Regis Tadeu: lugar de rock não é nas rádios populares do Brasil
Por Bruce William
Fonte: Na Mira do Regis
Postado em 08 de janeiro de 2016
O produtor, radialista, crítico musical etc etc Regis Tadeu comentou a notícia recentemente divulgada sobre o "sumiço" do rock nas rádios do Brasil.
Leia no link a seguir a opinião de Regis sobre o assunto e mais abaixo alguns trechos.
A notícia que a multinacional de monitoramento de rádio Crowley Broadcast Analysis divulgou o seu relatório anual a respeito da programação das rádios brasileiras provocou uma onda de "mimimis" por parte dos "roqueiros" brazucas, inconformados com o fato de que na relação das 100 canções mais executadas no Brasil em 2015, 75 são da turma do "sertanejo dor de corno", seja ele ‘universitário’ ou ‘ginasiano’ mesmo. Ah, uma enxada na mão desta gente renderia um monte de terrenos baldios perfeitamente capinados…
É inacreditável que este tipo de gente ainda não tenha percebido o que o rádio se tornou hoje em dia. O que se tem hoje no dial, salvo programas específicos – como aqueles que apresento na Rádio USP FM, o Rock Brazuca e o Agente 93 -, é um misto de gritaria de pastores evangélicos picaretas, música para sacudir a bunda e propaganda. Nada além disto. Se indignar pelo fato de não ter rock na lista é passar atestado de pouca conexão com a realidade.
(...)
Além disto, nunca houve no Brasil uma pluralização de audiência que permitisse a solidificação de determinados segmentos dentro do rádio. Sim a verdade é dura e você tem que aceitar: rock sempre foi coisa de gueto. Nunca foi mainstream. Ainda mais hoje, em que o rock abriu mão de duas características essenciais para sua absorção por parte de outros públicos: não tem refrão e não faz sacudir o esqueleto. Exatamente o contrário do que faz a turma popularesca. É como se o gênero procurasse deliberadamente se afastar de qualquer coisa que possa ser rotulada como "popular". Assim também não dá, né?
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