Lacerated and Carbonized: Victor Mendonça fala sobre recuperação e retorno aos palcos
Por César Rezende
Fonte: Roadie Metal
Postado em 18 de junho de 2018
Press-release - Clique para divulgar gratuitamente sua banda ou projeto.
Em entrevista exclusiva, Victor Mendonça - um dos maiores ícones das baquetas do metal extremo nacional, - fala sobre sua recuperação após o acidente e mostra-se motivado e totalmente pronto para voltar à ativa junto ao Lacerated and Carbonized. Em setembro deste ano, o Rio de Janeiro será palco do grande show de retorno e promete estar no pódio das maiores apresentações já realizadas pela banda de Death Metal posta em tela.
Segue a entrevista abaixo:
1) Mesmo após ter se acidentado, você conseguiu tocar em alguns shows da tour latino-americana em 2017. Seu ato foi de muita superação. O que sinalizou (corporalmente falando) a necessidade de parar todas as atividades e entrar em repouso?
Depois da pancada, senti fortes dores de cabeça. Parecia que tinha alguém martelando o meu cérebro, sabe? Ao mesmo tempo, estava me sentindo muito enjoado e totalmente indisposto. Após o acidente, acabei fazendo três shows que até hoje eu me pergunto de onde tirei forças para tocar. Eu ficava deitado todas as noites antes dos shows me preparando, tanto psicologicamente como fisicamente. Era como se estivesse tentando economizar energia, totalmente isolado e sem falar com ninguém. Meu cérebro foi afetado de diferentes formas, inclusive alterando minha audição, que estava muito amplificada e, conforme eu tocava os tambores da bateria, mais dor eu sentia. Era uma dor inexplicável! Até que chegou neste terceiro show e explicamos toda a situação para o produtor local. Por sorte ele era muito próximo de uma família de médicos que acabou me recebendo em uma clínica. Após exames preliminares, o médico requisitou uma tomografia. Quando pegamos o resultado, bateu aquele desespero, pois vimos que o exame tinha encontrado algo que não era normal. Resumindo: o médico pediu para que eu suspendesse todas as atividades e ficasse em repouso absoluto. Em consequência disto, fomos forçados a cancelar mais de 40 shows que ainda restavam dessa turnê pela América Latina.
2) Como foi o processo de parceria com o baterista Marvin "o Barba" (No Trauma) e Sandro Moreira (Rebaelliun) para que as atividades da banda continuassem?
Logo em seguida da turnê latino-americana, iríamos embarcar para uma turnê europeia com vários festivais importantes. Depois do acidente, comecei a entrar em contato com diversos bateristas para poder me substituir nessa empreitada, pois a banda não poderia parar e cancelar outra tour. Naquele momento, eu não tinha entrado em contato com o Marvin ainda, pois a agenda dele é muito corrida. Recebemos diversos vídeos e após análise, decidimos fechar com um baterista europeu. Tudo estava 100% acordado, passagens compradas e contrato assinado. Três semanas antes da turnê, o europeu entrou em contato conosco falando que não poderia mais tocar por motivos familiares… Resultado: ficamos totalmente desesperados; a correria de arrumar um substituto recomeçou e não tínhamos muito tempo sobrando. No mesmo dia, entramos em contato com o Marvin e explicamos a situação pra ele. E as palavras dele no telefone foram de um conforto sem igual. Lembro como se fosse hoje: "Bicho, vocês não vão cancelar essa tour. Eu tô dentro, pode contar comigo!" – disse Marvin. Ele teve aproximadamente três semanas para estudar as músicas e o resultado ficou ótimo! Eu agradeço muito a ele até hoje, pois se não fosse por ele, cancelaríamos mais uma tour. Nesse meio tempo, também tínhamos alguns shows no Brasil já agendados e entramos em contato com o Sandro Moreira, baterista do Rebaelliun, para fazer alguns shows. Conhecemos o trabalho do Sandro já faz um tempo e para mim foi uma honra ter alguém do calibre dele me substituindo no LAC (Lacerated and Carbonized). O Rebaelliun é uma banda que eu cresci ouvindo e influenciou muito o LAC no início da nossa empreitada.
3) Como foi o processo de recuperação? O que mais te deu forças para superar as "férias forçadas" e estar prestes a voltar à ativa?
O processo de recuperação foi bem chato, pois de acordo com os médicos eu não poderia fazer muito esforço. Segui as orientações médicas bem a risca, pois quando se trata de cabeça, o assunto é muito sério. Minha audição estava bem amplificada nos primeiros meses, um efeito natural, mas muito incomodo, para este tipo de acidente. O que mais me deu forças foi o suporte sem igual que eu tive da minha esposa, familiares, a própria banda, amigos e toda a galera que aprecia o trabalho do LAC. Recebi mensagens positivas do mundo todo e isso só me deu certeza que nada estava perdido e que eu iria sair daquela em breve. Só dependia de mim e eu precisava fazer por onde.
4) Como foi a volta dos estudos e das práticas musicais? Como você se sentiu na primeira vez que voltou a tocar intensamente?
Ainda estou passando por esse processo de reaprendizado, pois eu fiquei um pouco mais de um ano sem encostar nas baquetas. Meu primeiro contato com a bateria foi interessante, pois não consegui tocar nenhuma música do LAC de início. Sendo bem sincero, eu fiquei muito frustrado e teve horas que isso chegou a abalar um pouco meu lado emocional, pois foi muito difícil não conseguir executar as músicas da mesma forma que eu executava antes. Fiquei um pouco transtornado, mas agora já estou vendo resultado e nada que bastante treino não resolva. Como dizia o Buddy Rich: "músico só melhora sua forma de tocar, tocando".
