Discos de vinil: Por que gostamos tanto?
Por Neimar Secco
Postado em 20 de dezembro de 2013
Um dos seriados mais bacanas da tv a cabo atualmente é, para mim e para muitos aficionados por música, Minha Loja de Discos, exibido pelo canal de música Bis.
Por que, trinta anos depois da invenção do já decadente cd, depois de anos de downloads piratas (ou não) e da capacidade muito maior de armazenamento e da comodidade da portabilidade para curtir música, os discos de vinil ainda sobrevivem? Por que seu mercado ressurge das cinzas, novas fábricas são instaladas e fábricas antigas reativadas? Qual é o segredo desse sucesso teimoso? Coisa de saudosistas? De gente avessa às novas tecnologias?
Se as questões acima correspondessem à verdade, provavelmente teríamos presenciado o "revival" das fitas cassete também. Mas não é o caso.
Se você tem trinta anos ou mais, provavelmente comprou discos novos de vinil em lojas, tendo pedido para que o vendedor passasse as faixas para você no toca discos da loja, como "tira gosto" ou, para conferir mais uma vez, antes de chegar em casa, a sonoridade daquela música agora "conquistada" através do novo LP que você acabava de adquirir.
Há muita divergência de opinião em torno desse assunto. Atualmente música é vista como algo a que se tem livre acesso a qualquer momento. Você pode baixar daquele seu site pirata favorito, pode assistir ao vídeo pelo youtube ou pelo dailymotion, pode armazenar centenas de músicas num pendrive. Mas tudo isso é tão mecânico apenas que, convenhamos, acaba faltando assunto, troca mais entusiasmada de ideias. Onde ficam as conversas animadas, tete-a-tete sobre os selos alternativos dos discos, aquelas edições raras em capa simples ou duplas, ou com cores e formatos diferenciados, que fazem a festa do colecionador? E tudo o mais que só os ambientes de loja de discos proporciona(va)m?
Nós, colecionadores de vinil, somos detalhistas, até chatos. Não damos preferência à edição com o selo que não seja o da gravadora original do disco que queremos. O LP Abre-te Sésamo de Raul Seixas, sem a tarja "Censurado" na capa? Não quero! rs E por trás de um mero detalhe como esse, surgem conversas, bate-papos e trocas de informações, de ideias entre aficionados no formato, que fazem socializar de forma mais concreta os amantes da música.
Atualmente é possível "baixar" toda a discografia de uma banda com obra extensa em questão de algumas poucas horas, ou, dependendo da velocidade da sua conexão de internet, até menos de uma hora. E, dessa maneira, você passa a dispor em seu computador e, a partir daí, em outros gadgets, de uma vasta obra, com muitas nuances de som perdidas devido à perda da qualidade e precisão da gravação original. Não se tem mais o trabalho de ir ao toca discos para tirar a jurássica agulha do jurássico disco de vinil para se pular uma faixa ou virar o lado do single (compacto) ou LP.
Ok, ok, não sejamos tão radicais. Poder ter suas músicas favoritas em outros formatos convém. Ou alguém prefere ter que ficar em casa para ouvir música através de um toca discos? Certamente esse é um argumento razoável contra à "prisão" a um formato de mídia. Faz todo o sentido. Acredito que noventa por cento ou mais das pessoas com menos de sessenta anos de idade atualmente e, talvez uma parcela considerável também dessa faixa etária, tenha downloads de música em algum gadget ou no seu notebook ou computador de mesa. Nada contra. Mas e a magia de se "ler", manusear, guardar com cuidado um disco, uma capa de vinil é insubstituível.
Que todos os formatos de mídia convivam em paz, que cada pessoa adote e possa ouvir sua música da forma que mais lhe agrade ou convenha, mas nós, amantes do vinil, sabemos que o prazer de tê-los e de guardá-los, manuseá-los e tocá-los em nossos aparelhos jurássicos, ou nos mais modernos, não tem preço.
Fotos: Google Images
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