Blog do Matias: O Brasil não é um país roqueiro
Por Bruce William
Fonte: Blog do Matias
Postado em 11 de novembro de 2015
O jornalista brasiliense Alexandre Matias publicou uma matéria em seu blog no UOL onde se aprofunda e explica, para quem não entendeu, o texto anterior, onde ele traça um paralelo entre o disco "Lavô Tá Novo" do Raimundos e o que ele chama de "fim do rock brasileiro".
Leia o texto completo no link a seguir e alguns trechos mais abaixo.
http://matias.blogosfera.uol.com.br/2015/11/10/o-brasil-nao-e-um-pais-roqueiro/
Escrever o título deste post me parece uma obviedade gigantesca, mas necessária. Quando comemorei os 20 anos do segundo disco dos Raimundos mencionei que o disco é um dos responsáveis pelo fim do rock brasileiro do horizonte do pop nacional, o que muita gente levou ao pé da letra. O rock brasileiro (e o rock como um todo, não apenas no Brasil) vai continuar existindo sempre que houver alguém – seja de 17 ou de 70 anos – disposto a pegar uma guitarra elétrica e fazer barulho acompanhado de algum tipo de ritmo, tocado por um humano ou não. O que começou a acontecer após o segundo disco dos Raimundos – e não por culpa da banda, que neste caso é mais termômetro do que agente – foi que o rock deixou de ser uma linguagem hegemônica, como havia acontecido na década anterior, nos anos 80.
(...)
Um astro do rock é incômodo, intransigente, chato, pessimista, dá trabalho, cansa – apenas pelo fato de que, quando está no palco, gravando ou compondo, ele fica entre a nota acima da média e o sensacional. Já o popstar trabalha para ser aceito, atingir um público cada vez maior, sorrindo sempre prestativo – esforça-se em agradar mesmo sendo apenas mediano. Em alguns momentos estes personagens podem ser o mesmo – e aqui é mais uma das inúmeras vezes que os Beatles servem de exemplo -, mas normalmente são duas entidades separadas: os Rolling Stones ou os Carpenters, o Led Zeppelin ou o Abba.
Mas a partir dos anos 80, as grandes gravadoras começaram a transformar na marra o roqueiro no novo popstar e assim a estética rock se estabelece no topo das paradas até entre artistas que não faziam rock – lembre-se Michael Jackson gravando com Eddie Van Halen. Isso fez que as filiais brasileiras pudessem investir neste gênero musical, causando a explosão de interesse pelo gênero – o que fez muita gente montar bandas de rock para conseguir aparecer. Mas se você olha do primeiro momento em que o rock foi importante para o brasileiro médio – durante a Jovem Guarda – e o movimento do rock dos anos 80, há uma lacuna gigantesca para se referir como um cânone.
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