Heavy Metal: o gênero com mais peso e impacto social no planeta
Por Artur de Figueiredo
Fonte: Canal Bis
Postado em 05 de junho de 2015
Pelo menos foi isso que o Documentário "Global Metal", gravado em 2008, passou. No último domingo (31), o documentário foi transmitido para o canal fechado, ‘canal Bis’, falando sobre a inserção do Heavy Metal ao redor do planeta.
O documentário retratou o quão impactante o gênero foi, principalmente no contexto social, cultural, religioso.
O cineasta, documentarista, antropólogo e músico, "Sam Dunn" dirigiu mais esse documentário, percorrendo os lugares mais remotos e possivelmente, populares, em busca da raiz, influência, impacto, que fez o Heavy Metal, não apenas um gênero, mas, sim um mobilizador social, com poder de transformação na cultura e valores sistematizados, seja pelo o governo, seja pela religião.
Dunn dirigiu sua peregrinação por regiões remotas e outras até populares, cujos contrastes, mostraram o impacto do Heavy Metal pelo o planeta, em termos sociais, políticos, religiosos.
Beijing- China - O Heavy Metal foi um divisor de águas em sistemas opressores, que serviram como parâmetro ‘cultural’ de países comunistas, como China. A ditadura de outrora dava voz para o Metal mesmo que de forma ‘tímida’, foi um fator determinante na mobilização social, abertura de um novo pensamento filosófico, ideológico. Mesmo a população vivendo um sistema ditatorial, os Chineses têm hoje uma pequena abertura a música Ocidental. Como diz o documentário. ’Foram 20 anos sem qualquer informação da música que vinha de fora, enquanto o rock existia há mais de 50 anos. Tivemos que aprender tudo em 10 anos’. Afirma jovem Chinês.
Na China, não havia turnês de bandas de fora, o Heavy Metal só chegou ao conhecimento do povo Chinês, por conta da banda TANG DYNASTY, que alcançou uma popularidade expressiva de quase a totalidade da população, em um país com ¼ de pessoas em todo o planeta.
Para os Indianos, o Metal ainda é novidade. Em meio às produções de ‘Bollywood’ exóticas, divertidas, porém sem impacto social. Para os jovens de Mumbai (cidade mais populosa da Índia), o Heavy Metal é profundo, tem peso ideológico, impacto social. ‘Ao contrário do que se pensa o Heavy Metal por lá agrega todo o tipo de pessoa, os une como nação.
O Metal como em muitos lugares carregam os preceitos discriminatórios, sob sistemas conservadores, patriarcais. Outro ponto relevante, para os jovens Indianos, a música une todos, mesmo sendo de religiões diferentes, como citada no documentário.
No Brasil mais precisamente, Rio de Janeiro, 1985, acontecia o primeiro grande Festival no país, chamado ‘Rock in Rio’. O evento trouxe nomes gigantes, como: SCORPIONS, WHITESNAKE, QUEEN, OZZY, IRON MAIDEN, entre outros. 1985 marcou o ano da confirmação da democracia, recentemente conquistada, depois das ‘Diretas Já’ de 1984, O evento serviu como válvula de escape social, cultural, como um grito por liberdade depois de décadas sofrendo com a liberdade de expressão, com a ditadura Militar.
Vocalista do SEPULTURA até então, Max Cavalera ressaltou a importância do Heavy Metal na inserção da cultura do povo Brasileiro e posteriormente, a ascensão da banda pelo o planeta. "No começo não tínhamos nada, não tínhamos grana, não sabíamos tocar, mas queríamos ter a banda. Quando tocamos no segundo Rock in Rio, estávamos no maior estádio de futebol, no meu país, tocando pra tanta gente. Muita gente não acreditava na banda".
Com uma linguagem muito peculiar, o SEPULTURA se elevou, com percussões, inovações, um Metal propriamente ‘Tupiniquim’.
Tóquio - Japão - Seguindo uma cultura mais aberta, próxima do Ocidente, surge o Japão. Com bandas americanas excursionando por lá e um mercado bastante acessível, difundiu diferentes paradoxos, seja comportamental, seja cultural. Em um show do SLAYER, o vocalista e Tom Araya e guitarrista Kerry King, ficaram abismados com o comportamento dos japoneses. ‘Foi estranho, vê los assistir um show sentado, quando nos deparamos com a galera correndo lá pra frente e seguranças descontrolados, percebemos que era diferente de tudo que se imaginava.
Ao contrario de outros países do Oriente, o Metal pra eles tem muito mais cunho de ‘entretenimento’, que ‘social’. Para o ex-guitarrista do MEGADETH, Marty Friedman, grande ícone, ídolo. ‘No Japão, não se tem tabu’, argumentando sob a diversidade cultural, musicalidade e a influência de bandas mais conceituais de Metal, como X JAPAN.
Surabaya - Indonésia. O país reflete o Metal como inserção Social. A Banda brasileira SEPULTURA em 1992 era uma das mais aclamadas por lá. Como semelhanças, como a desigualdade, pobreza, desemprego, o Heavy Metal através de suas letras, similaridades, criou se uma legião de fãs. Os números de pobreza assustam, com índices de desemprego que podem chegar até 40%. Para Mark ‘Barney’ Greenway, vocalista do NAPALM DEATH, os níveis de desigualdade são assombrosos. "A população vive literalmente na sarjeta"
Max Cavalera vocalista do SEPULTURA, reconhece a idolatria através da identidade social de cada letra da banda, correlacionada ao Brasil, suas similaridades. "São como os jovens pobres brasileiros, do Leste Europeu, cresceram ali, e sabem que vão morrer ali". A pobreza enraizada e a falta de perspectiva trazem o Metal como desafogo social.
A Indonésia é o país com maior população Muçulmana do mundo, mesmo sob um sistema de ditadura que oprimiu tanta gente, teve os maiores shows de metal. O show do METALLICA marcou a história do país, além do SEPULTURA ‘uma grande banda de Metal de fora, que atingiu níveis de repercussão estratosférica. O show foi tão impactante que foi proibido à apresentação de bandas estrangeiras por lá.
Pressupondo a influência, supostamente, negativa, que poderia vir de fora, contrapondo o sistema político/ditatorial, e o tradicionalismo religioso, ortodoxo.
Por motivos de direitos autorais, o site não pôde com isso deixar links sobre o documentário, que viabilizam o acesso, mas os ‘bangers’ podem conferir através do YouTube.
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