Nando critica Titãs por não tocarem suas músicas
Fonte: Terra Música
Postado em 13 de outubro de 2003
Dividido durante algum tempo entre a carreira-solo e os Titãs, Nando Reis decretou sua independência e, no dia 7 de setembro de 2002, deixou o grupo após 20 anos de estrada. Nessa época, o compositor já havia lançado três discos: 12 de janeiro, Para quando o arco-íris encontrar o pote de ouro e Infernal.
Em entrevista concedida na última sexta (10) à Radiobrás, Nando Reis criticou o fato de os integrantes da banda Titãs não tocarem mais suas músicas nos shows que vêm realizando.
Ele confessa que acha ridícula a atitude de privilegiar tudo o que é feito em grupo e não tocar mais suas músicas porque não faz mais parte da banda e não irá escrever as próximas canções, desprezando, inclusive, o que já foi produzido.
Nando conta que a música "Mundo é bão Sebastião" não faz mais parte de seu repertório porque em um trecho ela diz: "tão fortes somos todos outros Titãs". Quanto às outras músicas compostas enquanto integrava a banda, o compositor afirma que toca porque elas sempre foram suas.
O músico está lançando o quarto CD da sua carreira-solo, A Letra A, que também está sendo produzido em LP. É um capricho que ele, com 40 anos de idade e 20 de carreira, está se permitindo. O cantor diz que o vinil faz parte de sua história e considera o LP a forma mais bonita da música ser apresentada ao público.
O compositor aprendeu a ouvir música com os LPs e considera fundamentais algumas características que o vinil propociona, como a possibilidade de mudar a faixa manualmente. Somente nos LPs, havia a quinta música do lado B. "Eu faria um disco com 10 quintas músicas do lado B e sem nenhuma primeira do lado A", brinca.
Nando destaca a praticidade que o CD proporcionou, mas diz que a velocidade com que é possível mudar de uma faixa para outra, faz também com que as pessoas mudem de um gênero a outro com facilidade. Ele diz que a aparente vantagem de fazer com que as pessoas cheguem rápido onde elas querem, ajudou a desenvolver a cultura da velocidade que está ligada à valorização da artificialidade.
Sobre os altos preços dos discos, o compositor diz que a culpa não é dele. "A culpa é de todo mundo, principalmente das pessoas que estão aqui em Brasília, que cobram tantos impostos e deixam os CDs tão caros e inacessíveis". Ele é a favor da liberdade e da velocidade da internet e, por isso, disponibiliza suas músicas em seu site pessoal.
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