Disturbed: "Não nos chame de Nu Metal", pede guitarrista
Por Felipe Souto
Fonte: We Love Metal
Postado em 08 de junho de 2009
O site "We Love Metal" publicou em junho de 2009 uma entrevista com o guitarrista Dan Donegan, do DISTURBED, cujos trechos seguem abaixo.
We Love Metal: Muita gente na internet chama o DISTURBED de "nu" Metal. Você se considera um representante do gênero?
Dan: "Bom, eu acho que nós acabamos caindo nessa categoria porque começamos a aparecer na mesma época que essas bandas começaram a aparecer no final dos anos 90, no mesmo momento em que nós assinamos contrato. Tivemos sorte de ter conseguido durar aproveitando essa febre e isso mostrou que nós sempre fomos influenciados pelas bandas clássicas de Metal, portanto não havia nada de nu Metal na nossa cabeça durante a concepção da nossa musica. Nu Metal, para mim, naquela época, eram bandas que estavam incorporando scratches/ turntables e pitadas de hip-hop com guitarras e baterias de Metal, e eu respeito algumas dessas bandas que faziam isso... eu era fã de algumas dessas bandas que faziam essa mistura, mas as bandas que nos inspiraram a pegar em um instrumento foram as primeiras bandas de Metal – BLACK SABBATH, IRON MAIDEN, JUDAS PRIEST, PANTERA, METALLICA, QUEENSRŸCHE — essas eram sempre baseadas em guitarra, riffs, baixo, hard, slamming e vocais poderosos e melódicos. Esses são os ingredientes que nós temos. Acho que nós sempre nos vimos como uma banda de metal tentando expandir e seguir os passos dos grandes nomes".
We Love Metal: Foi por isso que nós perguntamos, porque muita gente coloca vocês junto ao KORN e SLIPKNOT… eu tenho respeito por essas bandas mas...
Dan: "E existe respeito. Nós já fizemos turnê com essas bandas e somos fãs deles. O KORN, na época, foi revolucionário em introduzir guitarras de sete cordas com afinação baixa para o gênero. Essa é a caracteristica deles e isso foi algo muito novo que eles mostraram e as novas bandas estavam começando a seguir essa idéia. SLIPKNOT, obviamente, com nove membros na banda, é um show mais caótico e percussivo. Quero dizer, isso é o lance deles, eles tinham seu próprio nicho, sua própria coisa. No nosso caso, estávamos confiando basicamente naquilo que nós crescemos ouvindo e o fato de que David [Draiman] é um dos únicos vocalistas que é melódico e ritmico ao mesmo tempo no seu estilo vocal. Eu faço vocais monotônicos e dou uns gritos também. Alguns são muito bons nisso, mas a nossa escolha foi trazer algo que você possa assobiar ou murmurar a melodia quando você sair do show ou ouvir o álbum".
We Love Metal: Você acha que essas classificações estão afetando o mercado de vendas de Metal? Tipo, se você for classificado como Metal, acha que isso te afeta numa grande escala?
Dan: "Realmente não penso muito nisto. Não me importo, apenas compomos a música que julgamos correta. Seja lá em qual categoria se sintam confortáveis em nos encaixar, podem ir em frente, mas eu nunca me importei em procurar saber como ou onde nos encaixamos pelas pessoas se sentirem confusas com isto. Ultimamente o Heavy Metal, parece que a expressão vêm mudando um bocado. Como eu disse, quando estávamos crescendo o Heavy Metal consistia nas bandas clássicas, mas hoje em dia parece que o objetivo é tocar o mais rápido ou gritar o mais alto possível ou ter os vocais mais monotônicos. Isso não é o que eu me lembro que o Heavy Metal representava para mim. Sempre teve divisões diferentes no gênero, seja hardcore ou death metal ou black metal, então você entende porque eu nunca me preocupei sobre qual categoria nós nos encaixamos. Enquanto continuarmos a escrever musica que nos motive e nós sentirmos um frio na espinha quando criarmos, isso vai ser tudo com o que eu vou me preocupar".
Leia a entrevista na integra (em inglês) no We Love Metal.
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