Tudo no Shuffle: 4 filmes de música para conhecer
Por Guilherme Cardoso
Fonte: Tudo no Shuffle
Postado em 02 de dezembro de 2018
Existem vários filmes, documentários ou não, sobre música. Alguns como "This Is Spinal Tap", "Anvil: The Story of Anvil", "Quanto Mais Idiota Melhor", "Gimme Shelter" e "Woodstock" já ganharam o status de clássicos. Mas há sempre um monte de filmes sendo lançados e, por isso, bons filmes de música podem acabar no limbo do esquecimento. Por isso, resolvemos listar 4 filmes bacanas sobre música, dois documentários e dois de ficção.
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Filme: Heavy Trip
Ano: 2018
Heavy Trip (no original, Hevi reissu) é um filme finlândes de comédia. A história do filme gira em torno da fictícia banda de metal Impaled Rektum (belo nome, diga-se de passagem). O tom do filme é quase sempre de comédia, mostrando as desventuras de uma banda sem dinheiro e muito menos popularidade (nem em sua própria cidade, o grupo é levado a sério) que "ganha" uma chance de tocar no maior festival de metal da Noruega. O protagonista do filme é Turo, vocalista da banda, que enfrenta sérios problemas para se apresentar em público enquanto leva uma vida simples fora dos palcos como ajudante de uma casa de repouso/hospício. Os demais membros da banda também são figuras bem carismáticas e facilmente ganham a simpatia do espectador, sobretudo o hilário baixista e enciclopédia musical Pasi, que adota o nome artístico Xytrax e usa corpse paint até fora dos palcos. É ele aliás quem define o som do Impaled Rektum simplesmente como "Symphonic Post Apocalyptic Reindeer-Grinding Christ-Abusing Extreme War Pagan Fennoscandian Metal". Alguns dos melhores momentos do filme são a banda em seu primeiro momento de "click" compondo sua grande música, a primeira foto oficial da banda (usando uma câmera de fiscalização de velocidade), a encrencada viagem de van até a Noruega que gera até um conflito armado entre Finlândia e Noruega e a redenção final do grupo. Há ainda um pouco de drama para não deixar o filme tão raso e caricato, e despertar ainda mais simpatia pelos personagens.
Filme: The Other F Word
Ano: 2011
The Other F Word é um documentário sobre a vida dupla de vários músicos como pais de família e punk rockers. O filme explora a aparente contradição entre confrontar autoridades enquanto membro de uma banda de punk rock e ser uma autoridade dentro de casa, e mostra as dificuldades de manter o equilíbrio dessas duas vidas. Vários músicos famosos participam do filme, como Fat Mike (NOFX), Mark Hoppus (Blink-182), Flea (Red Hot Chili Peppers), Brett Gurewitz (Bad Religion), Lars Frederiksen (Rancid) e Jim Lindberg (Pennywise). Esse último foi inclusive a inspiração para o documentário após lançar em 2007 o livro autobiográfico Punk Rock Dad. Provavelmente por isso, ele é um dos mais reveladores e honestos do filme, já que não esconde sua infelicidade em partir em turnês e ficar longe de suas 3 filhas. Outro que chama a atenção é Art Alexakis da banda Everclear, que relata sua infância e adolescência trágicas com abusos sofridos, morte do irmão por overdose, o suicídio da namorada aos 15 anos e sua própria tentativa de suicídio, e como tudo isso criou nele o desejo de ser o melhor pai possível para sua filha. O filme tem também momentos mais leves e engraçados como Fat Mike interagindo com sua filha Darla e Lars Frederiksen, com seu visual típico, levando o filho no parquinho.
