Audiofilia: SACD nos downloads pagos, Apple ruma aos lossless
Por Nacho Belgrande
Fonte: Playa Del Nacho
Postado em 02 de setembro de 2013
O site/loja Acoustic Sounds, líder no mercado online de hardware e software para audiófilos exigentes, acaba de lançar uma divisão chamada SuperHirez.Com, um site que oferece downloads DSD [Direct Stream Digital], dentre outras variações de download pago [além do produto físico, claro]. O DSD, como alguns podem lembrar, é a tecnologia usada no muito-alardeado, todavia pouco comprado formato SACD, lançado em 1999. Até agora, nenhuma outra empresa havia oferecido downloads em DSD – pelo menos não legalmente.
A tecnologia SACD [Super Audio Compact Disc] foi desenvolvida em parceria entre a Sony e a Phillips, e visava substituir o CD convencional. O SACD pode oferecer mais canais – e, portanto, produtos com mixagens em som surround- e uma duração bem maior que a do CD.
Apesar de todos os atrativos do formato, o número de títulos em SACD lançados até hoje não chega a 10 mil, sendo que mais de metade é de música clássica europeia, e menos de 500 gravadoras em todo o mundo prensam seus lançamentos com esse encodamento.
Ainda assim, muitos artistas populares lançaram parte ou todo seu catálogo em SACD. "The Dark Side Of The Moon", do PINK FLOYD vendeu quase um milhão de cópias de sua edição em SACD lançada em 2004. "Tommy", a ópera-rock do THE WHO e "Avalon", do ROXY MUSIC foram lançados em SACD para tirar proveito de sua capacidade multicanal. Todos os três discos foram remixados para áudio 5:1, e lançados como SACD híbrido, ofertando também um mix em estéreo comum para CD players ordinários.
Os ROLLING STONES, o GENESIS e o DIRE STRAITS estão entre outros grandes nomes que tiveram todo seu catálogo relançado em SACD.
Claro, em tempos de internet, arquivos de discos SACD estão amplamente disponíveis para download via Torrent, e podem ser desfrutados por quem tem o equipamento correto para ouvir música a partir de seu hard drive [você pode ouvir um arquivo do tipo em seu computador doméstico sem maiores complicações, basta ter o player e a placa de áudio certos para fazer o bypass do sinal para um receiver ou amplificador, mas não conseguirá ‘queimar’ um SACD em nenhum drive existente no mercado].
A Acoustic Sounds começou como uma fábrica de vinil de alta qualidade e gradualmente tranformou-se no maior vendedor de SACDs do planeta. A empresa também vende downloads de álbuns em alta-resolução, tanto no formato da Apple, Apple Lossless Audio [ALAC] como em FLAC, e agora também em DSD.
No momento, a Acoustic Sounds tem cerca de 30 lançamentos para download em DSD, com títulos de SHELBY LYNN, NAT ‘KING’ COLE, COUNTING CROWS e NORAH JONES dentre os maiores nomes.
Claro, você não tem como baixar um arquivo DSD legítimo e executá-lo de pronto. Você precisa do software, e sendo você um cidadão cumpridor das leis e completamente avesso ao uso de programas piratas, você pode pagar US$ 130 [por volta de 300 Reais] pelo PURE MUSIC, uma versão audiófila do iTunes que tem um desempenho e concepção impressionantes, além de um serviço muito conceituado de atendimento ao consumidor no pós-venda. Resumindo: aquele tipo de coisa que só funciona na gringa. Detalhe: ele é feito para o sistema operacional MAC OSX, e, portanto, não roda nem em máquinas com Windows ou Linux. Se você ainda assim optar por começar uma coleção no formato, tem que comprometer-se com ele, já que os custos são proporcionais aos benefícios nesse caso.
Tendo dito isso, hoje em dia há vários formatos de alta resolução, mais até do que você consegue acompanhar, e esperamos que todos sobrevivam e se aprimorem ainda mais. Há uma enorme necessidade de preservação e agitação em torno de gravações de alta fidelidade no Brasil, onde a realidade econômica e a mentalidade do fã de música no geral são grandes empecilhos ao movimento audiófilo. Chega a ser gratificante saber que ainda há gente que valorize a qualidade do som da música que ouve a ponto de pagar 60 Reais num arquivo ou álbum de naipe superior.
Para o futuro, as maiores chances de êxito no que diz respeito à popularização de formatos de alta resolução é o MFIT [Mastered For iTunes] da Apple, que considera qualquer arquivo de 24 bits como sendo de alta resolução, mas prefere a taxa de 96 kHz no produto final. Atualmente, a grande maioria das gravadoras encomenda masterizações em MFIT para seus novos lançamentos, em cifras bem acima das registradas no ano passado.
No frigir dos ovos, o Superhirez.com é ótimo, com certeza, mas o Mastered For iTunes é o destino do mercado no momento.
Para saber mais sobre formatos de resolução superior em CD, clique aqui.
Para saber como aproveitar o máximo de seus arquivos de alta resolução, clique aqui.
Para conhecer melhor o desempenho de acessórios da Apple, clique aqui.
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