SuperStar: do preconceito à redenção
Por Rafael Oliveira
Postado em 05 de junho de 2014
E o SuperStar?
De início, receio. A insegurança se dava pelo fato de ter dúvidas sobre a condição de DINHO OURO PRETO se expressar bem, em pouco espaço de tempo. Organizar as ideias de forma coesa não é o forte de quem ventila muitas informações na cabeça, o tempo inteiro. Essa alta rotatividade é prejudicial aos neurônios. E ter FÁBIO JR. na linha de frente, também me soou mais caricatural e menos eficiente. A IVETE não. Sempre adaptou a boa capacidade comunicativa dela, ao que o formato exige. Shows, apresentação de programas e posição de comentarista.
Passadas as edições iniciais, me surpreendi no sentido acima narrado. FÁBIO JR. de fato assumiu o papel caricatural do trio, mas imagino ser necessária essa representatividade, se analisarmos os programas mais antigos do Brasil, nessa onda, e os que envolviam palco/interatividade, mesmo em linha diferente, como Chacrinha e outros. É presença garantida o lado icônico e simbólico de se ter um personagem popularesco, entre críticos. E faz parte da fórmula de sucesso.
DINHO e IVETE apresentam opiniões mais apuradas e diretas, tanto para o lado positivo, quanto para o negativo, mas sem perder o teor construtivo das observações. Diferente do que eu imaginava, dos três, o vocalista do CAPITAL INICIAL é quem mais traz ao SuperStar pontuações opostas ao óbvio e conveniente. Faz inserções de quem sabe reconhecer imperfeições, mesmo quando o cenário é dos confetes.
O programa global rompeu com o esperado. Quem imaginava assistir um "The Voice 2" ou a exaltação dos segmentos tradicionalmente mais paparicados pelas grandes emissoras brasileiras, ficou para trás. Como disse TICO SANTA CRUZ, em sua fanpage, o SuperStar crava, a cada programa, a importância da legitimidade e do investimento em criatividade. Não se valoriza majoritariamente aquele que apresenta uma boa releitura, mas sim o poderio de criação própria dos novos artistas. Ponto para a Rede Globo, por ter dado esse espaço, e ponto para o público geral, que vem reconhecendo qualidade em material até então desconhecido. É difícil alcançar massas extensas, se você dá os seus primeiros passos já com uma visibilidade imensa e abrangente.
A base condutora mantém o preciosismo que a produção aparenta ter, com os detalhes estruturais e expositivos. Fernanda Lima, no histórico recente de sua carreira, se transformou em uma "mestre de cerimônias", e vale dizer - qualquer cerimônia - elegante e com facilidade para transmitir as informações. André Marques carrega o dinamismo e a simpatia típica do Vídeo Show de antigamente, e Fernanda Paes Leme, apesar da minha extrema indisposição em relação à ela, em virtude do que julgo ser um carisma forçado, parece cumprir bem o seu papel, visto a aceitação do público às suas intervenções, tal como a popularidade em redes sociais.
Que sejam criados mais espaços para a divulgação de artes fora da corrente óbvia produzida pela cultura carioca-brasileira. Ganha a musicalidade (nova) do nordeste brasileiro, o rock nacional, o samba contemporâneo e a safra jovem como um todo, afoita para renovar o cenário da música em nosso país.
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