Grammy: opiniões e sensações estranhas sobre rock/metal no evento
Por Igor Miranda
Fonte: Van do Halen
Postado em 29 de janeiro de 2014
Aconteceu neste domingo (26) a cerimônia do Grammy Awards 2014, considerada a maior premiação da indústria fonográfica. O evento não é exclusivo ao rock, mas há muito do estilo nele.
Alguns prêmios são inquestionáveis, como "Sound City: Real To Reel" vencer a categoria de Melhor Trilha Sonora Para Mídia Visual. Outros, como Melhor Filme de Música, podem ser melhor observados, mas não comprometem pelo resultado - o ganhador foi "Live Kisses", de Paul McCartney.
Mas as premiações mais específicas, de categorias exclusivas de rock e metal, trazem algumas sensações estranhas. Os indicados para algumas já não parecem muito adequados - olhando para a lista, o Grammy parece ser um grande tributo ao passado do rock, mesmo com novos lançamentos, porque as bandas são sempre as mesmas. Não saem do lugar comum.
Black Sabbath - Mais Novidades
"God Is Dead?", do Black Sabbath, esteve em duas categorias e venceu uma: a de Melhor Apresentação de Metal. Nela, concorria com candidatos justos, como Dream Theater e Volbeat. Mas não faz sentido disputar esse prêmio com "T.N.T.", cover que o Anthrax fez de AC/DC.
Já em Melhor Álbum de Rock, que contou com "13" do já citado Sabbath, reforça o retrô: "The Next Day" (David Bowie), "Psychedelic Pill" (Neil Young) e "Celebration Day" (Led Zeppelin) também estavam na categoria e eram cotados como favoritos, contra os atuais Queens Of The Stone Age, com "...Like Clockwork", e Kings Of Leon, com "Mechanical Bull".
O vencedor de tal categoria é ainda mais bizarro. "Celebration Day", do Led Zeppelin. Um ao vivo que mais vale pelo seu valor emocional e representativo do que pelo conteúdo em si. Até porque, trata-se de um show gravado em 2007, sem nenhuma música nova, e que foi lançado só agora, anos depois.
Em Melhor Canção de Rock, a parceria "SirVana" em "Cut Me Some Slack" venceu de forma justa, ao meu ver. Mas não sei se os concorrentes estavam à altura: "Ain´t Messin ´Round" de Gary Clark Jr, "Doom And Gloom" dos Rolling Stones, "God Is Dead?" do Black Sabbath e "Panic Station" do Muse. Talvez só a canção dos Stones bata de frente. A faixa do Sabbath, que concorre em duas categorias (como já ressaltado), só entrou por ser o single principal, pois até as outras músicas de trabalho, "Loner" e "End Of The Beginning", são melhores.
Enfim, em Melhor Apresentação de Rock, uma novidade se sobressai: Imagine Dragons, com "Radioactive". Alabama Shakes, Queens Of The Stone Age, Jack White e os dinossauros Led Zeppelin e David Bowie concorriam. Não gostei tanto do trabalho de Bowie, mas ele esteve em duas categorias - e talvez merecesse levar um gramofone para casa. Há ainda a categoria de Melhor Álbum de Música Alternativa, em que tanto Vampire Weekend (vencedor) quanto Nine Inch Nails mereciam ganhar.
Na parte dos shows, podemos dizer que dessa vez o Grammy caprichou. Palcos bem montados, mega produções e parcerias ousadas. Robin Thicke com Chicago foi, por curiosidade, a minha preferida - não sabia que o bonitão cantava bem assim. E se juntou com o Chicago, boa banda que flerta com pop e rock - são considerados os pais do AOR. Imagine Dragons com Kendrick Lamar também ficou legal, mas não é lá tão rock assim.
Ringo Starr tem uma carreira pós-Beatles um pouco sem sal e refletiu isso em "Photograph". Com Paul McCartney, ele nem apareceu. É possível reparar que quem faz as principais viradas de bateria na execução de "Queenie Eye" é o mítico Abe Laboriel Jr. Os ex-Beatles não se ousaram, mas também não precisam.
Ousada foi a parceria do Metallica com o pianista chinês Lang Lang. Mas o resultado ficou bem ruim. Lang Lang tentou dar um tom sombrio demais à canção e não se encaixou. O Metallica fez o que faz há anos, ou seja, só por eles já ficaria legal. O resultado final não ficou bom, mas pelo menos tentaram.
A parceria entre Dave Grohl, Lindsey Buckingham e integrantes do Nine Inch Nails e Queens Of The Stone Age só poderia ter ficado melhor se não cortassem a transmissão. Trent Reznor e Josh Homme são caras que precisam de maior repercussão há muito tempo. Reznor chegou perto disso, até por ter carreira mais extensa. Grohl é um bom arroz-de-festa e Lindsey Buckingham se destacou bastante em "Copy Of A", primeira faixa executada na jam - a segunda foi "My God Is The Sun".
Como premiação, o Grammy é altamente questionável. Não só no rock, mas em outros estilos também. Mas como evento musical como um todo, incluindo a parte dos shows, deu um passo adiante com a edição de 2014. Que venham boas apresentações e escolhas mais criteriosas em 2015.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



A única banda de rock brasileira dos anos 80 que Raul Seixas gostava
Os 5 discos de rock que Regis Tadeu coloca no topo; "não tem uma música ruim"
3 gigantes do rock figuram entre os mais ouvidos pelos brasileiros no Spotify
Shows não pagam as contas? "Vendemos camisetas para sobreviver", conta Gary Holt
O fenômeno do rock nacional dos anos 1970 que cometeu erros nos anos 1980
Cinco bandas que, sem querer, deram origem a subgêneros do rock e do metal
Metal Hammer inclui banda brasileira em lista de melhores álbuns obscuros de 2025
Novo álbum do Violator é eleito um dos melhores discos de thrash metal de 2025 pelo Loudwire
A primeira e a última grande banda de rock da história, segundo Bob Dylan
O músico que Ritchie Blackmore considera "entediante e muito difícil de tocar"
A banda que "nocauteou" Ray Manzarek, do The Doors; "Acho que era minha favorita"
Metal Hammer aponta "Satanized", do Ghost, como a melhor música de heavy metal de 2025
O melhor álbum de thrash metal lançado em 2025, segundo o Loudwire
Dorsal Atlântica termina gravações do seu novo disco "Misere Nobilis" e posta vídeo reflexivo
A banda de rock favorita do Regis Tadeu; "não tem nenhuma música ruim"
O conselho de Shawn para Eloy Casagrande durante audição que o deixou mais tranquilo
Exemplos: 10 músicos com deficiências ou problemas de saúde
A diferença entre público de São Paulo e Rio de Janeiro, segundo Humberto Gessinger

O clássico absoluto do Black Sabbath que o jovem Steve Harris tinha dificuldade para tocar
O hino do Black Sabbath - e do Metal - que Tony Iommi acha supervalorizado
Tony Iommi relembra Lemmy Kilmister, que faleceu há exatos 10 anos
Por que Charles Gavin levava discos do Black Sabbath para todos os lados
Rob Halford diz que Black Sabbath e Judas Priest inventaram o heavy metal
O artista da nova geração que faz Rob Halford se lembrar de Ozzy Osbourne
Rob Halford revela que ainda não conseguiu assistir último show de Ozzy Osbourne
Cinco bandas de heavy metal que possuem líderes incontestáveis
O vocalista que o Black Sabbath deveria evitar, de acordo com Ozzy Osbourne
Bandas novas: a maldição dos covers
Lobão: afundando vertiginosamente ao trocar música por desrespeito