Filme: Patti Cake$
Ano: 2017
Patti Cake$ conta a história de Patricia Dombrowski, uma jovem gordinha branca que sonha com uma carreira como rapper. Para chegar lá, ela tem que enfrentar a falta de dinheiro que a obriga a desdobrar-se em vários empregos e a desconfiança de muitos, a pior de todas é a de sua própria mãe, uma quase alcoólatra sempre disposta a jogar a filha pra baixo. Há ainda o fato do meio do rap e a vizinhança em que ela vive serem dominados por homens negros e latinos, que vêem Patti mais como uma piada do que como uma rapper, tanto que lhe dão o apelido de Dumbo. Mas, do lado dela estão sua avó, que é quem lhe dá o apelido de Patti Cakes, Jheri, o indiano que praticamente idolatra o dom de Patti para fazer rimas e Basterd, uma figura misteriosa de poucas ou nenhumas palavras e sempre com lentes de contato, que vive à margem da sociedade em um barraco. Dessa improvável união, surge um grupo de rap, que começa a gravar algumas músicas. A partir dai, o filme segue mais ou menos o roteiro esperado dos filmes do gênero, com Patti e seu grupo enfrentando altos e baixos (mais baixos do que altos), como shows em lugares inusitados e brigas internas, para tentarem um lugar ao sol na cena musical e uma chance de mudar de vida. Paralelamente no filme, Patti, interpretada brilhantemente pela australiana Danielle Macdonald, passa por um processo de amadurecimento pessoal, aceitando-se como ela é e tentando melhorar a relação com a mãe. No final, quando tudo parece estar acabado, um concurso de rap pode ser o passo decisivo para Patti finalmente alcançar o sonho de ser uma rapper.
Filme: Filmage: The Story of Descendents/ALL
Ano: 2013
Filmage é o documentário definitivo sobre Descendents, a influente banda norte-americana de punk rock, e o ALL, a banda que surgiu das cinzas dos Descendents. O filme passa minuciosamente por todos os acontecimentos importantes da história dos grupos, começando na infância dos membros do grupo, passando pela fase ALL e terminando nos dias atuais com o Descendents na ativa.
A primeira encarnação do grupo durou de 1977 a 1987, tendo em Milo Aukerman, seu vocalista e símbolo, que inspirou o icônico mascote do grupo (esse da capa do filme). Em 1987, o cantor resolveu sair da banda e seguir uma carreira acadêmica na área de bioquímica onde obteve PhD. A saída foi um golpe duro para o Descendents que já havia passado por várias trocas de membros, mas nenhuma tão séria quanto perder a principal imagem da banda. Assim, de 1988 a 2000, os três membros restantes resolveram prosseguir sob o nome ALL, lançando 9 álbuns no período. Entretanto, o novo grupo nunca teve o mesmo reconhecimento da banda anterior e os três vocalistas que passaram pela banda sofreram por serem encarados como substitutos do insubstituível Milo. Somente em 1995, Milo Aukerman resolveu voltar ao mundo da música, ressuscitando o Descendents, que permanece na ativa desde então.
O filme é perfeito em contar todas as idas e vindas da banda, hiatos, períodos ativos e as várias mudanças de formação, além de fazer a devida justiça ao ALL com depoimentos dos 3 vocalistas que passaram pela banda. Além do trabalho de pesquisa, o documentário foi atrás das palavras de vários músicos como Dave Grohl, Brian Baker (Bad Religion, Minor Threat, Dag Nasty), Mark Hoppus (Blink-182), Brett Gurewitz (Bad Religion), Greg Graffin (Bad Religion), Joey Cape (Lagwagon), Tim McIlrath (Rise Against) e Trever Keith (Face to Face). Todos os entrevistados mostram uma genuína admiração pelo Descendents e são unânimes em colocar a banda como uma das mais importantes para o punk rock.
Para completar, o filme também não deixa de fora o lado familiar e pessoal dos membros, principalmente de Bill Stevenson, baterista, líder, principal compositor e único membro da banda desde o início. A relação complicada com o pai e o tumor cerebral que quase o matou são dos dois temas mais importantes que o documentário aborda, com Bill se emocionando ao falar deles.
Enfim, Filmage não deixa nada de fora e conta uma história que possui todos os ingredientes de uma grande banda.
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