Iron Maiden: da monogamia ao ménage a trois
Por Mário Liz
Postado em 13 de junho de 2012
O IRON MAIDEN talvez consagrou a maior dupla de guitarristas dentro de uma banda de HEAVY METAL: ADRIAN SMITH E DAVE MURRAY.
Esqueçamos de virtuosismos, malabarismos e outros "ismos" presentes no mundo insano das 6 cordas. Falaremos aqui de entrosamento, completude e adequação ao estilo da banda. Nestes quesitos, temos a perfeita interação entre um minimalista e um velocista... e sem trombadas. A dupla iniciou seu legado na banda oficialmente em 1981, no rápido e agressivo KILLERS, que ainda contava com PAUL D’IANNO nos vocais. ADRIAN entrou na vaga deixada por DENNIS STRATTON, no entanto, o musicista tomou o posto de forma natural e sem dificuldades maiores, até porque era conhecido de longa data dos outros membros da DONZELA.
ADRIAN completou DAVE. É difícil traçar um quadro comparativo, no entanto, DADAS AS DEVIDAS PROPORÇÕES, é como se atuassem na mesma banda DAVID GILMOUR e ALVIN LEE, um suprindo a lacuna do outro. A faixa instrumental de abertura do KILLERS, GENGIS KAHN, bem como a balada PRODIGAL SON, explicitam bem a coexistência de ambos, cada um com sua singularidade. Um solo se liga a outro com a mudança de protagonista, e o ouvinte nota a alteração sem que o universo da música seja comprometido.
ADRIAN é mais compositor e elegante. DAVE é mais HEAVY METAL. Na verdade, a origem dos dois guitarristas é galgada no BLUES, porém, em ADRIAN isto é mais evidente. Seu estilo é mais profundo, enquanto DAVE mostra mais desenvoltura em ligados, bends mais suaves e na utilização de elementos externos do instrumento, como a alavanca. Mesmo quando somente um deles é solista, não há excessos, tampouco a vontade de sobrepujar o outro. Basta ouvirmos RUN TO THE HILLS, em que o solo é protagonizado apenas por DAVE, ou STRANGER IN A STRANGE LAND, por ADRIAN, para confirmarmos belos solos, diferenciados e sem egocentrismos. Estas duas músicas exemplificam bem o estilo dos guitarristas.
Foi uma pena este casamento ter acabado após o álbum SEVENTH SON OF A SEVENTH SON. Sem desmerecer o carismático JANICK GERS, a banda nunca mais foi a mesma após a saída de ADRIAN, não é à toa que os GOLDEN YEARS do IRON MAIDEN cessaram em 1988. GERS compôs músicas boas, mas seu estilo "propositalmente sujo" não resultou em boa química, principalmente ao vivo.
Com a volta de ADRIAN em 1999/2000, o IRON MAIDEN mostrou um pouco da magia perdida nos anos anteriores... com algumas ressalvas. O agora trio de guitarristas apresenta ao mundo uma ménage a trois, que às vezes dá certo, e outras vezes não. Nos shows, DAVE parece mais acanhado nos últimos anos e quando JANICK GERS executa os solos originalmente criados por ADRIAN, vide HALLOWED BY THY NAME, ele literalmente os "executa". Nas novas composições, em alguns momentos há excessos que não eram presentes na época em que a donzela era monogâmica, principalmente nas canções em que os 3 guitarristas solam. Em contrapartida, muitos recursos e fraseados utilizados somente em estúdio, hoje são realizados ao vivo, graças à existência de um elemento a mais empunhando as 6 cordas.
E é bem assim no caso do MAIDEN: 1 é pouco, 2 é ótimo e 3 é melhor do que 2 (quando GERS compõe a dupla).
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



O clássico do rock nacional cujo refrão é cantado onze vezes em quatro minutos
Dream Theater anuncia turnê que passará por 6 cidades no Brasil em 2026
O disco que Flea considera o maior de todos os tempos; "Tem tudo o que você pode querer"
Dave Mustaine acha que continuará fazendo música após o fim do Megadeth
Baterista quebra silêncio e explica o que houve com Ready To Be Hated, de Luis Mariutti
O "Big 4" do rock e do heavy metal em 2025, segundo a Loudwire
A música que Lars Ulrich disse ter "o riff mais clássico de todos os tempos"
Os shows que podem transformar 2026 em um dos maiores anos da história do rock no Brasil
Dio elege a melhor música de sua banda preferida; "tive que sair da estrada"
O álbum que define o heavy metal, segundo Andreas Kisser
Os 11 melhores álbuns de metal progressivo de 2025, segundo a Loudwire
O guitarrista que Geddy Lee considera imbatível: "Houve algum som de guitarra melhor?"
A banda de rock que deixava Brian May com inveja: "Ficávamos bastante irritados"
We Are One Tour 2026 anuncia data extra para São Paulo
Lemmy lembra shows ruins de Jimi Hendrix; "o pior tipo de coisa que você ouviria na vida"
O dia que hospital dos EUA julgou que RPM não tinha grana e Paulo Ricardo mostrou fortuna
Santana lista suas bandas preferidas de rock pesado e heavy metal
Heavy Metal: os dez melhores álbuns lançados em 1992


Capa do clássico "The Number of the Beast" assustou o jovem Andreas Kisser; "Medo de Satanás"
Iron Maiden vem ao Brasil em outubro de 2026, diz jornalista
Megadeth anuncia show em país onde nunca tocou
A opinião de Ronnie James Dio sobre Bruce Dickinson e o Iron Maiden
Steve Harris admite que a aposentadoria está cada vez mais próxima
Fender lança linha de instrumentos em comemoração aos 50 anos do Iron Maiden
As três bandas clássicas que Jimmy London, do Matanza Ritual, não gosta
Álbum ao vivo da última turnê de Paul Di'Anno será lançado em 2026
Bruce Dickinson relembra, com franqueza, quando foi abandonado pelos fãs
Bruce Dickinson não sabe se o Iron Maiden seria tão grande se ele não tivesse voltado à banda
Top 5: Os roqueiros mais chatos da história
Rock no Brasil: Nascimento, Vida, Paixão e Morte



