje tem um gosto bastante eclético e mutante. Gosta mais de ouvir do que de falar, mas escreve muito - para se comunicar. A maioria dos seus textos no Whiplash são convites disfarçados para ler as histórias de outros fãs, assim como para ter acesso a viagens internas nesse universo chamado rock. Gosta muito ainda do Iron Maiden, mas suas preferências são o rock instrumental, o Motörhead, e coisas velhas-novas. Tem autorização do filho do Lemmy para "tocar" uma peça com base em sua autobiografia, e está aos poucos levando o projeto adiante.
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