O Diabo está na moda
Por Diogo Azzevedo
Postado em 30 de agosto de 2015
E o Brasil continua, apesar de alguns esforços contrários, a dar bons exemplos na sua caminhada rumo à igualdade. Se até as novelas da Globo agora têm uma cota de beijos gay, começamos a ver mais um movimento se levantando para lutar por seus direitos na sociedade civil: os simpatizantes do Diabo.
Já consolidada no undergound roqueiro e, principalmente, metálico, essa corrente religioso-filosófica-musical-whatever conseguiu nas últimas semanas uma exposição no mainstream jamais imaginada. Ok, o incêndio de igrejas na Noruega, no início da década de 1990, também deu bastante ibope, mas aquilo só ajudou a queimar (ops) o movimento. Agora, é diferente: dois episódios, aparentemente isolados, acabaram criando uma espécie de agenda positiva, e o Diabo ficou bem na fita.
Primeiro, o prefeito de São Paulo City, Fernando Haddad, presenteou o Papa Francisco com um CD chamado "Sobrevivendo no Inferno". Imagine o Bergoglio velho de guerra ouvindo no celular (obviamente, ele já converteu o álbum em mp3) Mano Brown esbravejando "Adolf Hitler sorri no Inferno"! Porém, seria bem mais legal se o petista tivesse levado um disco do Demo Lóki MC (se o trabalho existisse, claro). Só aquele vídeo é melhor do que qualquer coisa feita pelo Massacration.
O segundo evento que abalou as estruturas da internet tupiniquim foi o termo "black metal", que chegou aos trend topics do Twitter no Brasil, tudo graças a uma declaração da Paula Fernandes. Ou seja, se Deus gosta de samba, como diria a canção do DFC, o Diabo curte mesmo é um sertanejo universitário. E antes que os "true" ergam seus machados, deixo o link para um post do meu blog em que listei seis motivos para levar o black metal a sério.
Resumindo: tinhoso, capeta, coisa ruim, Eduardo Cunha, maligno, tranca-rua, rei das trevas, Xuxa, capiroto, cramulhão, Belzebu, Silas Malafaia, chifrudo, demônio, Eurico Miranda, cheiro de enxofre, Satanás. Não interessa como você chama o seu malvado favorito. O importante é sair do armário (digo, da catacumba) e mostrar para o mundo o Diabo que existe em você!
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