5) O que os fãs podem esperar do primeiro show de 2018 do Lacerated and Carbonized com a formação completa? Deixe um recado para todos que curtem seu trabalho e torcem por ti.
Primeiramente, gostaria de agradecer a todas as pessoas que de uma forma ou de outra pensaram positivo para que eu me recuperasse o mais rápido possível. Durante esse período de recuperação, recebi diversas mensagens de conforto e isto me deu muitas forças para poder passar por esse momento. Até hoje, não só eu, mas também o restante da banda, todos recebemos constantemente mensagens perguntando sobre meu status e isso pra mim é inacreditável, pois não imaginava que essa notícia tinha corrido dessa forma. Gostaria de agradecer a cada um de vocês por ter feito dessa fase da minha vida um período mais suave e mais confortável para dar a volta por cima. MUITO OBRIGADO! Com relação aos shows, não tenho palavras para descrever minha empolgação! Ainda estou estudando as músicas, mas os fãs do LAC podem esperar uma performance matadora, pois estamos trabalhando bastante para dar o nosso melhor.
6) Foi uma grande honra poder ter a oportunidade de entrevistar um grande músico de uma das maiores bandas do Death Metal latino-americano. Muito obrigado!
Eu que agradeço! Foi um prazer ter respondido esta entrevista! É sempre importante ter pessoas como você para valorizar o nosso metal nacional. Isto está mudando com o tempo, mas tem muita gente que ainda não valoriza o metal brasileiro. Temos excelentes bandas aqui e espero que um dia a maioria dos "headbangers" perceba que o metal do Brasil não deixa nada a desejar para o restante do mundo. No mais, obrigado pela entrevista e nos vemos na estrada!
Para conhecer mais sobre a banda, assista:
Luis Alberto Braga Rodrigues | Rogerio Antonio dos Anjos | Everton Gracindo | Thiago Feltes Marques | Efrem Maranhao Filho | Geraldo Fonseca | Gustavo Anunciação Lenza | Richard Malheiros | Vinicius Maciel | Adriano Lourenço Barbosa | Airton Lopes | Alexandre Faria Abelleira | Alexandre Sampaio | André Frederico | Ary César Coelho Luz Silva | Assuires Vieira da Silva Junior | Bergrock Ferreira | Bruno Franca Passamani | Caio Livio de Lacerda Augusto | Carlos Alexandre da Silva Neto | Carlos Gomes Cabral | Cesar Tadeu Lopes | Cláudia Falci | Danilo Melo | Dymm Productions and Management | Eudes Limeira | Fabiano Forte Martins Cordeiro | Fabio Henrique Lopes Collet e Silva | Filipe Matzembacher | Flávio dos Santos Cardoso | Frederico Holanda | Gabriel Fenili | George Morcerf | Henrique Haag Ribacki | Jorge Alexandre Nogueira Santos | Jose Patrick de Souza | João Alexandre Dantas | João Orlando Arantes Santana | Leonardo Felipe Amorim | Marcello da Silva Azevedo | Marcelo Franklin da Silva | Marcio Augusto Von Kriiger Santos | Marcos Donizeti Dos Santos | Marcus Vieira | Mauricio Nuno Santos | Maurício Gioachini | Odair de Abreu Lima | Pedro Fortunato | Rafael Wambier Dos Santos | Regina Laura Pinheiro | Ricardo Cunha | Sergio Luis Anaga | Silvia Gomes de Lima | Thiago Cardim | Tiago Andrade | Victor Adriel | Victor Jose Camara | Vinicius Valter de Lemos | Walter Armellei Junior | Williams Ricardo Almeida de Oliveira | Yria Freitas Tandel |
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Cinco grandes bandas de heavy metal que passarão pelo Brasil em 2026
O álbum que David Gilmour vê como uma continuação de "The Dark Side of the Moon"
E se cada estado do Brasil fosse representado por uma banda de metal?
O rockstar que não tocava nada mas amava o Aerosmith; "eles sabiam de cor todas as músicas"
A melhor música de rock lançada em 2025, segundo o Loudwire
Clemente (Inocentes, Plebe Rude) sofre infarto e passa por cirurgia
O que James Hetfield realmente pensa sobre o Megadeth; "uma bagunça triangulada"
É oficial! Iron Maiden vem ao Brasil em outubro de 2026; confira as informações
Alter Bridge abrirá para o Iron Maiden apenas no Brasil
Steve Harris e Bruce Dickinson comentam tour do Iron Maiden pela América Latina
A música dos Beatles que tanto Elvis quanto Sinatra trataram como obra-prima
O New York Times escolheu: a melhor música do ano de 2025 é de uma banda de metal
Show do Iron Maiden em São Paulo será no dia do segundo turno das eleições
Dream Theater abre venda de ingressos para turnê no Brasil; confira os preços
O que é o tratamento de neuromodulação que Mingau, do Ultraje a Rigor, está fazendo
Flea revela qual é sua música preferida do Red Hot Chili Peppers
Dave Mustaine: a história por trás de "The Four Horsemen"
O hit dos Beatles que Paul McCartney escreveu inspirado em uma guarda de trânsito


Spike: os sete piores solos de guitarra
Medina cita atrações que não deram lucro no Rock in Rio; "nome importante da história do Rock"
Humor: Os roqueiros mais chatos das redes sociais
Sgt. Peppers: O mais importante disco da história?
Pink Floyd - Perguntas e respostas e curiosidades
A lendária cantora que Eric Clapton detesta: "Reconheço, mas não me faz sentir nada"


